Programa de Pós-Graduação em Educação
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.metodista.br/handle/123456789/25
Programa de Pós-Graduação em Educação
Navegar
Submissões Recentes
Item Educação do ser-motrício e a práxis criadora(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-11-30) SANTOS, Sérgio Oliveira dos; LAUAND, Luiz JeanA pesquisa parte da obra do filósofo português Manuel Sérgio, investigando as implicações e as ressonâncias nos horizontes educativos a partir da compreensão do ser- motrício. As questões basilares da pesquisa são: Como vivenciar, compreender e interpretar o ser humano em sua natureza motrícia? Qual seu modo autêntico de ser em ação, superando o olhar do físico tão-só, considerando a experiência da vida, a linguagem e a complexidade humana? Quais desdobramentos, ressonâncias e implicações educativas podem surgir dessas compreensões e interpretações? Para compreender essa projeção, estudamos o ser-motrício em suas raízes ontológicas subsidiados pela vivência, interpretação e apreciação humana. Na dimensão educativa, considerou-se que o ser-motrício que sente, pensa, apreende, incorpora, deseja, interage, imagina, expressa e potencializa toda essa condição no entrelaçamento da experiência vivida com as múltiplas linguagens, tem recebido um tratamento compreensivo mais influenciado pelo paradigma da simplicidade e do reducionismo que, de certo modo, ressoam em práticas educativas fragmentadas. Para superar esse reducionismo defendemos a práxis criadora como dimensão autêntica do ser-motrício, num projeto denominado “Apreciação da Motricidade Humana”, um caminho formador de realização e da vida em plenitude.Item A rede educacional japonesa da Baixada Santista e Vale do Ribeira (1908-1945)(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-12-08) SILVA, Rafael da Silva e; DEMARTINI, Zeila de Brito FabriO presente texto,fruto de uma tese para o curso de Doutorado em Educação, do Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista de São Paulo, com o objetivo de analisar a rede educacional japonesa e sua atuação na região da Baixada Santista e Vale do Ribeira, no litoral e região sul do Estado de São Paulo respectivamente na primeira metade do século XX (1908 – 1945). A bibliografia que aborda o assunto da imigração japonesa é muito coesa no que diz respeito a Educação. Foi muito comum, nas diversas colônias japonesas que surgiram pelo Estado de São Paulo e em outros locais do Brasil, a presença de escolas para o ensino da língua japonesa, além disso, a escola representava um símbolo de progresso e prosperidade para a colônia.O mesmo aconteceunas regiões estudadas pela presente pesquisa, onde pôde-se constatar muitas escolas construídas com o esforço dos próprios colonos japoneses. A partir da década de 1920, o governo do Japão passou a apoiar diretamente a educação nipo-brasileira através do Consulado Japonês, criando para isso a Sociedade de Difusão de Ensino de Japoneses no Brasil. Sendo assim, é possível questionar até que ponto as ações do Governo Japonês interferiram no funcionamento dessas escolas e, de fato estabeleceram um caráter centralizador a elas? Havia interesses nacionalistas por trás da tentativa de centralização? Essa instituição interferiu na atuação de escolas criadas por imigrantes japoneses? Qual foi seu impacto no cotidiano educacional das colônias japonesas nas suas respectivas escolas? Qual era de fato a sua função como instituição vinculada à educação japonesa no Brasil? Para responder tais questões, a pesquisa contou com alguns referenciais mais abrangentes sobre a imigração japonesa e sua educação como forma de compreensão dos fenômenos a fim de dar suporte teórico as fontes históricas primárias encontradas, como por exemplo, Arlinda Rocha Nogueira, Zeila de Brito Fabri Demartini, Hiroshi Saito, entre outros. Apoiada na bibliografia, a pesquisa buscou fontes documentais impressas, como fotografias, livros escolares, livros produzidos na época pela colônia etc., e com pesquisa de História Oral realizada desde 2008 com ex-alunos de escolas japonesas e pessoas que tiveram alguma relação próxima com colônias japonesas. O estudo observou que a Sociedade de Difusão do Ensino de Japoneses no Brasil foi fundamental para dar centralidade ao Ensino Japonês, facilitando o envio e qualificação de professores, enviando material didático e proporcionando ajuda financeira às escolas. Por outro lado, a instituição foi alvo direto das ações nacionalistas do estado totalitário de Getúlio Vargas durante o Estado Novo (1937), sendo obrigada a encerrar as suas atividades junto às escolas japonesas. A Sociedade de Difusão de Ensino de Japoneses no Brasil foi fundamental para garantir o ensino japonês pelo maior tempo possível durante a Era Vargas e a repressão a educação imigrante.Item A identidade da Unimep no movimento de sua política acadêmica: uma teoria fundamentada nos dados(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-07-26) CARDOSO, Luis de Souza; FISCHMANN, RoseliA presente tese de Doutorado em Educação objetiva investigar o processo de constituição da identidade da Universidade Metodista de Piracicaba no movimento de construção de sua Política Acadêmica (PA). A pesquisa se inscreve no campo dos estudos da Universidade brasileira, tendo como seu caso a Unimep, instituição de natureza privada, confessional, com espírito público e comunitário. A PA, aprovada em 1992, à época constituiu-se em caso sui generis no campo universitário brasileiro, pela metodologia de sua construção e a definição radical de seu fundamento e razão de ser Universidade, pautada na ética valorativa da “construção da cidadania enquanto patrimônio coletivo da sociedade civil”. Ao traçarmos uma narrativa histórica da Unimep, da construção de sua Política Acadêmica e demais políticas, que em torno do seu eixo integrador gravitam, a pesquisa buscou explicar e compreender o processo e movimento institucional (a institucionalização da Universidade), bem como sua incidência na constituição da identidade da Unimep. O método utilizado, de forma exploratória, baseou-se na Grounded Theory – Teoria Fundamentada nos Dados. Os dados foram obtidos de documentos do arquivo histórico institucional e de entrevistas semiestruturadas intensivas, com protagonistas do movimento da Política Acadêmica. O resultado da pesquisa partiu de uma análise da história da Unimep e constatou que na sua formação e desenvolvimento, desde as Faculdades Isoladas e Integradas do IEP, fundadas em 1964, até o final da primeira fase como Universidade, em 1978, ela passou por diferentes etapas, todas elas, porém, atravessadas pela ideologia vigente no contexto histórico do país, com ausência de democracia, gestão autoritária e centralizadora, de baixíssima participação crítico-coletiva. Contudo, o movimento da comunidade acadêmica caminhou e evoluiu numa direção contrária ao da gestão oficial, evidenciando-se contraideológico, marcado pelo inconformismo e insatisfação com o status quo. As contradições se explicitaram e culminaram em crises, experimentadas em 1978 e 1985. Na administração e solução dessas crises, a resistência do movimento docente e discente teve papel fundamental, contando nas etapas seguintes com o apoio e vontade política das novas Reitorias, de modo que a Universidade deu saltos importantes na formação de sua identidade. Sobretudo pela construção de sua Política Acadêmica (1989-1992), a Unimep experimentou um processo de institucionalização e estabeleceu-se como Universidade contraideológica e contrarreprodutivista, de caráter democrático, coletivo-participativo, pautada na busca pela indissociabilidade do ensino- pesquisa-extensão, o que marca seu projeto pedagógico. Particularmente sua identidade, constituída ao longo do tempo, em sua historicidade, sintetizou-se nesse processo e movimento da Política Acadêmica, a qual preconiza qualidade do ensino e qualidade política, fundamentada na ética de “construção da cidadania enquanto patrimônio coletivo da sociedade civil” como sua utopia e razão de ser. A teoria fundamentada emergente chegou, portanto, a uma tríade de categorias analíticas centrais, com poder conceitual, explicativo- compreensivo do fenômeno da “construção da Política Acadêmica e da constituição da identidade da Unimep”, pela confluência e conjugação do “inconformismo” da comunidade acadêmica, do “método coletivo-participativo-dialético” e da ética da “construção da cidadania” como sua expressão valorativa mais profunda.Item Um estudo sobre os saberes formativos do formador de professores de matemática do curso de licenciatura em pedagogia(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-10-20) UTSUMI, Luciana Miyuki Sado; BAHIA, Norinês PanicacciO presente estudo coloca em evidência a formação inicial dos professores de Matemática do Ensino Fundamental (anos iniciais), no curso de licenciatura em Pedagogia e tem como objetivo a configuração dos saberes necessários aos docentes universitários (os formadores). A pesquisa acerca das necessidades formativas do docente formador deve articular a discussão sobre o ensino dos conteúdos matemáticos, assim como sobre as abordagens metodológicas no ensino da Matemática, ao considerar a necessidade da intersecção entre conteúdos matemáticos específicos e questões didático-pedagógicas. Neste contexto, tais conhecimentos devem ser complementares, na medida em que o professor assume a tomada de decisões relativas a o que ensinar e a como ensinar. A investigação proposta realizou uma revisão da literatura sobre o histórico do ensino da Matemática e da didática para o Ensino Fundamental, em interface com a formação de professores. A pesquisa de campo previu a coleta de dados por meio da aplicação de questionário e realização de entrevistas, tendo como referência Szymanski (2002, 2004) e Franco (2003) para a análise dos dados. Em 2013 foram coletados dados de alunos de um curso de Pedagogia da região do Grande ABC Paulista, por meio de questionário. Em 2014 foram coletados dados de professores de Matemática do Ensino Fundamental (anos iniciais e anos finais), de professores de graduação nos cursos de licenciatura em Pedagogia e Matemática, de alunos de cursos de graduação em Pedagogia e Matemática, bem como de educadores que atuam na formação continuada de professores de Matemática da Educação Básica. De maneira a contemplar os diferentes olhares e perspectivas que dialogam com a questão da formação de professores de Matemática, em especial, a formação de professores que ensinam Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a discussão dos dados ancorou-se nos referenciais teóricos de autores como: Almeida e Pimenta (2011); Cunha (1989, 2014); Curi (2004, 2005, 2006); D’Ambrosio (1986, 1996, 2011); Freire (1977, 1996); Garcia, Alves e Libâneo (2012); Machado (2012); Megid (2013, 2015); Miguel e Miorim (2004); Ortega (2008, 2011, 2012); Pimenta (2000, 2001, 2002, 2005, 2010); Santos (2005, 2012, 2014); Schliemann e Carraher (2006); Smole e Diniz (2001); Tardif (2000, 2001, 2002); Utsumi (2003); Utsumi e Lima (2008); dentre outros autores. Os resultados indicam que os professores em formação e em atuação licenciados em Matemática igualmente necessitam aprofundar o domínio dos conteúdos matemáticos de ensino; que tanto os alunos dos cursos de graduação em Pedagogia como dos cursos de graduação em Matemática anunciam suas lacunas formativas em termos da necessidade de maior acesso e conhecimento das abordagens metodológicas pautadas nas tendências atuais da didática da Matemática. Nesse sentido, a análise dos dados da pesquisa confirma a necessidade de se considerar a tão proclamada indissociabilidade entre conteúdo e forma na formação de professores de Matemática do curso de graduação em Pedagogia e, em decorrência disso, a necessária busca incessante de formação Matemática continuada por parte do formador de professores deste curso, com base e a partir de suas necessidades formativas próprias, a fim de possibilitar a progressiva e desejada democratização do acesso ao saber matemático por parte dos alunos e alunas dos anos iniciais do Ensino Fundamental.Item A escola e o inédito viável: fundamentos ideológicos para uma nova hegemonia(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-12-01) FASANO, Edson; SAES, Décio Azevedo Marques deO tema desta pesquisa, de cunho qualitativo, centra-se na política educacional, de modo especial, sobre a pertinência do desenvolvimento de uma ideologia a ser desencadeadora de um currículo específico, voltado à educação pública e popular. O currículo escolar da escola burguesa é marcado pela ideologia hegemônica, que procura esconder a luta de classes sob a égide da neutralidade científica. Assim, esta pesquisa coloca-se em contraposição ao movimento denominado de “Escola sem Partido”. O problema que norteia a presente investigação refere-se ao reconhecimento da existência de uma ideologia própria das classes populares e busca compreender suas marcas e características, bem como a legimitação de tal ideologia por meio dos currículos contra-hegemônicos a serem implementados nas escolas públicas e populares. O estudo parte do pressuposto de que existe uma ideologia popular construída nas experiências cotidianas de exploração e opressão das classes subalternas, geradoras de revoltas. Contudo, ao se estabelecer no senso comum, essa ideologia, por si só, não é capaz de gerar uma consciência de classe. Por essa razão, ressalta-se a importância de sua problematização no currículo da escola pública e popular. Nesse contexto, o objetivo central desta pesquisa é contribuir com a elaboração de um currículo escolar transformador. Em face do exposto, buscou-se realizar uma revisão bibliográfica a partir das contribuições teóricas de Antonio Gramsci e Paulo Freire, sobre as temáticas ideologia popular e currículo escolar, utilizando como fundamento para esse debate as concepções do marxista francês Alain Badiou. A investigação contou, também, com uma pesquisa de campo, na qual foram realizadas quatro entrevistas semiabertas com renomados intelectuais brasileiros: Gaudêncio Frigotto, José Eustáquio Romão, Luiz Antonio Cunha e Claudio de Oliveira Ribeiro. O estudo possibilitou confirmar a hipótese ora apresentada e inferir, portanto, que uma escola pública e popular não pode ser viabilizada seguindo o mesmo currículo e valores da escola burguesa.Item As representações de alunos de um curso de pedagogia a distância sobre linguagem docente e dialogicidade(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-11-29) BAFFA, Alda Mendes; BAHIA, Norinês PanicacciO presente trabalho realizou uma investigação que priorizou o desvelamento das representações de alunos, de um curso de Pedagogia a distância, sobre linguagem docente e dialogicidade. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, especificamente, um estudo de caso envolvendo 17 alunos do último ano (8º semestre) de um curso de Pedagogia a distância, de uma instituição de ensino superior, particular, localizada na região do Grande ABC paulista. A questão norteadora da investigação foi: Qual o conhecimento que os alunos do curso de Pedagogia a distância têm sobre linguagem docente, dialogicidade e sua importância para a construção do conhecimento? A hipótese parte do pressuposto de que os estudos e a formação em EAD trazem uma nova modalidade de docência reflexiva e decisória, porém, o desenvolvimento e importância atribuídos à linguagem docente vêm, não só do curso de Pedagogia em EAD, mas também de outras experiências dos sujeitos que estão em formação. O objetivo foi o de investigar e refletir sobre as representações dos alunos acerca da formação que estão recebendo em interface com a linguagem/dialogicidade. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário – com questões abertas e questões fechadas – para o desvelamento do perfil e das representações acerca da questão norteadora da investigação e, a análise destes dados, teve como referência Franco (2003) e Szymanski (2010) para a metodologia de análise de conteúdo. O referencial teórico que embasou a pesquisa contou com autores que nos auxiliaram a produzir reflexões sobre linguagem, constituição do sujeito e a importância da linguagem na construção do conhecimento, como Bakhtin (1999 e 2000), Geraldi (1997) e Orlandi (1997). Para a recuperação do histórico e discussões sobre do curso de Pedagogia presencial e a distância selecionamos alguns autores como Gatti e Barretto (2009); para a crise das licenciaturas e identidade docente, Gatti e Barretto (2008 e 2010); para pesquisarmos as políticas públicas de formação, valorização e incentivo à carreira docente, Brzenzinski (2013), Tardiff e Lessard (2014), e fomos buscar em Nóvoa (1992) e Libâneo (2002) as ideias de profissionalidade, profissionalização e profissionalismo; em Saviani (2012) um estudo crítico sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia. Em Bahia e Duran (2009) buscamos reflexões sobre a formação de professores em cursos a distância; em Bahia (2014) estudos sobre a formação inicial de professores a distância, e em Azevedo (2013) a aprendizagem e a linguagem na Educação a Distância. Os resultados da pesquisa apontam para a grande importância, dada pelos alunos do curso de Pedagogia a distância, à linguagem, seu desenvolvimento dialógico e interlocutivo, sua importância na construção do conhecimento e no desenvolvimento da interação entre os interlocutores na Educação a Distância e a contribuição desta para a construção de um novo discurso educacional, porém, no que se refere à dialogicidade, a linguagem dialógica fica um pouco prejudicada, pois a interação é pequena (embora exista), e a falta de debates em tempo real compromete a construção de um diálogo mais efetivo.Item Considerações filosófico poéticas sobre o corpo, cotidiano e educação: um tributo a Adélia Prado(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-09-27) DOURADO, Wesley Adriano Martins; LAUAND, Luiz JeanTrata-se de uma reflexão filosófico-poética sobre a educação que procura identificar as relações entre corpo, cotidiano e educação. A pesquisa foi realizada sob a inspiração da noção de corpo próprio e mundo vivido, tal como as concebe Maurice Merleau-Ponty; o sentido do filosofar, especialmente, a sua inevitável relação com a admiração presente no pensamento de Josef Pieper e, o modo como o corpo e o cotidiano aparecem na obra de Adélia Prado. Enredados com a minha experiência educativa e docente pergunto pelo sentido de uma educação que tenha como princípio a admiração; pelas implicações de uma educação que reconheça que ela deve ser para os corpos e que sempre está enraizada numa experiência humana situada; pelos desdobramentos de uma educação que seja antes contemplação do cotidiano. Tais perguntas retomam as provocações do educador Paulo Freire insistindo, com elas, numa educação que, para se constituir como experiência, como possibilidade de “ser mais”, de “ir mais longe” precisa ser sentida, cheia de sentido, situada, disponível para a admiração do mundo e a totalidade da vida que se vive aqui.Item Um olhar sobre a fraternidade cristã de pessoas com deficiência (FCD): sua trajetória em direção à inclusão das pessoas com deficiência(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-11-09) SILVA, Vera Luci Machado Prates da; DEMARTINI, Zeila de Brito FabriA Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência (FCD) é um movimento que iniciou na França na década de 1940, pelo padre Henri François, cujo lema é “Levanta-te e Anda”. Pe François, com a saúde extremamente debilitada, vivendo em uma sociedade dilacerada pelas guerras, inicia o trabalho de visitação às pessoas enfermas e com deficiência. Com o passar do tempo, precisou de ajuda e desafiou os próprios doentes e pessoas com deficiência para engajarem-se nesta missão. Seu desafio foi atendido, o movimento ganhou um nome “Fraternidade Católica de Doentes”, espalhou-se pela França, por toda Europa, chegando em meados de 1960, à América Latina. Em 1972, chega ao Brasil, primeiramente em São Leopoldo/Sul em seguida ao Nordeste, em Recife e hoje encontra-se espalhada por todo país. A pesquisa se propôs a olhar para a trajetória da FCD procurando descobrir qual a sua contribuição para inclusão das pessoas com deficiência na sociedade brasileira. Para isto valeu-se de recursos como: depoimentos, bibliografia, observação participante, fotos. Este trabalho estrutura-se a partir da perspectiva do olhar: Quem olha (quem sou)? O que preciso ver? Com que olhar? O que vejo? A introdução procura apresentar a proposta do trabalho, assim como, apresentar quem olha, a trajetória de vida da pesquisadora e seu envolvimento com a temática a ser pesquisada. A partir das vivências e reflexões evidenciam-se temas que dão o terreno para que a FCD se enraíze e se desenvolva. O primeiro capítulo discute temas como: deficiência; integração; exclusão – inclusão, tentando tecer um cenário que serve como pano de fundo para o nascimento e desenvolvimento da FCD. Quando olhamos para algo ou alguém, mesmo que não estejamos fazendo uso de óculos ou lupa, estamos usando um instrumental consciente ou inconsciente que vai pautar o que vemos ou não. Neste sentido, no trabalho acadêmico, é necessário explicitar com que olhar, ou que lente está nos instrumentalizando, para observação e busca de resultados na pesquisa. O segundo capitulo situa o instrumental teórico, trazendo também temas que dão instrumentalização para análise da atuação da FCD, como: Movimentos Sociais, Teologia da Libertação, CEBs. O terceiro capitulo registra a trajetória da FCD, utilizando os recursos disponíveis: depoimentos, fotos, bibliografia, histórias de vida. O quarto capítulo explicita pontos importantes que este olhar permitiu ver: as contribuições da Fraternidade na vida das pessoas, ajudando-a a assumirem a sua própria vida. Bem como, o sair em direção ao outro, propiciando o envolvimento nos movimentos sociais e na luta pela inclusão de pessoas com deficiência. Finalizando com considerações que apontam a importância da FCD, tenta fazer uma reflexão sobre o que foi encontrado pelo caminho, ressaltando os desafios, diante da realidade que se vive hoje.Item O nome e seus desafios: representações sociais do diretor/gestor escolar acerca do seu agir profissional(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-02-22) MARANGONI, Ricardo Alexandre; JOSGRILBERG, Rui de SouzaEste estudo, vinculado à linha de pesquisa “Formação de Educadores” do Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, teve como objetivo investigar as representações sociais de um grupo de gestores escolares da Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo sobre o seu agir profissional. A vasta produção teórica sobre o trabalho docente atesta a importância de se investigar as representações dos professores, mas ainda são poucos os estudos que abordam o agir do gestor, na perspectiva psicossocial da teoria das representações sociais. Nesse sentido, apoiamo-nos nela e discutimos as relações entre representações sociais-práticas e representações sociais-experiências. A realização desta pesquisa abrange dois momentos que se interligam: no primeiro, a formulação do corpus teórico, cujas abordagens expressam o que eles deveriam fazer, ou seja, os estudos que tratam do trabalho do gestor e das diretrizes legais que orientam o seu trabalho. No segundo, os dados foram coletados através de um questionário, envolvendo questões fechadas e abertas. Com a primeira, conhecemos o perfil dos participantes e, com a segunda, nos aproximamos das representações sociais acerca do seu agir profissional. A coleta expressou o que eles dizem fazer e o que eles dizem que gostariam de fazer. Para tanto, procuramos investigar as seguintes questões: Como eles se representam? O que representa dirigir/gerir uma escola? Como desenvolvem o seu trabalho? Quais são as representações sociais acerca do seu agir profissional? Como elas são construídas? Os resultados, após análise de conteúdo, apontaram um grau altamente simbólico atribuído ao passado, que se manifesta no terreno das tensões em torno de um cargo investido de significações e sentidos, que se lançam como desafios. As representações dos gestores pesquisados ligam-se a um discurso politicamente correto e, foi por esse motivo que, ao final deste trabalho, decidimos recorrer a zona muda das representações. Com esta última, ficou-nos evidente que os gestores não possuem uma representação social positiva em relação aos aspectos que perpassam o seu agir profissional. Assim como, também foi possível confirmar a tese de que as contradições estão na base da profissão do gestor e orientam o seu trabalho.Item Gramsci e a educação no Brasil: uma contribuição para o estudo do sindicalismo docente(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-06-22) GOMES, Mara Pavani da Silva; SAES, Décio Azevedo Marques deConsiderando uma das mais instigantes reflexões realizadas pelo marxista italiano Antônio Gramsci acerca do intelectual orgânico, esta tese analisa se a ideia de proletarização do professor transforma-o em intelectual orgânico da classe trabalhadora e investiga como os professores reagem à ideia de se reconhecerem como intelectuais da classe média. Objetivando discutir as concepções ideológicas dos professores a partir das reflexões sobre a sua situação de trabalho e suas formas de atuação nos sindicatos, a investigação fundamenta-se nas análises sobre os conceitos de Gramsci feitas por alguns autores, entre eles, Jean-Marc Piotte (1972), Hugues Portelli (1977), Christinne Buci-Glucksmann (1980), além das análises e discussões relativas à classe média realizadas por Decio Saes (1977; 1980; 1984). A pesquisa inicia com uma abordagem dos conceitos gramscianos que subsidiam as análises posteriores sobre a ideia do professor como intelectual orgânico. Apresenta, também, um estudo da formação da classe média brasileira a fim de localizar aí a classe dos professores, investigando a presença de concepções ideológicas de classe média nos professores, a partir da análise de jornais e documentos, bem como de entrevistas com lideranças sindicais. Foi possível inferir, a partir dos estudos realizados, o não reconhecimento do professor como intelectual orgânico da classe trabalhadora, dadas as concepções ideológicas de classe média que permeiam o ideário dos professores.Item Direito à educação: uma reflexão sobre metodismo, industrialização e classes populares(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-11-27) SILVA, Luiz Eduardo Prates da; FISCHMANN, RoseliEsta tese tem como foco o Direito à Educação e parte do princípio que o humano se constitui como ser autônomo e consciente pela palavra. A educação é fundamental para que a palavra seja crítica e garanta a consciência e a autonomia. Negar o direito à educação é negar a palavra crítica e, portanto, negar a humanidade aos humanos. Reivindica direitos quem está alijado deles; quem já os tem não necessita reivindicá-los. Por isso, em sociedades com elevada desigualdade social, reivindicam direitos as pessoas das camadas oprimidas e espoliadas, ou seja, as classes populares. Dois contextos históricos foram estudados para uma comparação diacrônica sobre a luta por esse direito, tendo como ponto de referência o surgimento do capitalismo e, portanto, da industrialização, a Inglaterra do século XVIII e o Brasil da primeira metade do século XX. Como o processo prévio à Revolução Inglesa teve considerável influência do movimento religioso metodista e este demonstrou preocupação com a educação das classes populares, estuda-se a fundamentação desta preocupação na vida e atuação de seu fundador, John Wesley, bem como sua influência no modo de produção nascente. A industrialização no Brasil ocorre bem mais tarde e propicia uma série de fenômenos sociais, dentre eles a consciência que as classes populares vão assumindo que no mundo industrializado a educação joga um papel fundamental. Ao final desse estudo, a partir da análise dos períodos estudados, pudemos considerar que, tanto no primeiro contexto histórico como no segundo, o Direito à Educação é negado e só se torna realidade pela luta das próprias classes populares para garantirem este seu Direito.Item Ensino de filosofia no ensino médio e formação emancipatória: uma proposta inspirada em T. W. Adorno(Universidade Metodista de São Paulo, 2025-02-28) RODRIGUES, Priscilla da Silva; FURLIN, MarceloO ambiente escolar é o local em que se evidencia o quanto a filosofia e as demais disciplinas da grande área de humanas são pouco valorizadas. Ressaltamos que a filosofia nunca ocupou espaço privilegiado na educação básica brasileira. Os problemas de pesquisa que se colocam diante deste cenário desfavorável para a disciplina, são: (1) qual a função desta disciplina na formação do jovem estudante do ensino médio? e (2) de que forma a filosofia deverá atuar para promover as capacidades as quais a ela são designadas, considerando a Reforma do Ensino Médio (REM) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? A metodologia escolhida para o desenvolvimento do trabalho é pesquisa bibliográfica e análise documental. Fundamentando-nos na interpretação dos escritos sobre educação de Adorno (1950-1969) e propondo uma reinterpretação atualizada destes, procuraremos neste trabalho apontar caminhos que possam auxiliar o professor de filosofia a extenuar ao máximo as capacidades que a filosofia pode vir a contribuir no tocante a formação desses jovens. O método predominante no trabalho é o hipotético dedutivo, no primeiro momento, porém a predominância deste é o hipotético-indutivo. Nossa hipótese que sustenta esse trabalho é de que a disciplina de filosofia auxilia o discente da Educação Básica a se desenvolver no que se refere à sua formação emancipatória. Os objetivos desta pesquisa são: (1) destacar o papel designado para a filosofia na formação dos jovens da Educação Básica Brasileira, desde a redação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei 9394/1996) até os dias atuais, com o fim da sua obrigatoriedade e a implementação da Nova BNCC; (2) descrever a noção de experiência formativa adorniana e, a partir de nossa interpretação contextualizada dos escritos, posteriormente, reinterpretá-las; (3) propor metodologias replicáveis que possam ser utilizadas na disciplina de filosofia no ensino básico fundamentadas na reinterpretação dos estudos de Adorno. Estas poderão compor futuro curso de formação continuada aos docentes da área. A justificativa se deve ao reconhecimento do pouco prestígio da filosofia e do seu ensino no Brasil. Como resultados esperados pretendemos mostrar como Adorno pode ser reinterpretado para os dias atuais para pensar formas de otimizar a promoção da formação do discente, o que configuraria um legado de contribuição social desta pesquisa.Item Descontinuidade das políticas públicas em educação: ações políticas e alternância de poder(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-10-05) COUTO, José Cláudio Diniz; SOUZA, Roger Marchesini de QuadrosO estudo das continuidades e descontinuidades refere-se às contingências das ações públicas em períodos de alternância de poder, de acordo com Peter Spink. O assunto não é muito discutido no campo da Educação. O seu aprofundamento é baseado em vertentes que procuram revelar a importância da estrutura social no desencadeamento de fenômenos como estes. A questão do estudo de caso Centros Educacionais Unificados da Cidade de São Paulo (CEU) refere-se à manifestação de rupturas e permanências de ações públicas que se concentram na Educação. Hipoteticamente, haveria combinações de descontinuidades e continuidades devido a fatores políticos e financeiros. Identificar processos de descontinuidade na entidade e sistematizar os aspectos teóricos sobre o assunto são os objetivos que envolvem esta análise qualitativa de perspectiva sociológica, que inclue entrevistas, visitas técnicas e estudos de documentos que se concentram na transição entre os governos dos prefeitos Marta Suplicy e José Serra-Kassab. A hipótese mostrou-se incompleta; as continuidades podem ocultar descontinuidades de princípios que são estabelecidos na essência e não na forma.Item Políticas públicas e formação no ensino técnico: desafios de uma instituição pública de ensino no Estado de São Paulo(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-11-27) CALSAN, Eduardo; FISCHMANN, RoseliEsta investigação teve como objetivo identificar as variáveis implicadas no processo de formação profissional considerando as relações do ensino técnico de nível médio com as demandas do sistema econômico e as políticas públicas voltadas para esta modalidade, sobretudo as desenvolvidas nos últimos sessenta anos. Foram ponderados também neste estudo, os indicativos históricos do ensino técnico no Brasil e em São Paulo; a formulação de políticas públicas educacionais sob os aspectos sociopolítico, econômico e histórico, bem como os principais desafios que o curso técnico tem enfrentado em sua trajetória. O percurso metodológico teve como base, inicialmente, a pesquisa bibliográfica e documental, posteriormente complementada pela pesquisa qualitativa. Valeu-se das contribuições dos autores: Braverman, Cunha, Fischmann, Ferretti, Frigotto, Piketty, Carneiro, Ciavatta, Ramos, entre outros. Participaram da pesquisa de campo, mediante aplicação de questionário, professores que atuam no curso técnico de nível médio em uma instituição pública, mantida pelo Governo do Estado de São Paulo. Os resultados coletados foram considerados tendo como parâmetro referencial o elenco de quatro categorias de análise levantadas a priori: currículo, prática docente, qualidade do ensino e cidadania. Entre os dados conclusivos destacaram-se: a ineficiência e a falta de aderência entre o que se espera e o que se tem na realidade de um percurso formativo; a consecução de metas por parte das mantenedoras com a finalidade preponderante relacionada às questões econômicas e não educacionais; a defasagem técnica tendo em vista as constantes mudanças no âmbito da tecnologia; o reduzido debate com vistas ao alinhamento do plano de trabalho docente e, por fim, a visão de que o técnico não é mais considerado o elo entre o graduado e o chão de fábrica e sim, mão de obra qualificada.Item Impacto da implantação do Programa Ensino Integral no atendimento a alunos com deficiência: desdobramentos em duas escolas públicas da Baixada Santista(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-05-04) OSTLER, Denise de Almeida; SOUZA, Roger Marchesini de QuadrosEste estudo teve como objetivo investigar o impacto ocorrido no processo de implementação e implantação do Programa Ensino Integral e os desdobramentos nas práticas educativas dos professores, bem como verificar o nível de desempenho do processo ensino-aprendizagem dos alunos da educação especial. A investigação foi realizada em duas escolas da Baixada Santista, no período de 2014/2015, ambas de regime regular de ensino, passando uma delas em 2015, a funcionar em regime integral. O referencial teórico contou com contribuições de autores da educação inclusiva, incluindo as políticas públicas, sua aplicabilidade e o processo de formação docente. São eles: Mazzotta (2005); Jannuzzi (2012); Lopes, Fabris (2013); Mantoan (2006,2009); Stainback; Stainback (1999,2008), entre outros. Sobre o ensino integral recorreu-se a autores como: Teixeira (1994), Costa et al. (2008), Paro (2001), entre outros. Iniciou-se pela pesquisa bibliográfica e análise documental, considerando documentos legais internacionais e nacionais (incluindo a legislação da educação inclusiva e integral), assim como, as proposições da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Complementou-se com a pesquisa de campo, de abordagem qualitativa. Com base na análise do conteúdo foram coletadas narrativas de professores, do coordenador pedagógico e dos gestores das escolas investigadas, por meio de questionários e entrevistas; os resultados configuraram-se a partir das categorias de análise.Constatou-se impacto significativo mediante a implantação do novo programa referente ao atendimento especializado para o aluno com deficiência no contraturno, assim como, em relação ao aumento nas horas de permanência na escola, além dos conflitos gerados no cotidiano escolar para professores, gestores e comunidade, com contundente repercussão nas dimensões pedagógicas, estruturais e de gestão. Destacaram-se aspectos de efetividade, assim como, de não efetividade do processo ensino-aprendizagem, com implicações no desenvolvimento de competências, acesso, permanência e terminalidade dos alunos da educação especial, quesitos fundamentais de uma educação básica de qualidade, garantida por lei como direito.Item O estágio supervisionado obrigatório na formação docente: um estudo a partir de um curso de pedagogia na modalidade a distância(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-05-25) LUSSICH, Cleonice de Almeida Cunha; BAHIA, Norinês PanicacciA presente tese teve por objetivo explicitar o valor e o significado formativos do estágio supervisionado obrigatório para licenciandos e egressos de um curso de Pedagogia a distância na perspectiva da construção de saberes necessários à prática, bem como ao processo de constituição da identidade profissional do pedagogo. A pesquisa, de cunho qualitativo, realizou um estudo sobre a proposição e desenvolvimento do estágio supervisionado obrigatório de um curso de Pedagogia a distância, de uma Instituição de Ensino Superior, comunitária, localizada em São Paulo e os sujeitos colaboradores foram licenciandos, egressos, coordenador e professores/tutores do referido curso. Os instrumentos para a coleta de dados foram: aplicação de um questionário para delineamento do perfil dos licenciandos, realização de entrevistas de aprofundamento com egressos e elaboração de relato de experiência pela coordenadora e professoras/tutoras. Realizamos também uma análise da revisão da literatura e documental sobre o histórico do curso de Pedagogia a distância no contexto educacional, das Diretrizes Curriculares Nacionais da Pedagogia, bem como dos princípios e fundamentos sobre o estágio supervisionado do curso investigado. Os aportes teóricos ancoraram-se, principalmente, em autores como: Bahia (2012; 2013; 2015); Pimenta (2009); Pimenta e Lima (2010); Gatti (2009; 2010), Gatti, Barreto e André (2011); Libâneo (2003; 2004; 2006); Lima (2012); Moran (2009; 2011; 2013); Piconez (2005); Scheibe (2006; 2007); Silva (2003); Tardif (2000; 2003) e Zabalza (2014). Os dados da pesquisa evidenciaram que a experiência do estágio no curso de Pedagogia a distância da instituição investigada configura-se como um espaço/tempo de construção de saberes docentes e identidade profissional, tendo em vista alguns diferenciais da modalidade, observados e analisados, e que indicam a preocupação com a qualidade formativa. Foi possível inferir também que as instituições que atuam com a formação de professores na modalidade a distância não podem ser generalizadamente classificadas como certificadoras e que oferecem uma formação aligeirada, pois há que se analisar cuidadosamente a proposição, os pressupostos, os procedimentos dos projetos pedagógicos, o desenvolvimento das aulas, das atividades propostas, do acompanhamento e avaliação dos licenciandos, do ambiente virtual e dos materiais disponíveis, entre outras tantas questões muito específicas desta modalidade de ensino. De um modo geral, os resultados indicam que o curso investigado apresenta condições para uma formação adequada e ajustada às orientações oficiais e que, apesar da observação de algumas lacunas e limitações, há possibilidades de superação das mesmas.Item Cartografias da educação menor: anti-paideia, rizoma e linhas de fuga no horizonte nômade de Gilles Deleuze e Félix Guattari(Universidade Metodista de São Paulo, 2025-05-19) ASSIS, Rafael Augusto de; PAGANOTTI, IvanO estudo ora apresentado propõe a realização de uma análise da educação tradicional (Educação Maior) sob a perspectiva do pensamento de Deleuze e Guattari. A investigação questiona os modelos hierárquicos e normativos da pedagogia clássica, que são estruturados sob o ideal da Paidéia, confrontando-os com uma abordagem rizomática e descentralizada do conhecimento. Inspirada no conceito de Educação Menor, a pesquisa explora os processos de subjetivação, as resistências e as linhas de fuga que rompem com os sistemas educativos disciplinadores. Através do prisma do nomadismo, são mapeadas práticas pedagógicas que fomentam a criatividade, e a potencialização dos corpos, rompendo com a homogeneização dos saberes. Ao articular conceitos como rizoma, devir e linha de fuga, a tese busca promover uma cartografia de novas possibilidades educativas que dialogam com a multiplicidade e a abertura ao imprevisível no processo formativo.Item O criador-criado: uma fenomenologia da educação para a criatividade(Universidade Metodista de São Paulo, 2025-02-27) FONSECA, Fábio Luiz Socreppa da; FURLIN, MarceloA presente pesquisa aborda a criatividade a partir de uma perspectiva fenomenológica, com ênfase na educação como prática constitutiva da liberdade e da produção/transformação sociocultural. Justifica-se o estudo pelo reconhecimento da criatividade não apenas como habilidade artística, mas como dimensão essencial da condição humana e força motriz para a reinvenção do indivíduo e das estruturas sociais. Nessa perspectiva, a criatividade é compreendida enquanto projeto de ser, em que a ação criadora se insere no diálogo entre a subjetividade do indivíduo e os horizontes socioculturais que a constituem. O trabalho fundamenta-se em uma metodologia bibliográfica e fenomenológica-hermenêutica, sustentada pelas contribuições teóricas da fenomenologia da corporeidade de Merleau-Ponty, da discussão da criatividade a partir de autores como Ostrower e Glăveanu, além de pensadores educacionais como Freire, Gadotti e Libâneo. O objetivo central é oferecer bases para uma epistemologia da criatividade que articule a dimensão individual e coletiva desse fenômeno, destacando sua centralidade no campo da educação para a formação de sujeitos autênticos e capazes de interagir criticamente com o mundo. O primeiro capítulo investiga a criatividade na história e na cultura, examinando as transformações de sua concepção desde a antiguidade até o contemporâneo, em que se manifesta como uma competência essencial no cenário educacional e social. No segundo capítulo, a pesquisa adentra os fundamentos fenomenológicos da criatividade, discutindo sua relação com a constituição humana a partir das ideias de liberdade, corporeidade e enraizamento cultural, conforme delineado pela fenomenologia do corpo de Merleau-Ponty. Por fim, o terceiro capítulo investiga a criatividade no contexto educacional, argumentando a favor de uma abordagem progressista que a reconheça como direito fundamental e elemento transformador das práticas pedagógicas. Entre os principais resultados, o texto aprofunda a discussão que interrelaciona a fenomenologia-hermenêutica com a teoria da enação, além da organização da consciência do ser a partir da noção de condições de possibilidade. Destaca-se também a conceituação da criatividade como fenômeno dialético, mediado pelas condições materiais e culturais, e sua relevância para uma educação voltada à emancipação humana. Ao invés de limitar-se à reprodução de normas e valores, a educação é apresentada como espaço para o cultivo da imaginação criadora e da liberdade de ser. Em contraponto, problematizam-se as tendências conservadoras que instrumentalizam a criatividade, restringindo-a a um utilitarismo que ignora suas implicações filosóficas e existenciais. Conclui-se que a criatividade, enquanto parte indissociável do processo educativo, precisa ser promovida de forma intencional, não apenas como habilidade técnica, mas como condição para a constituição de sujeitos críticos e transformadores. Tal perspectiva reforça o compromisso da educação com o desenvolvimento humano em sua totalidade, reafirmando seu papel na construção de uma sociedade mais livre, inovadora e sensível às complexidades do mundo contemporâneo.Item Proposições para o enfrentamento da crise dos cursos de formação docente: o Programa Institucional das Licenciaturas da UMESP(Universidade Metodista de São Paulo, 2018-06-19) FREITAS, Silvia Perrone de Lima; SOUZA, Roger Marchesini de Quadros; FURLIN, MarceloO objeto desta pesquisa de cunho qualitativo tem como centralidade a crise enfrentada pelos cursos de licenciatura, gerada pelo baixo interesse da juventude pela profissão docente. O problema que norteia a investigação está relacionado à compreensão geral do fenômeno, em especial, a gênese da crise e o entendimento do por que tantos cursos ligados à área da educação estão sendo fechados. O objetivo central desta pesquisa é contribuir para uma reflexão sobre as licenciaturas e profissão docente, estudando os caminhos de enfrentamento escolhidos pela Universidade Metodista de São Paulo, em especial, pelo Programa Institucional das Licenciaturas (PIL). A base teórica para este estudo encontra-se em Alves (2013) e Sennett (2004), quando discutem a nova morfologia social do trabalho gerada pelo capitalismo global e seu impacto na profissão docente. Também como aporte teórico, Gatti, Barreto e André (2011) contribuem com o debate ao analisarem as políticas de formação docente e ações de valorização do professor para a melhoria da qualidade da Educação Básica. Outros estudos que auxiliam as reflexões da temática são os realizados pela Fundação Carlos Chagas (2009) e suas pesquisas sobre a baixa atratividade da carreira docente. A investigação contou com estudo de caso descritivo referente ao PIL por meio de análise documental, revisão bibliográfica e entrevistas semiabertas com cinco sujeitos envolvidos diretamente com o programa. O estudo possibilitou a confirmação da hipótese de que a crise das licenciaturas nasce de uma crise maior gerada pelo sistema capitalista, que se revela por exacerbada relação de competitividade e por relações flexíveis e voláteis entre tempo e espaço, as quais exigem trabalhadores mais ágeis e que atendam aos paradigmas emergentes de uma sociedade impaciente. Nossa época está nesta perspectiva, marcada por uma nova morfologia social do trabalho, que é gerada por uma estrutura de poder e controle que afeta as relações sociais e laborais, não excluindo a profissão docente.Item Aspectos ontológicos e antropológicos da amorevolezza na educação salesiana(Universidade Metodista de São Paulo, 2018-08-15) SOARES, Silvana; JOSGRILBERG, Rui de Souza; FURLIN, MarceloO objetivo desta pesquisa é descrever os aspectos antropológicos e ontológicos da amorevolezza (amor) na filosofia educativa salesiana, para aprofundá-los numa perspectiva fenomenológica e interpretar os desdobramentos dessa filosofia educativa com a intenção de indicar as suas contribuições para a filosofia da educação. A presença significativa de referenciais históricos e pedagógicos sobre a educação salesiana construída na sua origem e no seu desenvolvimento permite o aprofundamento dessa experiência educativa. Entre as intenções da educação salesiana, encontra-se o princípio da amorevolezza, ou seja, do amor demonstrado na prática educativa. Nos diversos escritos de Dom Bosco e de Maria Domingas Mazzarello, o sentido do princípio da amorevolezza está presente e permite verificar aspectos relacionados à amorevolezza à luz de uma perspectiva da antropologia filosófica. A metodologia para a realização da pesquisa parte do princípio da fenomenologia, que tem em vista compreender o todo e os desdobramentos dos sentidos para chegar à essência. Assim, ampliam-se descritivamente os aspectos antropológicos e ontológicos da amorevolezza. Para aprofundar o sentido em relação à antropologia filosófica, realizou-se um confronto com alguns teóricos da antropologia filosófica, como Elydio Santos Neto, Edith Stein, Merleau-Ponty, Max Scheler, Josef Pieper, Romano Guardini, Rui Josgrilberg. A verificação de uma intenção educativa voltada inteiramente para a pessoa revela, naturalmente no princípio da amorevolezza realizada nas experiências de Dom Bosco e de Maria Domingas Mazzarello, um olhar antropológico e ontológico. O conceito da amorevolezza emerge com um sentido da compreensão da pessoa como um ser constituído pelo amor, pela bondade e por potencialidades, capaz de interiorizar as virtudes e os valores. Constatou-se que o sentido da amorevolezza apresenta aspectos relacionados à antropologia e à ontologia, considerando-se a pessoa na totalidade que a constitui, a sua essência e as potencialidades que pode desenvolver. A filosofia da educação salesiana é permeada por elementos que valorizam a pessoa na sua totalidade e, dessa forma, considera as dimensões da afetividade, da razão, da sua capacidade de transcendência. Na prática educativa se observou que o aspecto relacional é fundamental para a formação da pessoa. A formação do educador à de uma visão antropológica e ontológica é um desdobramento da prática educativa vinculada ao sentido do amor e à necessidade fundamental de uma relação dialógica no processo educativo.