Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde
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Item Relações entre liderança autêntica, percepção de suporte social, resiliência e engajamento no trabalho(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-02-01) MORAES, Elton Ramos; MARTINS, Maria do Carmo FernandesA relação entre engajamento no trabalho e desempenho profissional tem sido corroborada em estudos científicos da área, embora sua causalidade não seja direta, faz-se necessário o entendimento de quais variáveis antecedem ou são consequentes para ampliar esse entendimento. Com o desafio de encontrar respostas para essas relações no trabalho, o objetivo central desta tese foi o de verificar o impacto dos construtos de liderança autêntica e da percepção de suporte social no trabalho no engajamento no trabalho, sendo moderados pela resiliência. Participaram do estudo 298 trabalhadores voluntários, sem restrição de sexo, maiores de idade e com vínculo empregatício. Os dados foram coletados eletronicamente, depois de convite feito por meio de contato com a empresa onde trabalham e redes sociais, e de assinarem Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para a coleta dos dados foram utilizadas as escalas de liderança autêntica, percepção de suporte social no trabalho, resiliência e engajamento no trabalho, válidas e com índices aceitáveis de fidedignidade, além de questionário de dados sociodemográficos para caracterização dos participantes. Suas respostas foram analisadas por meio de análises estatísticas descritivas (média, moda, mediana, desvio-padrão e variância) e multivariadas (equação estrutural) para teste do modelo proposto. Os resultados revelaram que a percepção de suporte social no trabalho foi a variável que obteve maior impacto sobre o engajamento no trabalho, principalmente no papel de prover informações rápidas e confiáveis ao indivíduo e que liderança autêntica não teve impacto significativo no variável critério. Testando o efeito moderador da resiliência, a análise comprovou que ao incluir a variável na relação desse modelo, ocorre a potencialização de todas as variáveis, ou seja, a resiliência é um recurso pessoal fundamental para aumentar o poder de explicação do engajamento no trabalho. Esses achados corroboram com a literatura considerando a resiliência como um dos principais recursos do indivíduo para enfrentamento das situações difíceis, e uma variável moderadora e que a percepção de bom suporte social no ambiente de trabalho cultiva ambientes propícios para que trabalhadores sejam mais engajados com seu trabalho.Item Influência das vivências acadêmicas e da autoeficácia na adaptação, rendimento e evasão de estudantes nos cursos de engenharia de uma instituição privada(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-02-06) MATTA, Cristiane Maria Barra da; MARTINS, Maria do Carmo Fernandes; HELENO, Maria Geralda VianaO impacto do início da vida acadêmica pode afetar a autoeficácia e dificultar a adaptação dos estudantes. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da autoeficácia e das vivências acadêmicas na predição de rendimento e de evasão escolar. Para a coleta de dados utilizaram-se o Questionário de Dados Sociodemográficos, o Questionário de Vivências Acadêmicas – versão reduzida (QVA-r) e a Escala da Autoeficácia na Formação Superior (AEFS). Resultados de desempenho no vestibular, rendimento escolar e evasão foram fornecidos pela instituição na qual o estudo foi desenvolvido. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas e inferenciais. Participaram do estudo 407 estudantes de primeira série do curso de Engenharia de uma instituição privada, majoritariamente do sexo masculino, com idade média de 18,5 anos. A adaptação acadêmica dos estudantes foi favorecida pela satisfação com o curso e com a instituição e, principalmente, pelos bons relacionamentos interpessoais, também confirmados pela elevada autoeficácia na interação social. A confiança na capacidade de aprender e de autorregular as ações e às questões referentes à proatividade foi um pouco reduzida, se comparada à autoeficácia na interação social e na gestão acadêmica. O modelo proposto previu 60% do rendimento. As contribuições positivas foram conhecimento básico, hábitos de estudo, sentimentos quanto ao curso escolhido e à carreira, e autoeficácia acadêmica e na gestão acadêmica. Além desses fatores, o sucesso acadêmico dos ingressantes poderia ser atribuído à qualidade da transição do período desenvolvimental e das políticas educacionais da instituição. Sugere-se a promoção de atividades que possam nutrir as crenças de autoeficácia dos estudantes, que orientem seus hábitos de estudo e à gestão de seu tempo. O ambiente educacional deve promover bem-estar físico e psicológico à comunidade estudantil. A deficiência no conhecimento básico foi um preditor significativo de evasão, explicação entre 38% e 50% da variância encontrada. Tornou-se evidente que os fatores socioeconômicos, vocacionais e interpessoais podem ser determinantes do abandono escolar. Os resultados foram discutidos à luz da literatura da área.Item Violência no namoro: relações entre traços de personalidade, estresse, distorções cognitivas e práticas parentais(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-02-13) PINHEIRO, Cesar Roberto; SERAFIM, Antonio de PáduaEste estudo teve como objetivo verificar se traços de personalidade, práticas parentais, distorções cognitivas e estresse estão associados à aceitação de violência em pessoas envolvidas em relações de namoro. Colaboraram com esta pesquisa 311 participantes, 228 mulheres e 83 homens, com idade igual ou superior a 18 anos, estudantes de uma universidade localizada no Grande ABC Paulista. Para a coleta de dados, foram utilizados: Questionário sociodemográfico, Inventário de personalidade cinco fatores revisado (NEO FFI - R), Escala de distorções cognitivas (EDC), Escala de exigência e responsividade (EER), Escala de ansiedade, depressão e estresse (EADS) e a Escala de aceitação de violência no namoro (EAVN). Os principais resultados das análises descritivas e correlacionais indicaram que 42,12% dos participantes apresentaram elevado nível de estresse (severo e extremamente severo) e, particularmente, as mulheres apresentaram níveis mais elevados de estresse. Verificou-se que o neuroticismo esteve positivamente associado ao alto nível de estresse, indicando que quanto maior o escore de neuroticismo, mais elevado o nível de estresse. Os dados também revelaram correlação positiva entre parentalidade autoritária materna e paterna com aceitação de violência no namoro. Quanto às distorções cognitivas, os maiores índices são dos domínios auto culpa e preocupação com o perigo, sendo que, dentre estes, as distorções mais mencionadas respectivamente são “Culpar-se a si mesmo por alguma coisa, mesmo que provavelmente a culpa não tenha sido sua” e “Pensar o pior quando alguém quer lhe falar alguma coisa”. No que tange à variável violência no namoro, encontrou-se correlação positiva com neuroticismo, indicando que quanto maior o escore deste, maior a probabilidade de aceitação de violência nos relacionamentos.Item Validação e normatização do questionário de diagnóstico adaptativo operacionalizado (QDAO)(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-06-26) FARHAT, Cecilia Aparecida Vaiano; MARTINS, Maria do Carmo FernandesEste estudo teve por objetivo buscar evidências de validade e normatização para o Questionário Diagnóstico Adaptativo Operacionalizado, que avalia a Eficácia Adaptativa em população es- pecífica de estudantes universitários. Para que este instrumento possa ser aplicado numa popu- lação em indivíduos maiores de 18 anos, ambos os sexos e com nível de escolaridade mínimo de ensino médio completo, há a necessidade de sua reavaliação. Eficácia adaptativa é entendida como o grau de adaptação do indivíduo, advinda da coerência entre seus valores internos e os valores da cultura em que vive. O conceito de adaptação subdivide-se em quatro aspectos: Afe- tivo Relacional, Produtividade, Sociocultural e Orgânico. Inicialmente, os 210 itens que com- punham o QDAO foram reavaliados por quatro juízes especialistas (análise de conteúdo) para verificar a quais setores da adaptação os itens pertenciam. Foram mantidos somente os itens que apresentaram concordância entre os juízes maior ou igual a 80%; assim, o instrumento foi reduzido para 178 itens; em seguida foi realizada a análise semântica, depois da qual o instru- mento foi finalizado com 177 itens. Logo, o novo instrumento, ficou com 177 itens, possui validade de conteúdo para avaliar a adaptação tendo em vista que os índices Kappa individuais e o global alcançaram valores maiores do que 85%, acima do padrão estabelecido pela literatura que é de 80%. De posse do novo instrumento foi realizada a coleta de dados, por meio da pla- taforma on-line do Google-drive. Participaram 489 pessoas, sendo 42,94% com idades entre 19 a 23 anos, totalizando 78% entre 18 a 33 anos (n=380). A maioria eram mulheres 73% (n=355), 49,7% tinham o ensino médio; os solteiros representaram 72% (n=351), a maioria com a renda familiar de até 5 salários mínimos, 39% (n=192) e entre 5 a 10 salários mínimos 35% (n= 168); a maioria dos participantes era da região sudeste (79,6%). Os dados compuseram uma planilha eletrônica e foram analisados pelo software RStudio, por meio do qual foram realizadas as aná- lises dos indicadores de validade e a normatização do novo QDAO. Foi utilizada a Teoria de Resposta ao Item (TRI) multidimensional com a metodologia bfactor. Os resultados revelaram que 60 itens poderiam explicar o construto e apontam que o modelo apresenta índices razoáveis de ajustamento (M2 = 3434.626 (p<0,05), RMSEA = 0,0523 com intervalo de confiança de 95% = [0,050007;0,054555], SRMSR = 0,0670, TLI = 0,7916, CFI = 0,8073) e a fidedignidade geral foi de 0,82, mas somente o setor AR obteve um valor aceitável (0,78), mas está sendo proposto o modelo com 32 itens e do setor A-R. Foram apontados quais itens discriminam cada setor da adaptação. Foi proposta uma normatização que utiliza o critério do limite do intervalo inter- quartil para detectar os indivíduos com algum problema em algum setor da adaptação obser- vando-se os valores que estão fora desse intervalo interquartil. Comparações com outras estru- turas identificadas na literatura revelaram algumas semelhanças quanto às dimensões identifi- cadas, embora haja diferenças na composição dos itens. Apenas uma dimensão possui índice de fidedignidade aceitável. São apontados problemas no estudo e sugere-se uma agenda de pes- quisa.Item Traços de personalidade, estresse, ansiedade, depressão, apego e vínculo mãe-bebê no ciclo gravídico-puerperal(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-02-28) PROCÓPIO, Camila Viana de Almeida; SERAFIM, Antonio de PáduaProcópio, C. V. A. (2019). Traços de personalidade, estresse, ansiedade, depressão, apego e vínculo mãe-bebê no ciclo gravídico-puerperal. (Tese de Doutorado, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, Brasil). O ciclo gravídico-puerperal (CGP) traz consigo mudanças bruscas que demandam rápidas adaptações. O principal objetivo desta pesquisa foi avaliar e descrever traços de personalidade, ansiedade, depressão, estresse e vínculo mãe-bebê em mulheres no CGP. Participaram desta pesquisa 66 mulheres da gestação ao pós-parto. Os dados foram através da plataforma do Google Forms. A pesquisa foi efetuada em três etapas. Na primeira etapa as mulheres estavam com 24 semanas de gestação ou mais, na segunda estavam no puerpério (30 dias após o parto) e na terceira etapa foi 4 meses após o parto. Foram aplicados os seguintes instrumentos: questionário sócio demográfico e de saúde; Escala de Apego Materno Fetal – AMF; Escala de Vinculação do Adulto – EVA; Escala de Estresse Percebido - PSS; Questionário de Auto Relato – SRQ-20; Escala de Rastreamento Populacional para Depressão (CES-D); Inventário de Ansiedade Traço-Estado – IDATE; Inventário de Personalidade - NEO-FFI-R. Inventário de Percepção Vincular Materna - IPVM; Para a análise dos dados foi utilizado o SPSS. As participantes foram divididas em dois grupos, Grupo Experimental (GE) com altos níveis para o traço de personalidade neuroticismo e Grupo Controle (GC) para as participantes com níveis baixos de neuroticismo. Os principais resultados demonstraram que as participantes do GC apresentaram ansiedade, tanto em traço quanto em estado, mais elevada do que as participantes do GE. As mulheres que apresentam elevação do neuroticismo expressam mais presença de depressão, da percepção do estresse e de transtornos mentais comuns. Pode-se concluir que as mulheres com neuroticismo alto e muito alto apresentaram mais desgaste, mais sofrimento, presença de depressão, alta percepção de estresse, presença de transtorno mental comum e vínculo ansioso, indicando que são mais reativas. No entanto, estes achados não influenciaram na formação do vínculo mãe-bebê.Item Livre expressão lúdica grupal como estratégia de enfrentamento em crianças negligenciadas(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-10-26) SOUZA, Francisca Yana Bizerra Alves de; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoA literatura especializada indica que a negligência é a forma mais recorrente entre os maus-tratos contra crianças e adolescentes. Estudos apontam que as crianças negligenciadas podem acumular problemas múltiplos em seu desenvolvimento e em suas capacidades adaptativas, sendo a violência vivenciada de forma única, dependendo de uma multiplicidade de fatores de natureza pessoal. O processo criativo pode ser visto como uma das possibilidades para se vencer uma situação traumática, já que este é definido como a capacidade de criar alternativas vitais. Considerando o brincar como exemplo da maior criatividade e desenvolvimento integral do ser, é possível dizer que a livre expressão lúdica pode contribuir na percepção que a criança tem acerca de si mesma e da sua vivência de negligência, aumentando a autoestima e promovendo seu desenvolvimento emocional e afetivo. Trata-se de um estudo exploratório descritivo de caráter qualitativo, cujo objetivo foi avaliar e relacionar aspectos psicodinâmicos de crianças vítimas de negligência antes e depois do processo de intervenção baseado em oficinas grupais de livre expressão lúdica. A amostra foi composta por sete crianças, de ambos os sexos, encaminhadas a uma unidade de acolhimento institucional por determinação judicial ou orientação do Conselho Tutelar, exclusivamente por terem sido esgotadas as possibilidades de manutenção em seio familiar. A amostra foi selecionada de forma não-probabilística casual, de acordo com a conveniência. Foram utilizados como instrumentos o Desenho da Figura Humana (DFH) e o Desenho da Pessoa na Chuva (DPC), ambos aplicados individualmente antes e após a realização das oficinas grupais que utilizaram como referencial conceitual a técnica de Grupo Operativo de Pichon- Rivière. Foram realizados oito encontros em grupo analisados usando os parâmetros oferecidos pelo Esquema Conceitual Referencial e Operativo (ECRO). Os dados obtidos pelos instrumentos aplicados na etapa inicial e final foram compreendidos em conjunto com o processo desencadeado pelas oficinas realizadas em grupo, sendo analisados a partir de contribuições da psicanálise de grupos e da própria psicanálise para a análise dos resultados dos instrumentos aplicados. A proposta da oficina grupal de livre expressão se mostrou mobilizadora, permitiu a emergência e elaboração de aspectos mal integrados relacionados à vida dentro e fora do abrigo, sendo relevante sua aplicação em contextos institucionais como foi realizado nesse estudo. A realização de atividades de livre expressão em grupo pode-se constituir em uma ferramenta promotora de saúde desse segmento da população, evitando o seu adoecimento e o comprometimento de aspectos importantes do desenvolvimento infantil e, portanto, minimizando o sofrimento dessas crianças.Item Violência psicológica em relacionamentos íntimos: estudo com casais jovens(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-04-07) SANTOS, Jurandir dos; REZENDE, Manuel MorgadoEste estudo objetivou descrever, analisar e investigar as manifestações de violência psicológica entre parceiros íntimos. O assunto é relevante para a ciência porque esse tema ainda é muito recente e pouco explorado no mundo todo, o que se confirma com a localização de apenas 71 artigos, publicados em 34 países, por diferentes áreas, entre os anos de 2005 até 2018. Destaca-se ainda que, desse total, nenhum artigo específico com o descritor “violência psicológica” foi localizado. Todavia, para a realização deste trabalho, optou-se pela realização de uma pesquisa quantitativa, descritiva de corte transversal e por conveniência, com 651 sujeitos, de ambos os sexos, com idade entre 14 a 23 anos, de uma instituição de educação profissional, em oito diferentes cidades, agrupadas em três macrorregiões: Grande São Paulo, Litoral e Interior do Estado de São Paulo, que afirmaram ter algum tipo de relacionamento com parceiro(a) íntimo(a), por meio do Questionário de Maus-tratos Psicológicos (QMP), através de uma escala LikeRt, com cinco pontos, com variação dos critérios: “discordo muito” a “concordo muito”. O QMP é composto de sete fatores (desvalorização, humilhação, indiferença, intimidação, imposição de condutas, culpabilização e bondade aparente) e 23 subfatores. Para cada subfator foram criados quatro itens, totalizando 92, que foram submetidos para a análise de 15 juízes. Desses, 7 responderam e, com 80% de concordância deles, deu-se a origem ao questionário da pesquisa. As hipóteses levantadas foram: se as expressões de violência psicológica classificadas pelo QMP estão presentes desde os primeiros relacionamentos íntimos e se os homens são mais propensos à prática desse tipo de violência do que o público feminino. Como resultados, pode-se destacar que a agressividade é inerente ao ser humano, mas a violência é um comportamento aprendido, que se prolifera no silêncio, é reproduzida entre gerações e atinge todas as camadas sociais, apesar de apresentar maior presença em ambientes hostis, com baixa escolaridade e vulnerabilidade social. Apesar de a revisão bibliográfica localizar trabalhos que evidenciaram a violência psicológica entre parceiros íntimos, entre jovens, idosos, pessoas do mesmo sexo e homens, as mulheres foram as vítimas mais citadas, em especial nos relacionamentos conjugais; no entanto, de acordo com a aplicação do QMP, não houve diferença significativa entre os sexos. A violência psicológica ocorre desde os primeiros relacionamentos e mostrou-se presente em todos os fatores e subfatores do QMP. Suas consequências vão desde insônia, ansiedade, medo, angústia, estresse, depressão, até casos de comportamentos suicidas. A maior preocupação, que é o tema central deste trabalho, concentra-se no relacionamento entre jovens, que geralmente se encontram imaturos, cercados de dúvidas, e em formação da sua identidade e personalidade. Portanto, o assunto deve ser levado ao debate social, tratado no núcleo familiar e em equipes multidisciplinares, além de se alertar para a emergência de novas produções sobre violência psicológica e violência entre parceiros íntimos, em especial, na área da Psicologia.Item Percepções de docentes sobre gênero, relações raciais e saúde(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-07-31) BACCELLI, Marcela Silva; SILVA, Rosa Maria Frugoli daEsta pesquisa tem como objetivo compreender as percepções de docentes da Educação Infantil sobre gênero, relações raciais e analisar como essas perspectivas se relacionam com a saúde. O estudo justifica-se pela consideração de que a escola é um dos espaços que interferem no complexo processo de construção das identidades e formação dos sujeitos. A pesquisa de delineamento qualitativo foi desenvolvida por meio de questionário sociodemográfico e realização de entrevista semiestruturada com docentes da Educação Infantil do setor público, sendo duas escolas com participação de seis docentes; e do setor privado, também duas escolas com nove professores participando da pesquisa. Os dados foram sistematizados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (2011), abordando as categorias: 1) fazendo gênero; 2) o lugar do corpo; 3) o lócus da mídia e da televisão; 4) religião, Estado e educação infantil; 5) racismo na escola; 6) a invisibilidade da Lei nº10.639/2003; e 7) interseccionalidade entre relações de gênero, relações raciais e saúde, as quais foram relacionadas às bases teóricas utilizadas na estrutura da pesquisa. Os resultados demonstraram que, embora os/as docentes reconheçam as situações de opressão e violência suscitadas no cotidiano escolar, não correlacionam essas perspectivas com uma visão de gênero, na qual os papéis sociais são flexíveis e não naturais. O papel da mídia foi percebido como determinador de gênero e não foi identificada a presença de discurso laico, mas se constatou a presença de referências religiosas como norteadoras do conhecimento formal e de relações interpessoais no âmbito escolar. Os conteúdos de diversidade racial são pontuais e mínimos no processo de aprendizagem, bem como a invisibilidade do racismo no campo dos dispositivos escolares da educação infantil, o que interfere diretamente no processo de produção de subjetividades e da saúde psicológica das crianças.Item Qualidade de vida e bem-estar subjetivo em idosos incluídos em programa de cultura, educação e promoção da saúde(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-03) VENTURA, Cristina de Fátima; REZENDE, Manuel MorgadoO objetivo deste estudo foi identificar, descrever e analisar a Qualidade de Vida e Bem-Estar Subjetivo de idosos, através do olhar daquele que envelhece. A perspectiva teórica Lifespan, que traz o paradigma do desenvolvimento ao longo de todo o curso da vida, foi a base da fundamentação teórica. A pesquisa caracteriza-se com um estudo de caráter descritivo do tipo transversal e de abordagem quantitativa, realizado com 80 idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, incluídos em programa de educação, cultura e promoção da saúde, do município de Bertioga. Foram utilizados os seguintes instrumentos: a) Questionário de Qualificação Sociodemográfica; b) Escalas de Qualidade de Vida de reconhecimento internacional (WHOQOL-Bref e WHOQOL-Old), importantes para conhecer as percepções da população, em especial da idosa; c) Escala de Bem-Estar – Subjetivo (Albuquerque & Tróccoli). Os dados foram compilados utilizando-se o software SPSS versão 22 para Windows por meio do teste ANOVA para comparação das médias entre as variáveis e a correlação de Pearson, sendo p com valores < 0.05 aceitos como estatisticamente significativos. Os resultados obtidos confirmaram as hipóteses de que as variáveis sociodemográficas, sexo, escolaridade, estado civil e condição de trabalho, para o grupo em questão, não estão relacionados com melhor percepção de qualidade de vida e bem-estar subjetivo, assim como a idade não apresenta significância quanto a percepção destes construtos. No entanto, observou- se diferença significativa (p< 0.05) para três situações: a) os solteiros e viúvos possuem mais afeto negativo e os idosos separados e divorciados tem menor influência deste , b) os homens possuem mais afeto positivo do que as mulheres e c) os participantes que se encontram ativos no mercado de trabalho apresentam relação de significância com a faceta Intimidade, que diz respeito a percepção sobre o sentimento de companheirismo e disponibilidade maior para amar e ser amado. Comparando os achados desta pesquisa com estudos em população idosa não incluídas em programas para terceira idade, conclui-se que idosos que participam de atividades coletivas organizadas apresentam melhor percepção de qualidade de vida e bem-estar subjetivo.Item Estudo psicofisiológico do desempenho da técnica de neurofeedback nos processos atencionais(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-01-27) SOLANO, Gilberto do Carmo; BASILE, Luis Fernando HindiIntrodução: O neurofeedback eletroencefalográfico consiste no monitoramento e retroalimentação da atividade elétrica cerebral, visando o aprendizado do controle consciente por parte do indivíduo, de aspectos do funcionamento geral do cérebro e promover alteração nos padrões dos potenciais elétricos do córtex, de maneira que haja um condicionamento de faixas de frequência das ondas. Pesquisas anteriores evidenciaram que a relação entre oscilações Teta (4-8 Hz) e Beta (13-30 Hz) no eletroencefalograma está associada ao aprendizado de feedback ligado à atenção. Um treinamento estabelecido é da razão de potência Teta/Beta, que tem o objetivo de melhorar um estado de atenção sustentada, reforçando reduções nas amplitudes Teta (4-8 Hz) e aumento nas amplitudes Beta (13-30 Hz). No entanto, os mecanismos neuronais que mediam um treinamento bem sucedido do neurofeedback ainda não foram suficientemente descobertos. Objetivo: Verificar se a razão Teta/Beta indicada pelo aparelho de neurofeedback correlaciona-se com aquelas obtidas durante o desempenho em tarefas de atenção mensuráveis independentemente. Método: A amostra foi constituída por 22 sujeitos com faixa etária entre 21 e 63 anos de idade. Os dados foram registrados por Eletroencefalograma (EEG) de quatro canais obtidos durante cinco condições: LBase (repouso), Treino de Neurofeedback (NFBK), Tarefa de Performance Contínua (CPT), Teste d2R e Teste de Substituição de Dígitos por Símbolos (DSST). Os dados de EEG foram analisados pela amplitude em três faixas de frequências (Teta, Alfa e Beta) e pela Razão Teta/Beta. As diferenças no EEG entre condições foram analisadas por meio do teste estatístico não paramétrico de Friedman. As correlações foram verificadas por meio do coeficiente de correlação de postos de Spearman. Resultados: Quanto às comparações de NFBK e LBase, não foi observada redução na razão Teta/Beta. Somente o eletrodo F3 apresentou diferença, com aumento de relação Teta/Beta em DSST comparado com repouso e com d2R. Nas comparações de Alfa, em relação a linha de base (LBase), apenas em C4 observou-se relação significativa entre CPT e LBase, com CPT menor que Lbase. Nas correlações intra indivíduos entre TR e razão Teta/Beta, somente cinco dos 22 sujeitos da amostra apresentaram correlações significativas, porém, em direções opostas. Não foram observadas reduções da razão teta/beta ou em alfa nas correlações entre as varáveis eletrofisiológicas médias e comportamentais entre indivíduos. Discussão: Os resultados alcançados com este trabalho não corroboram estudos anteriores, em que a relação Teta/Beta está negativamente relacionada ao controle atentivo, ou seja, Teta aumentada e/ou Beta reduzida, observadas durante tarefas de atenção. Os resultados indicaramm que o NFBK não alterou ou reduziu a TBR. Nenhuma mudança consistente dentro da sessão de TBR foi encontrada na medição de LBase, em comparação com a medição de treinamento de NFBK de 15 minutos, sugerindo que o NFBK não induz quaisquer alterações nas medições de EEG levando à diminuição da relação TBR. Conclusão: Os achados deste estudo se mostram em desacordo com o esperado, pois não houve evidências de que o neurofeedback orientado para redução da razão Teta/Beta fora efetivo em participantes saudáveis.Item Vivência de violência na infância e adolescência: impacto na personalidade e reconhecimento de emoções(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-08-09) FERRO, Luiz Roberto Marquezi; SERAFIM, Antônio de PáduaEstudos que abordam maus-tratos na infância e adolescência se tornaram relevantes durante os últimos anos dada as evidências das repercussões danosas na esfera psicológica de suas vítimas. O objetivo deste estudo foi avaliar aspectos cognitivos, da personalidade e reconhecimentos de emoções de crianças e adolescentes expostos à situações de violência. Método. A pesquisa foi composta de duas fases. Para calibrar os instrumentos escolhidos, realizamos uma fase piloto, os dados desta fase foram incluídos na pesquisa geral. A fase 1 foi realizada por meio de um levantamento survey, constituída por 100 participantes, divididos em dois grupos. Um grupo de crianças que eram atendidas em uma instituição de atenção à situação de vulnerabilidade (crianças participantes do Núcleo), com possibilidade para indícios de Violência Doméstica (50 participantes) e um outro grupo de crianças da mesma faixa etária que estudavam em um escola particular (crianças matriculadas no Colégio) (50 participantes). A amostra de crianças foi avaliada com os seguintes instrumentos: Inventário de Frases de Violência Doméstica (IFVD), a Escala Wechsler de Inteligência Abrevida (WASI), o Questionário de Personalidade para Crianças e Adolescentes (EPQ-J), o Inventário de Estilo Parental (IEP) para avaliar as relações parentais e a Bateria Neuropsicológica Computadorizada (PennCNP) juntamente com Teste de Reconhecimento de Emoções da Universidade da Pensilvania (ER40). Obtivemos como resultados dois grupos com indícios de VD e os sem indícios de VD x Colégio e Núcleo. No teste WASI, utilizando o teste estatístico de ANCOVA com as variáveis idade, gênero, ano escolar encontramos significância no grupo Colégio (p<0,01) evidenciando melhor escore do QI Total. Em relação à Personalidade, por meio da regressão logística multinominal ordinal encontramos significância nos domínios Psicoticismo e Neuroticismo (p<0,01) para membros do Núcleo; e para o domínio Sinceridade para os membros do Núcleo (0,02) e o grupo sem VD (p<0,01). Para o estilo parental o teste de Fischer apresentou melhores índices para o grupo Colégio (p<0,01) diferentemente do grupo com VD (p<0,01). Na análise das emoções faciais o teste estatístico de ANCOVA e o modelo de regressão logística binominal apresentaram significância p<0,01 para o grupo do Colégio. Em relação ao teste EDF40 houve significância no acerto das Resposta Feliz (p<0,01 grupo Colégio e 0,02 sem VD), Resposta Triste Certo (p<0,01 grupo Colégio) e Total de Resposta Correta (p<0,01 grupo Colégio). No ER40 houve significância Identificação Correta de Raiva, Identificação Correta de Medo e Identificação Correta Feliz, Identificação Correta Triste (p<0,01 para o grupo Colégio). Para a Identificação Correta Neutro houve significância para o grupo Colégio e sem VD (0,01). A fase 2 contou com o grupo de pais e/ou responsáveis do da fase 1, e foram também categorizados em 2 grupos (Colégio-Núcleo x com VD e sem VD). Utilizou-se como instrumentos um questionário sóciodemográfico, a Escala WASI de avaliação da inteligência, o instrumento NEO FFI-R para avaliar personalidade, e escala para avaliar violência entre pares CTS-2. O teste estatístico ANCOVA utilizado para mensurar a significância estatística em inteligência apresentou significância para o grupo Colégio nos domínios QI Verbal, QI Execução e QI Total (p<0,01). Em relação a violência entre pares, a regressão de Poison apresentou significância para quase todos os domínios de violência para o grupo do Núcleo (p<0,01) com exceção de Coerção Sexual Grave que apresentou significância para o grupo com indício de VD (p<0,01). Em relação a personalidade, o modelo de regressão logística multinominal ordinal apresentou significância nos domínios Neuroticismo (p<0,01) para o grupo do Núcleo, para o domínio Extroversão houve significância para o grupo Colégio (p<0,01), para o domínio Abertura houve significância para o grupo Colégio (p<0,01) e sem VD (0,03), no domínio Amabilidade houve significância para o grupo Colégio (p<0,01) e sem VD (0,02) e o domínio Conscienciosidade para o grupo Colégio e sem VD (0,03 ambos). Comparando a variável inteligência de pais e filhos com VD pelo teste de Spearman houve uma significância fraca em QI Verbal. Comparando a personalidade pelo teste de McNemar houve diferença entre Neuroticismo de crianças e pais, os pais apresentando classificações maiores que as crianças. Assim, crianças que tem oportunidade de crescerem com educação de qualidade, junto de famílias emocionalmente equilibradas, tendem a ter menor incidência para comportamentos violentos, prejuízos cognitivos e de transtornos de personalidade.Item Vulnerabilidade psíquica: um estudo sobre indicadores de risco em uma amostra de escolares(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-07-29) BARONE, Irene Cantero; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoEstudos sobre o desenvolvimento infantil contribuem para o aperfeiçoamento do olhar científico e prático sobre o crescimento das crianças com qualidade e perspectivas futuras favoráveis à saúde mental. Como objetivo buscou-se relacionar as variáveis sintomatologia depressiva, indícios de violência doméstica e desempenho escolar de crianças em curso do Ensino Fundamental I, do 2º ao 5º ano, com idades entre 7 e 11 anos. A escola pública foi o lócus da coleta de dados, durante os meses de abril a agosto de 2019. Como procedimentos para coleta seguiu-se com a aplicação do Inventário de Depressão Infantil – CDI; Inventário de Frases no Diagnóstico de Violência Doméstica Contra Criança e Adolescentes – IFVD e o Teste de Desempenho Escolar - TDE. A análise dos resultados decorreu do uso da estatística descritiva, pela qual apuraram-se os percentuais de indícios de depressão e de violência doméstica, 13,4% e 22,8%, respectivamente. Em relação ao desempenho escolar, 52% da amostra alcançou o nível de classificação inferior. Pela Modelagem de Equações Estruturais – MEE-PLS, uma técnica estatística multivariada, chegou-se a um modelo final, como resultado da estimação dos modelos. Utilizou-se o Software Smartpls 3 Professional. A relação entre as variáveis demonstrou que tanto a sintomatologia depressiva, como a exposição à violência influencia no desempenho escolar. A técnica MEE - PLS encontrou relação entre as variáveis do TDE nos seus subitens, separadamente, no conjunto dos resultados das atividades de Escrita e Leitura e na atividade de Aritmética. O modelo explica 23% da predição do comportamento em Aritmética e 29% para as atividades de Leitura e Escrita. Tanto a sintomatologia de depressão, como de indícios de violência doméstica têm efeito nas atividades de Escrita e Leitura e da Aritmética, sendo que a violência doméstica influencia mais no resultado das duas atividades. Assim, é possível verificar que a presença de indícios de violência doméstica se constitui na variável mais significativa como fator de risco e vulnerabilidade para escolares nessa faixa de idade. De maneira geral, os resultados mostraram-se importantes para o propósito deste estudo em problematizar riscos e condição de vulnerabilidade que podem obstaculizar o desenvolvimento infantil.Item Engajamento no trabalho docente: refinamento de modelos teóricos e de mensuração para contextos educacionais(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-06-30) TAGAVA, Regina Fujiko; CORTEZ, Pedro Afonso; ZARIFE, Pricila de SousaA presente tese parte dos desafios substanciais apresentados à gestão e avaliação da educação, cujas implicações melhorem as condições organizativas que otimizam o bem-estar e a saúde dos professores. Foram propostos seis estudos. O primeiro estudo identificou as categorias estruturantes para a gestão do trabalho docente por meio de uma revisão de literatura, qualificando-se em quatro categorias temáticas: práticas e formação docente, condições de trabalho, políticas e regulação do trabalho, e saúde no trabalho. As contribuições propõem uma agenda de pesquisa e ação que se proponha a otimizar os contextos concretos educacionais existentes no Brasil e América Latina. O segundo estudo objetivou revisar a literatura das definições e dos modelos teóricos de engajamento, identificando que o nível de teorização das perspectivas variou entre características pessoais e organizacionais, contextualizadas no ambiente de trabalho, sendo possível categorizar as definições do construto nas perspectivas: contrário ao Burnout, motivacional afetivo, multidimensional, organizacional e tridimensional. A contribuição do estudo foi dimensionar os conceitos do engajamento do trabalho para uma melhor compreensão do fenômeno, otimizando eventuais aplicações de tal aporte teórico. O terceiro estudo revisou as medidas e fatores avaliados do engajamento no trabalho na literatura, identificando modelos teóricos avaliados pelas medidas, a predominância de fatores, o grupo participante, a nacionalidade de investigação e as evidências de validade baseada no conteúdo. A contribuição foi qualificar que entre as diferentes medidas, a escala UWES - Utrecht Work Engagement Scale apresenta propriedades psicométricas otimizadas e replicáveis em diferentes contextos, o que indica a robustez teórica e empírica das elaborações pautadas nos modelos multidimensionais de engajamento no trabalho. O quarto estudo pretendeu revisar na literatura as variáveis relacionadas ao engajamento no trabalho, identificando participantes de diferentes áreas de atuação nesta revisão, além de evidenciar diferentes variáveis com efeitos positivos, negativos e inconclusivos frente ao engajamento no trabalho. A contribuição está na clarificação dos preditores e consequentes do construto a fim de otimizar as proposições políticas e práticas do desenvolvimento do engajamento no trabalho. O quinto estudo objetivou buscar evidências de validade confirmatórias para estrutura interna da Escala de Engajamento no Trabalho de Professores (EEP) no contexto brasileiro, reconhecendo a confirmação de evidências psicométricas apropriadas para a EEP. A contribuição está no aprimoramento teórico conceitual nos fatores engajamento social com os colegas e engajamento cognitivo comportamental para otimizar a proposta de avaliação. O sexto estudo buscou evidências de validade para a estrutura interna da Escala Reduzida de Engajamento no Trabalho de Professores (R-EEP) no contexto brasileiro, identificando que os indicadores de validade demonstraram estrutura interna, consistência interna e validade critério adequadas. A contribuição está em redesenhar o modelo teórico e empírico de avaliação proposto para a R- EEP. Por fim, apresentam-se as conclusões da presente tese que integram as contribuições prestadas ao campo educacional e do trabalho para atuação frente à gestão educacional e promoção de melhores condições laborais aos docentes tendo o engajamento no trabalho como variável central. Destaca-se como principal implicação da corrente tese a possibilidade empregar os modelos teóricos e empíricos para gestão educacional.Item Terapia cognitivo-comportamental com casais combinada com Mindfulness: investigação dos efeitos da intervenção e da atenção consciente no funcionamento diádico(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-04) DURÃES, Ricardo Silva dos Santos; SERAFIM, Antônio de PáduaAs causas psicossociais permeiam os conflitos conjugais e podem levar ao divórcio, além de ser um risco para transtornos psiquiátricos entre os cônjuges. Associado a isto, estão fatores psicológicos, cognitivos e emocionais. Esta pesquisa teve como objetivo verificar o efeito da terapia cognitivo-comportamental com casais combinada com Mindfulness, e da atenção consciente no ajustamento diádico. A fim de mensurar e obter estes dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: Inventário de Cinco Fatores NEO Revisado (NEO-FFI-R), Inventário de Habilidades Sociais Conjugais (IHSC); Escala de Ajustamento Diádico - Revisado (R-DAS), Mindful Attention Awareness Scale (MAAS), Inventário Beck de Depressão (BDI-II) e Questionário Sociodemográfico. A amostra foi composta por 34 participantes (17 casais) heterossexual, sendo 9 casais do grupo controle (GC) e 8 do experimental (GE), com um mínimo de um ano de ajuntamento, brasileiros, mínimo de 18 anos e máximo de 60 anos de idade, sem nenhum transtorno psicológico clínico grave e não dependentes de drogas psicoativas. No procedimento, todos os casais preencheram os instrumentos supracitados, antes e depois da intervenção e no follow-up de três meses, com exceção do NEO-FFI-R, o qual somente foi preenchido antes. Os casais do GE passaram por oito sessões cognitivo-comportamental com práticas de Mindfulness, de ≈1h20min semanal. Os participantes do GC passaram por quatro palestras de 1h30min, em dois grupos de (5 e 4 casais). Os resultados desta pesquisa evidenciaram efeito positivo após intervenção para casais em conflitos e déficits comunicacionais, com tempo de casamento entre 1 e 17 anos, baixa renda e escolaridade e para todos os traços de personalidade, com exceção da Conscienciosidade que não foi avaliado no GE. Os resultados de significância do efeito da terapia nas variáveis mensuradas ao longo do tempo (pre-, pós- e follow-up) foram: R-DAS (p = 0.001), MAAS (p = 0.001), IHSC (p = 0.009) e BDI-II (p = 0.000). Com relação ao efeito das variáveis sociodemográficas na atenção consciente, o efeito principal de MAAS foi significativo para o sexo (p = 0.007), tempo de união conjugal (p = 0.006), escolaridade (p = 0.000), renda (p = 0.009) e também para a variável traços de personalidade (p = 0.010). Conclusão: Os achados desta pesquisa sugerem que a TCCC combinada com práticas de Mindfulness resulta em mudanças positivas na dinâmica de casais com baixa escolaridade e menos favorecidos financeiramente em conflito conjugal. Além disso, as práticas de Mindfulness apresentaram resultados positivos na melhora da atenção executiva, contribuição para o sucesso no treino de comunicação e resolução de problemas, redução dos conflitos conjugais e redução nos níveis de sintomas depressivos. Este estudo também apresentou algumas características e tendência de comportamentos entre casais em conflitos e como manejar a intervenção. Por fim, o protocolo de intervenção pode servir como medidas profiláticas e de promoção de saúde para os casais.Item O papel do capital psicológico na relação entre desenho do trabalho, engajamento e rotatividade(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-08-28) HOKAMA, Erica; MARTINS, Maria do Carmo FernandesO capital psicológico afeta os comportamentos dos trabalhadores, pois trata das especificações de seus conteúdos, procedimentos e formas de relacionamentos dentro do contexto de trabalho, com o objetivo de gerar resultados positivos para a organização, assim como, proporcionar satisfação no trabalho. No entanto, outros fatores, incluindo características individuais, como o capital psicológico, também podem desempenhar um papel importante nessas relações. Esta pesquisa teve como objetivo geral verificar se o capital psicológico tem efeito moderador nas relações entre o desenho do trabalho e o engajamento, e também, entre o desenho do trabalho e a intenção de rotatividade, assim como identificar as relações entre esses constructos. Realizou-se uma pesquisa de campo, quantitativa, descritiva e de corte transversal com 318 participantes. Os instrumentos utilizados para avaliar as variáveis foram o Questionário de Desenho do Trabalho (WDQ), a Escala de Engajamento no Trabalho Utrecht (UWES-9), a Escala Intenção de Rotatividade (EIR), o Questionário de Capital Psicológico (PCQ) e um Questionário Sociodemográfico. Os dados foram submetidos a análise estatísticas descritivas, análise fatorial, cálculos do alfa de Cronbach e a análises de regressão linear. Os resultados indicaram que o desenho do trabalho e o capital psicológico se relacionam positivamente com o engajamento no trabalho e negativamente com a intenção de rotatividade. As análises de regressão apontaram o desenho do trabalho e o capital psicológico como fatores preditivos de engajamento no trabalho e de intenção de rotatividade. Além disso, o capital psicológico é um fator supressor entre especialização e engajamento no trabalho e, moderador entre solução de problemas e intenção de rotatividade. Diante destes resultados e de tantas transformações no mundo do trabalho, estudar a criação e a modificação da composição, conteúdos, estrutura e ambientes em que os trabalhos e funções são executados (aspectos do desenho do trabalho), assim como desenvolver o capital psicológico é importante para que as empresas e trabalhadores possam se preparar para as exigências do mercado de trabalho. Este é o primeiro estudo, no Brasil, a integrar a teoria do desenho do trabalho ao capital psicológico, engajamento no trabalho e intenção de rotatividade. Portanto, além de acrescentar conhecimento teórico à área, espera-se que esta pesquisa promova reflexões de profissionais das áreas da Psicologia Organizacional e do Trabalho, Administração e Gestão de Recursos Humanos, sobre a importância de elaborar estratégias do “desenho do trabalho” e desenvolvimento do “capital psicológico”, a fim não só de aumentar o engajamento e diminuir a intenção de rotatividade, mas acima de tudo promover saúde dentro do ambiente de trabalho.Item Desenvolvimento e padronização da Escala de Avaliação da Ansiedade Traço-Estado (EATE)(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-06-19) SILVA, Fábio Camilo da; SERAFIM, Antônio de PáduaTranstornos mentais como a depressão e a ansiedade tem apresentado um crescimento exponencial em todo o mundo nos últimos anos, não sendo o Brasil uma exceção. Paralelo a isso, não há atualmente nenhum teste psicológico aprovado para avaliação da ansiedade pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), gerando ao psicólogo, em específico, a falta de recursos complementares que o auxiliem no diagnóstico. Tais fatores motivaram a realização deste estudo, cujo objetivo foi padronizar uma Escala de Avaliação da Ansiedade Traço-Estado, inicialmente denominada EATE. Foram definidos os conceitos de ansiedade a partir de uma revisão pelo método PRISMA, seguido pela análise de livros e outras fontes de informação. A versão inicial da EATE foi composta por 40 itens e foram realizados estudos de concordância entre juízes (KAPPA=0,915), validade e precisão. Os resultados iniciais indicaram que a melhor solução fatorial seria a avaliação da ansiedade por meio de quatro fatores distintos, denominados de pensamentos ansiosos, sintomas, desconforto social e aspectos cognitivos. As análises também indicaram que 8 dos 40 itens inicialmente previstos não corresponderam ao modelo teórico e por isso o mais adequado foi a exclusão destes, gerando uma versão final da EATE com 32 itens. Outras análises psicométricas foram realizadas considerando essa solução. Os índices de precisão foram satisfatórios tanto para a escala de avaliação da ansiedade estado ( = 0,948), quando para o traço ( = 0,958) e também para cada um de seus fatores ( = 0,777 à = 0,949). Além disso, uma análise paralela e uma análise confirmatória indicaram a adequação do modelo de 4 fatores. Estudos de validade com o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) (r=0,375 a r=0,856, p<0,01) e com o Inventário Breve de Sintomas (BSI) (r=0,342 a r=0,729) indicaram a correlação entre os construtos avaliados por ambos. Outros estudos, relacionado à variável vivência acadêmicas, sexo, tipo de universidade e faixa etária também indicaram resultados satisfatórios para a EATE. As análises das pontuações permitiram atribuir um ponto de corte inicial para interpretação dos resultados coerente com a incidência de transtornos de ansiedade na população brasileira. Conclui-se que o estudo piloto gerou a necessidade de poucas alterações para a versão final da EATE e que os resultados favorecem a continuidade da pesquisa com outros grupos que permitam a realização de análises mais precisas e atinjam os parâmetros adotados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) para aprovação de um teste psicológico. Dentre estes, verifica-se, principalmente, a realização de pesquisas com grupos clínicos e de controle, para que a EATE possa ser utilizada como subsídio para diferenciação entre a ansiedade normal e patológica.Item Construção e validação de uma escala para verificação de comprometimento cognitivo em idosos - ECCI(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-04-25) OLIVEIRA, Maísa Sangy Guedes; SERAFIM, Antônio de Pádua; MARTINS, Maria do Carmo FernandesComprometimento Cognitivo Leve (CCL) é um termo comumente utilizado para caracterizar declínios cognitivos além do esperado para determinada idade e escolaridade do idoso, embora, essas alterações não chegam a prejudicar seu dia a dia (Petersen et al., 1999). O quadro de pessoas com CCL pode continuar estável e até voltar à normalidade, todavia, a taxa de conversão para demência é de aproximadamente de 10% a 15% ao ano. Na população acima de 65 anos, esse índice fica em torno de 5%. O CCL pode revelar diversas configurações sintomáticas e exigir diagnóstico mais específico. Não se pode negar que nos últimos anos houve um crescimento de estudos nesta área. Entretanto, ainda há carência de instrumentos validados e fidedignos cientificamente para investigar o fenômeno, sobretudo no Brasil. A avaliação neuropsicológica é um método promissor no diagnóstico diferencial e prognóstico de doenças cognitivas na velhice. Especialmente sobre o CCL essa avaliação pode contribuir para detectar padrões sutis de perdas cognitivas em funções específicas, permitindo intervenções mais pontuais. Este estudo, a partir de um delineamento transversal e instrumental, teve como objetivo construir e buscar indícios de validade de uma Escala para Verificação de Comprometimento Cognitivo em Idosos - ECCI. A amostra foi composta com 420 idosos, ambos os sexos, com idade variando entre 60 e 85 anos e idade média 66,79 (DP =1,68), sendo que maioria reside na região Sudeste no Brasil. A escolaridade variou entre fundamental completo (24%) a superior completo (40,8%). Os dados foram submetidos a análises estatísticas descritivas, correlacionais e de equações estruturais. Os resultados das análises fatoriais confirmatórias revelaram um modelo de primeira ordem composto por dez fatores com bons índices de ajustamento (χ2=2236,93, χ2/df=2,85, CFI=0,99, GFI=0,98, TLI=0,99, RMSEA=0,04(intervalo de confiança de 95%=0,03 a 0,04) e explicou 82% da variância (R²=0,82). Compõem o modelo os fatores: atenção; funções executivas; praxias; habilidades visuoespaciais, orientação especial, memória operacional, memória episódica, memória semântica, memória implícita e memória prospectiva, num total de 76 itens com cargas fatoriais satisfatórias. Resultados de teste de validade discriminante revelaram que a ECCI possui resultados convergentes com o Mini-Exame do Estado Mental. Os resultados satisfatórios das análises, permitem concluir que os itens contidos nos fatores compõem uma medida com indicadores favoráveis ao seu uso e que a ECCI e possui indícios de validade e índices de fidedignidade aceitáveis.Item Relações entre prazer e sofrimento, desesperança e ideação suicida no trabalho de profissionais de enfermagem(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-03-14) ALMEIDA, Marco Aurélio Ramos de; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoA presente pesquisa teve como objetivo: identificar e analisar as relações entre prazer e sofrimento, desesperança e ideação suicida em trabalhadores de enfermagem. O estudo contou com a participação de 297 profissionais de enfermagem de diferentes áreas de atuação em um hospital de São Paulo (in loco), e também, em âmbito nacional por meio de formulários online. Hipotetizou-se que o sofrimento vivenciado por estes trabalhadores tivesse influência sobre o adoecimento psíquico e que possibilitasse inclusive, na motivação para a idealização do suicídio. Estudos sobre prazer, sofrimento, bem-estar, adoecimento mental, suicídio e a Psicodinâmica do Trabalho, forneceram fundamentos teóricos para o desenvolvimento das análises. A coleta de dados ocorreu entre abril e agosto de 2021, utilizando como instrumentos: um Questionário Sociodemográfico, a Escalas de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho (EIPST), Escala de Desesperança (BHS) e Escala de Ideação Suicida (BSI) de Beck. Buscou-se participantes que atuassem em qualquer categoria profissional de Enfermagem, desde que trabalhassem em ambiente hospitalar, prestando cuidados diretos ou indiretos aos pacientes. Para análise dos dados obtidos utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson e o coeficiente de correlação de Spearman. Na avaliação das diferenças entre os percentuais dos grupos, foi utilizado o teste exato de Fisher e, para a análise multivariada das classificações dos instrumentos, a Análise de Regressão Logística Ordinal. As análises estatísticas foram realizadas considerando o nível de significância de 0.05 que equivale a uma confiança de 95% para a análise. Entre os resultados, identificou- se como indicadores de prazer no trabalho, o orgulho em proporcionar ajuda ao paciente (86.5%) e a solidariedade entre os integrantes da equipe de trabalho (47.6%). Os indicadores de sofrimento encontrados se referiram ao cansaço (58.8%), à sobrecarga (55.7%), à tensão emocional (52.1%), às pressões exercidas no ambiente de trabalho (40.2%), ao medo da punição ao se cometer erros (39.6%) e à desvalorização profissional (32.7%). Também foi possível identificar o somatório dos níveis de desesperança leve, moderada e grave em (25.2%) dos participantes, percentuais de ideação suicida (23.2%) e de tentativas de suicídio (8.1%) entre estes trabalhadores. As análises de correlação permitiram identificar que à medida que o trabalhador expressa maiores níveis de liberdade e realização, diminuem os níveis de desesperança e de ideação suicida. Inversamente, maiores níveis de desgaste e desvalorização contribuíram para índices mais elevados de desesperança e do pensamento autodestrutivo. Conclui-se que o sofrimento no trabalho dos profissionais de Enfermagem possui relação estreita com o adoecimento e a intenção suicida destes trabalhadores.Item Performance: construção de instrumento de avaliação e busca de indícios de validade(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-06-29) TORRES, Luis Fernando; MARTINS, Maria do Carmo FernandesEsta pesquisa buscou desenvolver um instrumento e encontrar indícios de validade para evidenciar habilidades especificas para identificar os possíveis perfis da alta performance. Para isso, considerou-se o estudo do constructo performance não como desempenho, mas sim com um significado abrangente considerando um conjunto específico de habilidades, características e estilos. O instrumento em questão foca em analisar perfis que indicam alta performance ao qual o indivíduo está mais alinhado. Com isso, pode ser possível maximizar os resultados no ambiente de trabalho. Foi realizada uma análise sistemática, utilizando o método PRISMA e síntese da literatura existente para formular propostas teóricas e práticas. O estudo foi realizado em duas fases. Na primeira fase, foi estudado o nível de acordo entre avaliadores para estimar a adequação dos itens aos fatores proposto. Na segunda fase, foi realizado um estudo de campo transversal e quantitativo ao longo de dezoito meses. Participaram 288 sujeitos com idade acima de 19 anos, predominante masculinos, formação acadêmica nível superior e posterior e renda média acima de R$ 4.500,00 (reais/mês). Análises fatoriais confirmatórios produziram fortes indícios para suportar o modelo de três fatores para avaliar a performance. As cargas fatoriais para todos os itens foram superiores a 0,4 e os ômegas de McDonald foram acima de 0,7 para todos os três perfis. A análise de segunda ordem revelou que os três perfis refletem a performance. As implicações praticas da pesquisa relatam elementos que podem evidenciar a existência de três perfis de performance por meio de um conjunto de habilidades específicas, denominadas itens. Com base nas cargas fatoriais encontradas foi possível aceitar a hipótese de pesquisa de que performance possui três perfis. Em face a originalidade a pesquisa encontrou um modelo validado no qual doze habilidades específicas podem ser perfiladas em cognitiva, relacional e socioemocional. O instrumento é inédito em sua construção, características e análise. Espera-se que as áreas de sociologia, psicologia e administração venham a se beneficiar dos achados desse estudo.Item Vocação e resiliência em profissionais da área de enfermagem(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-03-10) SANEMATSU, Laudelino Siqueira Amaral; MARTINS, Maria do Carmo FernandesO senso de propósito e/ou significado no trabalho é uma dimensão importante da vida, para que suas vidas sejam bem vividas. Estudos apontam que o trabalho facilita o propósito humano, o significado e sentido, bem como a autorrealização e tendência na melhoria da saúde de um sujeito. De um modo geral, toda pessoa tem potencialmente um chamado e/ou vocação, que tem seu lado positivo quando é percebido e vivido, e também, seu lado sombrio. O presente trabalho tem como objetivo geral identificar, analisar, avaliar e discutir as associações entre chamado e vocação e resiliência no contexto dos profissionais de enfermagem . Tem como objetivos específicos a) apurar as evidências de validade da Escala Completa e da Escala Breve de Chamado e Vocação e b) verificar os indicadores de validade da Escala de Resiliência. Para tanto, o contexto escolhido foi o da enfermagem, uma vez que esta área já foi estudada por diversos autores nacionais e internacionais pelo prisma de profissão vocacionada, ou seja, os valores de enfermagem estão alinhados com o conceito de vocação. Quanto ao método, para a elaboração deste trabalho foi assumida uma abordagem quantitativa com ancoragem confirmatória, utilizando o survey, com questionários impressos (Tempo 1: abril/maio de 2020) e online (Tempo 2: abril/maio de 2021). A amostra foi coletada em todo o território brasileiro, composta por 760 respondentes (auxiliares, técnicos e enfermeiros) com média de idade de 40,7 anos; a maioria do sexo feminino: 83,6%; casados/união estável: 65%; com alta escolaridade: 67%; atuam como enfermeiros: 30,8%; como professores de enfermagem: 32,1%; originários da região sudeste: 64,3% e trabalham em empresas públicas: 65%. Para o tratamento dos dados foi utilizado o software SPSS v.22 (Statistical Package for the Social Sciences) para análises estatísticas descritivas e análises estatísticas das relações dos construtos e para análise dos indicadores de validade das escalas e o teste do modelo foi utilizada a técnica de modelagem por equações estruturais pelo algoritmo da máxima verossimilhança para dados com distribuição de anormalidade moderada por meio do software AMOS (Analysis of Moment Structures). Como resultado, evidenciou-se indicadores de validade dos instrumentos e foi confirmado que chamado e vocação são preditores de resiliência no contexto da enfermagem (R2=33%), sendo que, Orientação Prossocial (altruísmo), foi o componente que mais contribuiu na explicação do modelo teórico-conceitual, seguido de Sentido de Propósito / Significado e Convocação Transcendental. Concluiu-se existir uma correlação moderada / quase alta (r=0,61) entre o sentido da profissão e o altruísmo e que os pesquisados se percebem como profissionais resilientes. Ficou evidenciado ainda que quanto maior a idade e mais tempo de experiência profissional, mais a resiliência se intensifica. Dito de outra forma, quanto menos idade e menos tempo de experiência profissional, menor a resiliência. Sugere-se programas de desenvolvimento de resiliência já no primeiro ano nos currículos das Escolas de Nível Superior de Enfermagem, pois alta resiliência interfere de forma positiva no cuidado do paciente. De modo complementar, foram realizadas análises de moderação e de diferença entre médias, envolvendo os dados sociodemográficos dos pesquisados, de forma a revelar outras conclusões.