Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde
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Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde
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Item Tempo de amamentação e desenvolvimento infantil: uma comparação por meio da Escala Bayley III(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-16) OLIVEIRA, Michelle Cristine Tomaz de; GOMES, Miria BenincasaO aumento de programas assistênciais e ações em torno do desenvolvimento da primeiríssima infância tornaram-se prioridades mundiais, tanto no que se refere à saúde do bebê como à saúde materna. Observa-se preocupação crescente de órgãos governamentais no Brasil e no mundo, com os fatores que influenciam o desenvolvimento infantil no que tange os aspectos biológicos, como o crescimento e a maturação, e os aspectos cognitivos, motores, linguísticos, psicológicos e sociais. Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Ministério da Saúde do Brasil recomendam que o aleitamento materno (AM) seja exclusivo (AME) durante os primeiros 6 meses de vida do bebê, estendendo-se em paralelo à alimentação complementar até pelo menos os 2 anos. O objetivo deste estudo foi relacionar o tempo de amamentação com o desenvolvimento infantil, especificamente, os domínios cognitivo, linguagem, motor, socioemocional e comportamento adaptativo por meio da escala Bayley III. Utilizou-se uma amostra composta por 991 crianças com idades entre 0 a 42 meses e 15 dias, avaliadas em creches municipais de uma cidade do ABC Paulista. Os instrumentos utilizados foram: Um questionário sociodemográfico, um questionário de saúde, alimentação, sono e hábitos respondido pela genitora ou cuidador da criança e a Bayley Scales of Infant Development – 3rd Edition. Os dados foram coletados individualmente e analisados estatisticamente através do Statistical Package for the Social Sciences Version 21 – SPSS, e categorizados considerando o tempo de amamentação, formando três grupos: Grupo 1, que amamentou até 6 meses; Grupo 2, amamentou entre 6 meses e 1 ano e, Grupo 3, que amamentou por mais de 1 ano. Os resultados apresentaram diferenças (p <0,05) que revelaram melhor desempenho do Grupo 3, quando comparado ao Grupo 1, nos seguintes domínios: linguagem receptiva, motor fino, socioemocional e comportamento adaptativo. Não foi verificada diferença nos domínios cognitivo, linguagem expressiva e motor grosso. Observou-se a necessidade de novos estudos qualitativos e longitudinais que esclareçam o alcance dessas diferenças, visto que estes resultados não são unanimes na literatura científica.Item Experiências psicossociais de dor durante o trabalho de parto e parto normal(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-30) CARDERELLI, Ludmila; GOMES, Miria BenincasaO estado gravídico é um período repleto de expectativas diante do desconhecido, inclusive o momento do parto. A literatura aponta que o medo da dor, no processo de parir, tem influenciado mulheres a optar por cesáreas eletivas ou por ter menos filhos. Ao investigar a dor, entretanto, observa-se que, embora seja um evento fisiológico, sua intensidade é influenciada por vários fatores psicossociais. Diante disso, os objetivos deste estudo foram: descrever e analisar as experiências psicossociais das parturientes durante o trabalho de parto, parto normal e nascimento; verificar como manejam e enfrentam a dor durante essa experiência. Para atingir estes objetivos, realizou-se uma pesquisa qualitativa com três estudos de caso. Os instrumentos foram: filmagem e observação do trabalho de parto e parto; entrevista no primeiro dia após o parto; entrevista 30 dias após o parto. Para a análise das filmagens, a pesquisadora selecionou momentos específicos de manifestação de dor de cada participante e enviou para três juízes avaliarem, segundo uma escala de intensidade de manifestação da dor, as respostas faciais, corporais e vocais. Estes resultados passaram por três análises: comparação entre os juízes, com a observação da pesquisadora e com a interpretação da parturiente sobre este processo. Verificou-se que cada mulher reage à dor de uma forma diferente e particular, que está intimamente relacionada com sua maneira de se expressar em outras situações da vida. A Participante 1, de 15 anos, recorreu constantemente à mãe e à equipe. Embora fosse colaborativa, demonstrou intensamente a dor. A Participante 2, de 17 anos, apresentou comportamentos contidos de expressão de dor, fez pouco contato com o acompanhante (o pai do bebê), com a equipe e com a pesquisadora, de forma semelhante ao comportamento estabelecido nas entrevistas. Estas duas participantes recorreram mais ao apoio de pessoas do que aos recursos de alívio da dor oferecidos pela equipe, como bola, chuveiro etc. A Participante 3, de 33 anos, de maneira diferente das outras, demonstrou mais preocupação com o bebê, durante todo o processo, e fez mais uso dos recursos disponibilizados pela equipe. Por se tratar de uma mostra pequena, não é possível fazer generalizações. Seria importante a realização de outros estudos que possam confirmar ou contestar estes resultados. Verificou-se que a inclusão de um profissional de Psicologia da Saúde na assistência ao ciclo gravídico puerperal pode oferecer benefícios à gestante, ao acompanhante e à equipe, durante todo o processo, especialmente no parto, utilizando-se de técnicas aplicadas, frequentemente, em urgências e emergências.Item Influência dos suportes psicossocial e material no impacto do treinamento no trabalho(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-24) CALIL, Priscila Soares; MARTINS, Maria do Carmo FernandesEssa pesquisa apresenta como objetivo geral testar o modelo de predição das variáveis do suporte à transferência de treinamento: (1) suporte psicossocial dos pares (colegas), (2) suporte psicossocial dos supervisores e (3) suporte material sobre o impacto de treinamento no trabalho em amplitude, considerando a importância das relações humanas ante as condições materiais e a falta de consenso identificada na literatura. Teve como objetivos específicos realizar a revisão sistemática da literatura nacional e estrangeira sobre suporte à transferência de treinamento e sobre impacto de treinamento no trabalho; identificar qual o principal preditor do impacto do treinamento no trabalho em amplitude; investigar qual tipo de suporte à transferência de treinamento possui maior influência sobre o impacto de treinamento no trabalho e verificar se o modelo proposto funciona de forma distinta para diferentes grupos: líderes e liderados. A coleta de dados foi realizada por conveniência, por meio de aplicação de questionário on-line. As respostas às escalas de suporte à transferência de treinamento e de impacto do treinamento no trabalho em amplitude e aos dados sociodemográficos dos 146 respondentes válidos foram submetidas a análises estatísticas descritivas, Alfa de Cronbach, teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, correlações de Spearman, análise de regressão, análise de variância e teste Mann Whitney. Os resultados revelaram que o suportes à transferência de treinamento (psicossocial e material) predizem o impacto de treinamento no trabalho em amplitude, que as dimensões do suporte à transferência de treinamento, tanto quando avaliada de maneira bifatorial (suportes material e psicossocial) quanto quando separadas em suporte psicossocial de pares e supervisores, além do suporte material, influenciam positivamente o impacto do treinamento no trabalho. Suportes material e psicossocial explicaram 33,3% e suportes material, psicossocial de pares e de supervisores, 32,9%, respectivamente. O suporte psicossocial dos pares foi o principal preditor de impacto de treinamento no trabalho em amplitude. Esses resultados sugerem que fatores mais proximais, como o apoio de pares, podem superar o efeito de fatores mais distais na promoção da transferência e autonomia no trabalho, que o suporte psicossocial (pares e supervisores) tem maior influência sobre impacto de treinamento no trabalho em amplitude do que o suporte material. Embora a literatura apresente resultados que apontam diferenças entre as percepções de líderes e liderados, este estudo não corroborou tais resultados; a percepção de suporte psicossocial dos indivíduos com função de liderança não difere significantemente dos indivíduos subordinados. Aqui se estabelece uma oportunidade de pesquisa, em delinear os aspectos específicos (informacional, instrumental, emocional e performance, além das características do treinando, do treinamento e do ambiente) do suporte de supervisão e então líderes, que têm a relação mais consistente com a transferência de treinamento. Os resultados desta pesquisa reforçam que, o apoio percebido é essencial para o impacto do treinamento, principalmente o apoio de pares, que se deve, talvez, ao contato direto estabelecido entre colegas de trabalho de mesmo status funcional e ao contínuo fluxo de informações. O destaque dos desafios dessa área de pesquisa está principalmente relacionado ao processo de aprendizagem e à melhora metodológica das pesquisas.Item A atuação do psicólogo com homens autores de violência: alcances e desafios(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-02) AULER, Raquel Gagliotti Coppola; SILVA, Rosa Maria FrugoliNesta pesquisa, buscou-se compreender e identificar as intervenção dos psicólogos nos grupos com homens autores de violência contra as mulheres. A proposta foi de ampliar o olhar sobre o universo da violência contra as mulheres e inserir os homens autores de violência como parte de um processo que demanda por serviços especializados. Tal intervenção veio ao encontro da Lei Maria da Penha que criou mecanismos específicos de responsabilização e educação com a possibilidade de juízes decretarem o comparecimento obrigatório à frequência em grupos reflexivos. O trabalho destes grupos, de forma gradativa, vem adquirindo relevância no cenário brasileiro, tanto no que se refere ao enfrentamento da violência contra as mulheres quanto como um trabalho que envolve a rede de profissionais da esfera jurídica e psicossocial. Neste contexto, apresenta-se então a figura do profissional psicólogo enquanto facilitador dos grupos, uma atuação que sai do tradicional modelo clínico, viabilizando o exercício de discussões em grupo e proporcionando a criação de um espaço psíquico na vida desses homens para que possam repensar suas ações, seus valores e crenças. Esta pesquisa foi qualitativa, sendo realizada com quatro profissionais psicólogos que atuam com grupos na região do ABC paulista. Realizou-se entrevistas semiestruturadas as quais foram analisadas por meio das perspectivas fenomenológicas. No que se refere aos alcances dos profissionais entrevistados na pesquisa têm-se: a) a percepção na efetividade deste trabalho quando observam transformações nas atitudes e discursos masculinos, b) repensar a ampliação e novas possibilidades de atuação do psicógologo frente ao fenômeno social da violência doméstica, c) um trabalho conjugado com o judiciário. No que tange aos desafios encontrados destaca-se a não remuneração dos profissionais psicólogos neste tipo de trabalho, atuando de forma voluntária. Desta forma, ressalta-se a relevância do serviço de psicologia que atende questões relacionadas à violência contra as mulheres, uma vez que os trabalhos com grupos destes homens alcança transformações de atitudes masculinas que intereferem nas assimetrias de gênero. Entretanto torna-se necessário investimentos nos seviços a fim de que se ampliem e mantenham em funcionamento.Item Pré-natal coletivo na perspectiva da mulher que busca o parto domiciliar planejado(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-04-01) CURSINO, Thaís Peloggia; GOMES, Miria BenincasaO cuidado pré-natal constitui importante ferramenta de promoção, prevenção e tratamento em saúde. O pré-natal coletivo (PNC) é um método inovador de assistência e tende a melhorar o cuidado, de modo a oferecer informações de qualidade, convívio com outras gestantes e contato com suas questões, favorecendo com que as decisões da mulher/família sejam feitas com base na autonomia e horizontalidade da assistência. No que diz respeito à realidade brasileira, a maior parte das gestantes é submetida à cesariana, muitas vezes de maneira desnecessária. Sendo assim, tal modelo de assistência no qual o foco do cuidado é, para além das questões fisiopatológicas gestacionais, informativo, é tido como positivo para as mulheres que buscam uma alternativa à realidade obstétrica nacional, como o parto domiciliar planejado (PDP). Desta maneira, este estudo teve como objetivos: compreender a percepção de gestantes de risco habitual acerca de um modelo de PNC com mulheres que planejam PDP; investigar quais as motivações destas mulheres para o PDP, e suas percepções sobre o modelo de PNC no momento do pós-parto. A coleta de dados se deu através de entrevistas semiestruturadas com 5 mulheres em dois momentos: no terceiro trimestre gestacional e em até três meses após o parto. Do conteúdo trazido nas entrevistas, através da técnica de análise de conteúdo temático-categorial, emergiram 8 categorias pré-parto e 5 categorias pós-parto. No que diz respeito às motivações para o PDP, as mulheres entrevistadas optaram por esse modelo de assistência devido às experiências anteriores, seja pelo desejo de não repeti-las, seja pelo desejo de ter uma experiência ainda melhor, todas demonstrando grande conhecimento sobre os benefícios associados a esta escolha. Como resultado o modelo de PNC se desenvolveu com os seguintes temas disparadores: A equipe de parto domiciliar, materiais levados e planos de transferência; Como vivenciar uma gestação da maneira mais saudável possível?; Termos de informação e segurança do PD; Evidências e riscos em casos específicos (bolsa rota prolongada, VBAC, gestação prolongada); Trabalho de parto: fases e sinais, e Cuidados com o recém-nascido após o nascimento. As mulheres entrevistadas consideraram o modelo de PNC satisfatório, enfatizando a horizontalidade da assistência, o ganho de informação, o estímulo ao exercício da autonomia sobre seus processos de gestação e parto, além de considerarem positiva a convivência com outras mulheres que buscam o mesmo tipo de assistência. Levantaram como aspectos negativos as limitações relacionadas à privacidade e manifestaram desejo de maior tempo de troca individual com a equipe assistencial. No momento do pós-parto o modelo de PNC foi avaliado como positivo e satisfatório pelas mulheres, que enfatizaram a predileção por temas com conteúdo técnico e também pelos com propostas dinâmicas e de autoconhecimento sobre seus corpos e sobre o próprio parto. A conclusão do estudo foi de que o modelo de PNC proposto trouxe satisfação para as entrevistadas, porém, algumas alterações podem trazer benefícios, especialmente para as multíparas que já tiveram contato com informações acerca de humanização do parto anteriormente à gestação atual. Portanto, selecionar os grupos entre primíparas e multíparas pode ser uma alternativa para essa questão, além de abrir para temas sob demanda, de maneira que tais mulheres tirem maior proveito do modelo de assistência. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.Item Construção de escala de competências socioemocionais no contexto do trabalho(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-03-19) NETTO-SILVA, Carla Tereza; MARTINS, Maria do Carmo FernandesO principal objetivo deste estudo foi construir e analisar evidências de validade psicométrica da Escala de Competências Socioemocionais no contexto do trabalho (CSE-Lab). As competências socioemocionais (CSE’s) ganharam relevância considerável como fatores-chave no desempenho acadêmico e profissional, por serem componentes básicos para o desenvolvimento de novas competências, visto que o processo de educação formal não assegura o alto desempenho e o avanço profissional. Além disso, há muitas instabilidades e imprevisibilidades no mundo do trabalho, o que demanda dos profissionais um bom gerenciamento de suas emoções. As CSE’s podem auxiliar o trabalhador a atuar em ambientes hostis e com baixo suporte social, além de estarem associadas ao bem-estar e à saúde mental no trabalho. Para atender o objetivo, primeiramente foi definido o modelo teórico das CSE’s a partir da revisão teórica. Posteriormente foram conduzidos grupos focais com profissionais de eixos de carreira diversos para, orientados pela teoria, obter suporte à construção dos itens do instrumento, identificando os comportamentos latentes e as demandas socioemocionais dos trabalhadores. A validade psicométrica da escala CSE-Lab foi avaliada com uma amostra composta por 450 profissionais que atuam em eixos de carreira diversos, 56% de empregados em regime CLT, a maioria da região sudeste do país (89%), com predominância do sexo feminino (72%), casados (71%), cujas idades variaram entre 18 e 78 anos (M= 44,4; DP =11,71), 88% com, no mínimo, graduação completa em áreas diversas. As respostas foram submetidas a análises fatoriais exploratórias e confirmatórias. Os resultados desta amostra indicaram que 27 itens dos 43 inicialmente construídos não foram correlacionados ao modelo teórico, os quais foram excluídos, gerando uma versão final de 16 itens, com cargas fatoriais maiores que 0,40, reunidos em um só fator com alfa de Cronbach de 0,81 e índice de fidedignidade composta de 0,99. O estudo confirma a estrutura unifatorial das CSEs e tem como principal contribuição ter disponibilizado uma escala para avaliação das CSE’s no contexto do trabalho, que poderá servir como base para autoavaliação ou ainda para a elaboração de programas de educação corporativa, iniciativas e práticas para contribuição do desenvolvimento das CSE’s no ambiente organizacional. O instrumento tem relevância para condução de futuras pesquisas científicas que poderão identificar o valor preditivo das CSE’s em outras variáveis com relação a práticas organizacionais e ao desenvolvimento profissional dos trabalhadores.Item A construção da identidade adolescente e o uso de redes sociais(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-25) DAMINI, Eduardo Marchese; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoA adolescência é decisiva para o desenvolvimento, sendo caracterizada por uma transição para a vida adulta. As mudanças físicas que marcam a puberdade também implicam em transformações na maneira como esse indivíduo percebe a si mesmo e seu papel na sociedade, desencadeando a necessidade de uma reorganização interna, atribuindo novos significados ao processo de desenvolvimento psicológico e ao próprio corpo, envolvendo diretamente a vida afetiva emocional e a convivência social. A pesquisa teve como objetivo analisar as implicações do uso de redes sociais na Internet na construção da identidade do adolescente. Trata-se de uma pesquisa descritiva qualitativa com uso do método clínico. Participaram cinco adolescentes com idades entre 12 e 17 anos, residentes na Região do ABC/SP. A coleta de dados foi feita individualmente nas modalidades presencial e online. Cada participante respondeu a uma entrevista semi diretiva, ao procedimento clínico do Desenho Estória com Tema (DE-T) e produziu ou escolheu livremente uma fotografia que o representasse, criando uma história sobre essa fotografia. Tais materiais coletados foram analisados qualitativamente em uma perspectiva psicanalítica, de modo a elaborar uma síntese para cada participante, integrando a análise da entrevista e do DE-T, articulados com a imagem e a história produzida na fotografia. A seguir, elaborou-se uma análise conclusiva articulando-se a totalidade dos casos. Os resultados indicaram que o uso de redes sociais pelos adolescentes foi representado como uma possibilidade de se desenvolverem cognitivamente e ampliarem seu círculo social. Além disso, pela postagem de fotos e textos buscam, sem sucesso, escapar da angústia e sofrimento inerentes a essa etapa da vida, incrementando tais sentimentos com frustrações, em relação ao pouco impacto de suas publicações e a relevância de seus perfis, ao mostrarem o que é supostamente o melhor de si, ou seja, como desejam ser vistos e aceitos pelo outro. Desse modo, a construção da identidade dos adolescentes participantes parece atravessada pelas facilidades e ilusões da tecnologia, que dilatam o limiar do que é possível entre o virtual e o real, da mesma forma que se diluem as barreiras entre o concreto e as fantasias em suas vidas.Item Escala de barreiras para o desenvolvimento da carreira das mulheres: evidências de validade para proposição de medida(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-13) CONTRO, Élen Sicolin; CORTEZ, Pedro Afonso; ZARIFE, Pricila de SousaEsse estudo tem como objetivo evidenciar propriedades psicométricas da Escala de Barreiras no Desenvolvimento de Carreira das Mulheres. Para tanto, foram realizadas as análises de evidências de validade baseada no conteúdo e análise das evidências de validade baseada na estrutura interna. Participaram deste estudo 210 trabalhadoras brasileiras. Estimou-se os níveis de consistência interna para a Escala de Barreiras no Desenvolvimento de Carreira das Mulheres e a verificação da convergência entre barreiras no desenvolvimento de carreira das mulheres e workaholism. Os índices apontaram nível de concordância adequado pelos juízes, uma vez que a maioria dos itens apresentou índices satisfatórios. A análise fatorial identificou uma estrutura interna com cinco fatores (Conflito Trabalho – Família, Políticas e Práticas de Gestão, Discriminação Intragrupal, Práticas Discriminatórias e Barreiras Internas), com consistência interna adequada e convergência com o workaholism. Espera-se que a escala impacte positivamente na gestão do trabalho das mulheres com vistas a expandir a participação, inclusão e equidade das condições de trabalho e carreira. Recomenda-se o uso em investigações ulteriores visando promover condições equitativas às mulheres em diferentes contextos laborais.Item Caracterização de práticas psicoeducacionais para enfrentamento da violência com população LGBTQIA+ em São Paulo(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-02-23) ROMANI, Joice Jaqueline; SERAFIM, Antônio de PáduaO movimento LGBTQIA+ passou por diversas mudanças, desde a nomenclatura e alterações no acrônimo, inicialmente conhecido como Movimento Homossexual Brasileiro, posteriormente, alterado para LGBT e atualmente ainda incluindo diversas letras para contemplar todas as possibilidades de identidade e expressão de gênero e orientação afetiva e/ou sexual. Neste cenário, no escopo das grandes questões sociais, se insere a violência contra grupos específicos de pessoas, como crianças, mulheres, idosos, negros, pessoas com transtornos mentais e como tema deste estudo, as populações LGBTQIA+, em diferentes países. Dada a realidade de violência contra as populações LGBTQIA+, buscou-se identificar quais ações são desenvolvidas na realidade de São Paulo como formas de intervenções e proteção a esta população. Foi desenvolvido um estudo documental digital com análise quantitativa e qualitativa de modelos de práticas psicoeducacionais direcionadas a populações LGBTQIA+ disponíveis em domínio público. O principal objetivo foi descrever e categorizar as práticas desempenhadas por uma ONG com a população LGBTQIA+, localizada no estado de São Paulo, através de um levantamento de todas as intervenções realizadas desde a fundação da ONG em 2016, até o momento atual. Para realizar o levantamento das principais ONGs, foi utilizava a plataforma de busca Google Trends, buscando por os principais assuntos relacionados à população LGBTQIA+, e para acelerar a análise foi utilizada a ferramenta principal de busca do Google, buscando por termos “principais ONGs LGBTQIA+ em São Paulo” e “ONG LGBTQIA+ em São Paulo". Para análise qualitativa utilizou-se o software de análise textual Iramuteq. Os resultados evidenciaram grande parte das intervenções estavam relacionados a questões de representatividade, inserção do indivíduo LGBTQIA+ no mercado de trabalho, exposição a violência, ocorrência de grupos de acolhimento e atividades para abordar temas de saúde. Os temas abordados evidenciam a necessidade de proteção efetiva do Estado para a população LGBTQIA+ e a possibilidade de intervenções por parte da Psicologia, enquanto ciência e agente promotor de saúde e cuidados a todos.Item A saúde mental de mães com bebês de 0 a 36 meses de idade face à pandemia de coronavírus(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-03) PERESTRELO, Marisa Bruno Dias; GOMES, Miria BenincasaEstudos realizados nos países em desenvolvimento descrevem um aumento progressivo dos transtornos mentais, com desdobramentos sociais e econômicos. O presente estudo investigou a relação entre os fatores sociodemográficos e a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em mães, sua grande maioria residentes na região sudeste do país, em tempos de pandemia de coronavírus, identificando os fatores de risco e proteção. Método: estudo transversal, quantitativo, realizado com uma amostra de 97 mães de bebês de 0 a 36 meses de idade, em meio ao distanciamento social oriundo da pandemia de Covid-19, no Brasil. As mães responderam a um questionário sociodemográfico e ao Self Reporting Questionnaire of Minor Psychiatric Disorders (SRQ-20). Resultados: tal amostra apresentou em sua maioria mães brancas residentes da região sudeste do país, com média de idade em torno dos 34 anos, em sua maioria residindo com parceiro(a), com no mínimo um filho e 40,1% da amostra tem renda familiar variando de 4 a 10 salários mínimos. A prevalência de transtorno mental comum foi apontada em 48,6% das mães e houve associação entre as características sociodemográficas quando se correlacionou os scores do SRQ com a variável renda familiar, com o estado civil, com a idade materna e com o cansaço na pandemia. Conclusão: as informações dessa pesquisa reafirmam o cansaço experimentado pelas mães face à pandemia de coronavírus em função da sobrecarga, pela execução de multitarefas e variáveis como: idade materna, presença de um parceiro e de renda familiar significativa como preditores de proteção à saúde mental materna.Item Os sentidos da violência sexual contra as mulheres em situação de rua na região leste de São Paulo(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-12) SILVA, Natália Marques Baptista; SILVA, Rosa Maria Frugoli daDentre os elevados índices de mulheres que sofrem violência sexual, estão aquelas em situação de rua. Essas mulheres precisam de visibilidade e compreensão, visando aos direitos e à vida digna. Dessa forma, esta dissertação tem como objetivo identificar os sentidos da violência sexual contra mulheres em situação de rua. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva, realizada com mulheres adultas e com profissionais que atendem essa demanda. O local da pesquisa foi uma instituição de assistência na região leste de São Paulo. Como instrumento de coleta de dados, foi realizado Grupo Focal e entrevista semi-estruturada. No primeiro momento, o grupo focal, da referida instituição, foi constituído por 8 participantes, sendo que somente 6 tiveram fala. Sua configuração se estruturou na compreensão sobre o que é violência sexual para o grupo, sobre a presença da violência sexual na vida das mulheres e sobre as estratégias de proteção nessas situações.Em um segundo momento, foram realizadas 4 entrevistas semi-estruturadas com funcionárias da equipe multiprofissional, sendo uma psicóloga, uma assistente social e dois educadores socio-educativos. As entrevistas foram realizadas remotamente, por meio de aplicativo digital. Os dados coletados foram categorizados por meio da Análise Temática, na qual se realizou geração de códigos iniciais, definição e nomeação de temas por padrões de significados. Dos resultados alcançados, verificou-se dois sentidos significativos ao fenômeno: as ações do Estado e a culpabilização das mulheres.O Estado não apresentou resposta suficiente para prevenção de ocorrência de casos de violência, e isso se revelou em: a) despreparo profissional da equipe no trato com demandas de violência; b) a falta de assistência governamental nos equipamentos de assistência e no enfrentamento às violências contra as mulheres, advindos e permeados da culpabilização feminina pelo fenômeno, destacaram-se: a) os modos de vestimenta e comportamentos das mulheres; b) expressões de crenças sobre a vulnerabilidade das mulheres advir da força física superior dos homens, o que recai às mulheres o dever de fugir e se esquivar de situações propícias à ocorrência; c) a dinâmica cíclica de relacionamentos abusivos nas quais as mulheres estão imersas e permitem-se a continuar nessas circunstâncias; d) o uso abusivo de drogas como sustentação e justificativa da masculinidade; e) a violência do parceiro sendo utilizada como justificativa e poder para ação às outras violências. Diante desses dados, os sentidos apresentados pelas participantes são permeados de produção de subjetividade e de ações que atribuem às mulheres a responsabilidade do sofrimento. E, nos limites de serem parte da população de rua, elas estão relegadas a própria segurança individual e mantidas sob a negligência do Estado e da sociedade.Item Depressão pós-parto em puérperas primíparas e as interações com a conjugalidade(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-30) BETTIOL, Neliane Lazarini de Sousa; GOMES, Miria BenincasaDurante o período da gestação e do pós-parto há risco aumentado de desenvolvimento de transtornos mentais entre as mulheres. A depressão pós parto é o transtorno mental que mais acomete puérperas e tem sido considerada uma questão de saúde pública em virtude de sua alta incidência, cerca de 26% das puérperas são acometidas. A chegada do filho exige rearranjos na estrutura familiar. A transição da conjugalidade para a parentalidade é o período do ciclo vital familiar em que o investimento orientado para a organização marido-mulher é transferido para a relação pais-filhos. Essa mudança pode gerar conflitos que podem comprometer os vínculos familiares. Este trabalho tem como objetivo investigar a relação entre a conjugalidade e a ocorrência de depressão pós-parto em puérperas primíparas. Essa pesquisa tem delineamento qualitativo, descritiva e transversal do tipo estudo de caso. Os critérios para a inclusão na amostra são: a) ter passado pelo processo de parto há, pelo menos, 2 meses e, no máximo, 36 meses; b) ser o único filho (a), mesmo que tenha tido gestações anteriores; c) ter tido uma gestação de risco habitual; d) bebê sem diagnóstico de síndromes ou deformidades; e) bebê ter nascido a termo e; f) estar num relacionamento estável. Os instrumentos utilizados são: Entrevista semi–aberta; Escala Fatorial de Satisfação com o Relacionamento de casal (EFS- RC); questionário sociodemográfico e Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS). Os resultados mostram que a saúde mental é muito impactada durante o ciclo gravídico- puerperal com repercussões na vinculação mãe-bebê e na qualidade do relacionamento conjugal. As cinco participantes apresentam mais de um fator de risco para depressão pós-parto. Porém, o único fator comum a todas é o relacionamento conjugal fragilizado. O padrão de vinculação conjugal-parental da maioria dos casos é o ausente, onde o pai-marido não é uma figura de apoio e suporte. Em um dos casos o padrão é considerado participativo, mas com um resultado de satisfação conjugal inferior a todos os anteriores. Isso se dá porque a participação do companheiro está condicionada a ser demandada pela mãe-esposa, o que implica em maior desgaste mental. Dessa maneira, ressalta-se a importância da realização de novos estudos sobre essa temática, bem como a necessidade da realização de programas de intervenção preventivos durante a gestação, com o objetivo de promoção de saúde à mulheres e casais, para a vivência saudável da conjugalidade e para a construção da parentalidade engajada fortalecendo o vínculo familiar e para a redução da incidência de transtornos psíquicos durante o puerpério, em especial a depressão pós-parto.Item Uma análise da violência contra as mulheres universitárias na região metropolitana de São Paulo(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-10) RIBOLDI JUNIOR, Oswaldo; SILVA, Rosa Maria Frugoli daA violência é um assunto amplamente discutido na sociedade, visto que se trata de um fenômeno presente no mundo todo e que traz consequências para todos os envolvidos. Levando em conta especificamente a problemática da violência contra as mulheres enquanto problema de saúde pública, o presente estudo busca conhecer o fenômeno da violência contra mulheres universitárias na região metropolitana de São Paulo, bem como identificar os impactos na saúde decorrentes da situação de violência. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho documental, seguindo, mais especificamente, o método da Análise Temática (AT). Para tal, foram utilizadas quatro entrevistas, extraídas do banco de dados do grupo de pesquisa NEPAG-Saúde. Essas consistem em relatos de quatro universitárias que sofreram abusos de seus parceiros. O material foi analisado e dividido, seguindo a AT, em três grupos de significado principais: Violência, Ação e Consequência. A partir dessa análise, as categorias evidenciadas apontaram os seguintes indicativos: as violências experienciadas são de diversas ordens, mediante ações ativas e passivas por parte da vítima, do agressor, dos filhos (quando presentes) e da família de ambas as partes, além de consequências negativas em diversos âmbitos da vida das mulheres vítimas dessa violência, enquanto, para o agressor, estão ausentes. Da correlação entre as categorias de análises e o referencial teórico proposto na investigação, os resultados mostraram que há: I) uma objetificação da mulher, a fim de manter a dinâmica de poder; II) irresponsabilização do agressor e culpabilização da vítima; III) consequências na saúde que não se restringem à mulher, além da necessidade de pensar e repensar as possibilidades de enfrentamento e cuidados diante da situação de violência. Portanto, embora a problemática da violência contra as mulheres tenha ganhado notoriedade nas últimas décadas, ainda é preciso refletir e agir, a fim de garantir direitos básicos, pois, mesmo em se tratando de mulheres universitárias, que têm acesso a informações e críticas sobre relações não satisfatórias em relacionamentos íntimos, também experimentam situações de violência na vida íntima, e isso traz consequências diretas à saúde física e mental.Item Família e autismo: reflexões psicanalíticas com os pais de crianças autistas(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-01) RODRIGUES, Telma Maria Duarte; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoA clínica psicanalítica de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) remete a muitas inquietações e questionamentos sobre as possibilidades de manejo clínico. As queixas iniciais trazidas aos psicanalistas pelos pais e/ou responsáveis indicam a presença de sentimentos de angústia e luto em relação a perda do filho ideal, após receberem o diagnóstico e ao longo do tratamento do filho. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo analisar o acompanhamento aos pais durante o tratamento psicológico do filho com diagnóstico de TEA. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva e documental com uso do método clínico. Para tanto, utilizou 5 prontuários inativos, selecionados aleatoriamente, de uma clínica interdisciplinar da Região Leste de São Paulo-SP. Os prontuários se referiam a crianças com idades entre 2 a 10 anos, atendidas no período de 2011 a 2017. O material coletado foi analisado a partir da articulação entre as contribuições da Psicanálise e da Psiquiatria Infantil para a clínica do autismo. Os resultados analisados indicaram que os pais ao narrarem, historizarem e subjetivarem as suas histórias e o sofrimento diante do diagnóstico de TEA, possibilitam a criança autista encontrar um lugar de desejo nos seus pais. A Psicanálise, se dispondo a escutar e acolher o “estrangeiro”, e não o eliminar, possibilita que aspectos familiares possam produzir novos significados sobre o que se apresentava tão estranhamente. O estudo permitiu contribuir com a prática clínica e institucional visando o desenvolvimento de ressignificações dos pais sobre seus filhos autistas, promovendo novos sentidos de saúde para a família.Item A criança agressiva na escola e o papel dos vínculos afetivos familiares a partir de intervenções na perspectiva sistêmica(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-29) SANTELI, Patrícia da Silva Dias; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoO objetivo dessa pesquisa foi analisar o papel dos vínculos afetivos familiares na intervenção do comportamento agressivo da criança refletido na escola a partir da perspectiva sistêmica. Trata-se de uma pesquisa com método qualitativo, descritivo e longitudinal, realizada com duas crianças com idades de 6 e 9 anos e suas respectivas famílias caracterizadas com comportamento agressivo em uma escola da rede particular de ensino na região do Grande ABC-SP. As crianças participantes foram selecionadas aleatoriamente a partir de dados documentais de ocorrências dos alunos e relato da Orientação Educacional da escola, sendo caracterizadas como comportamento agressivo na escola. Foram realizados 12 atendimentos com as crianças com comportamento agressivo e seus familiares (pais ou responsáveis). Os atendimentos ocorreram em consultório da própria pesquisadora, sendo registrados e analisados sob a perspectiva da abordagem sistêmica. Os resultados indicaram que foi possível verificar a melhora no comportamento das crianças na escola, por meio dos registros de ocorrências dos alunos na escola, bem como pelo relato dos pais após a intervenção realizada com terapia familiar sistêmica. A análise corrobora que os vínculos afetivos familiares com mais qualidade atenuam o comportamento agressivo da criança na escola. Espera-se colaborar com o desenvolvimento da criança com queixa de comportamento agressivo na escola, oferecendo um tipo de intervenção sistêmica, contribuindo para a ampliação da visão de como intervir com a criança e familiares, buscando favorecer sua adaptação escolar.Item Recursos individuais e engajamento no trabalho(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-11-17) MENDES, Daniel Romeiro; MARTINS, Maria do Carmo FernandesEste estudo analisou o impacto causado por recursos pessoais do indivíduo em seu engajamento no trabalho, verificando se o capital psicológico moderava a relação entre as forças de caráter de felicidade e engajamento no trabalho, sob o enfoque da teoria Job Demands-Resources (JD- R). Trata-se de estudo de campo, quantitativo, transversal, tipo survey. A amostra foi composta por 151 trabalhadores empregados, com idade média de 39 anos (DP=10), 62% do sexo feminino e 38% do sexo masculino, 65% casados, 87% com escolaridade igual ou maior do que nível superior completo. São, na maioria, oriundos da região Sudeste (75%) e mais da metade deles (54%), celetistas e não ocupantes de cargos de chefia (60%). Os dados foram coletados pelas escalas Values In Action Inventory of Strengths (VIA-120), Escala de Engajamento no Trabalho (UWES-9), Escala de Capital Psicológico (PCQ-21) e por um questionário com perguntas sobre características sociodemográficas. As respostas compuseram um banco eletrônico de dados e foram analisadas por meio de análises estatísticas descritivas, correlacionais, ANOVA e por análises de regressão linear. Os resultados revelaram que capital psicológico e a força de caráter de felicidade vigor tiveram papel preditivo positivo sobre engajamento no trabalho, não sendo, portanto, o capital psicológico um moderador, mas sim seu principal preditor. Isso revela que trabalhadores mais otimistas, esperançosos, autoeficazes e resilientes, e aqueles com mais empolgação e entusiasmo no trabalho, são os mais engajados no trabalho, ou seja, empenham maior dedicação, vigor e são mais absortos em seu trabalho. Como hipotetizado, os participantes que possuem forças de caráter de felicidade como forças de assinatura são mais engajados no trabalho do que aqueles que não as possuem. Esta investigação acrescenta achados inéditos à literatura da área, pois não foram localizados estudos sobre relações entre as variáveis envolvidas conjuntamente neste estudo, quais sejam, forças de caráter, capital psicológico e engajamento no trabalho. Por outro lado, os resultados corroboraram o modelo JD-R, confirmando o papel explicativo dos recursos pessoais sobre engajamento. Destaca-se na discussão que este estudo não esgota o modelo, pois não investigou os recursos e as demandas do trabalho, detendo-se em alguns recursos individuais, já que este foi seu objetivo. Ao final, sugere-se uma agenda para ampliar os estudos na área.Item Mulheres, violência conjugal e o Sistema Único de Saúde (SUS): contribuições do serviço de psicologia(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-31) FURQUIM, Giovana Tomé; SILVA, Rosa Maria FrugoliA violência é um fenômeno histórico de socialização e demonstração de poder no qual as mulheres geralmente são as vítimas. Com os movimentos feministas, as mulheres vêm reivindicando seus direitos dentro da sociedade e, conjuntamente, denunciando a prática de violência ocorrida no âmbito doméstico, já que muitas vezes os autores desta situação são os próprios parceiros íntimos. A Organização Mundial da Saúde tem intensificado a importância de realizar a prevenção da violência contra as mulheres, pois este é um fenômeno que traz inúmeras consequências para a vida e saúde destas mulheres, principalmente quando se trata da violência psicológica que é de difícil identificação. Neste sentido, a presente dissertação teve como objetivo identificar as contribuições dos profissionais da Psicologia no Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento da violência contra as mulheres no relacionamento conjugal. A pesquisa utilizou-se do método qualitativo, por meio de entrevista semiestruturada, realizada com seis mulheres, maiores de 18 anos, que constituem ou constituíram relacionamentos conjugais por período mínimo de cinco anos e que procuraram o SUS para atendimento junto ao profissional da psicologia. O estudo ocorreu em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. As análises da coleta de dados foram efetuadas com base no método fenomenológico. Os resultados apontaram: a) identificou-se a presença de experiências de violências psicológica, física e/ou sexual no relacionamento conjugal e no contexto familiar, mesmo antes do início do casamento; b) as mulheres buscaram atendimento de saúde para atendimento com queixas de sintomas físicos e psicológicos e estas não estavam associadas, a princípio, ao fenômeno da violência; c) as mulheres apresentaram dificuldade em procurar ajuda profissional para o fenômeno da violência; d) verificou-se que o atendimento do setor de psicologia foi um marco de identificação desta experiência, assim como possibilidade de ressignificação perante o fenômeno da violência sofrida. Frente aos resultados alcançados, verificou-se que para os profissionais de psicologia atuantes na rede de enfrentamento à violência contra as mulheres efetuarem a promoção e prevenção referentes aos cuidados de saúde, devem estar preparados para auxiliar essas mulheres na identificação de situações de violência, uma vez que interferem diretamente numa vida digna e saudável.Item Caracterização do perfil de uma amostra de usuários de um serviço de saúde do adolescente(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-06-24) ZANUTO, Grazielle Ribeiro Novais; SERAFIM, Antônio de PáduaA adolescência é uma importante etapa da vida, com necessidades específicas em relação à saúde e ao desenvolvimento, marcada por mudanças biopsicossociais e aquisição de habilidades e conhecimentos que irão influenciar decisivamente na vida adulta. Atender bem à população adolescente implica em gerar uma nova geração de indivíduos sadios, física e psicologicamente, e bem integrados em sua sociedade. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo descrever o perfil de usuários de um serviço de saúde do adolescente. A pesquisa foi realizada no Centro de Referência Adolescente-Cidadão Esperança, sede do Instituto de Hebiatria do Centro Universitário Saúde ABC na cidade de Sandro André, SP. A amostra foi composta por 40 adolescentes do sexo masculino e feminino entre 12 e 18 anos. Para a coleta de dados, foram utilizados um teste expressivo que avalia aspectos da personalidade, as Pirâmides Coloridas de Pfister, e a Análise Documental das anamneses médicas. A fim de caracterizar o perfil geral dos resultados do teste de Pfister, foram consideradas as seguintes variáveis: uso das cores, as síndromes, o processo de execução e o aspecto formal, analisadas conforme proposto por Villemor-Amaral. A partir da análise interpretativa, buscou-se explicitar os resultados mais frequentes no grupo de adolescentes avaliados. Assim, foi possível evidenciar uma afetividade mais estimulada, que leva a inferir um comportamento compatível com as emoções mais fortes, impactantes, com conotações ambivalentes, associadas a impulsividade e irritabilidade; houve indicadores de capacidade de controle e regulação dos afetos, funcionamento lógico adequado para a faixa etária, assim como disposição para os relacionamentos interpessoais e para contatos afetivos sociais. Os resultados revelaram indicadores de uma personalidade ainda em formação, com pouca maturidade em relação às emoções e às defesas psíquicas, característica frequente em adolescentes. Os dados coletados na análise documental apontam que 25% das queixas médicas referem-se à obesidade, seguido de tristeza em 22,5% e alteração do comportamento em 17,5%; Entre os principais motivos de encaminhamento para a psicologia 30% referem-se à hipótese de depressão, 20% de ansiedade e 15% de alteração da dinâmica familiar. A importância da promoção e manutenção da saúde nos diversos espaços sociais, de forma integral, de modo a contribuir com o processo evolutivo da adolescência, nos aspectos físico, psicológico e social foi notória.Item Do armário para a cidadania: políticas públicas e qualidade de vida na população LGBTQIA+(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-30) TANIZAKA, Hugo; FRUGOLI, RosaCada vez mais nos âmbitos das ciências humanas e da saúde às temáticas de gênero têm ocupado papel de destaque na produção intelectual-científica, com isto, cada vez mais tem sido demandado estudos que viabilizem compreensões qualificadas, e que visem o exercício de direitos e a cidadania da população LGBTQIA+. Esta dissertação visa apresentar dados de relevância para a comunidade científica, uma vez que traz um panorama sobre saúde, violência de gênero e acesso aos serviços de saúde. A pesquisa utilizou abordagem mista, relevando dados quantitativos e qualitativos, por meio do instrumento WHOQOL-BREF, de Qualidade de Vida, de um questionário socioeconômico e um de criação do autor sobre experiências em serviços de saúde, e entrevistas com 3 participantes triados pelos resultados obtidos no WHOQOL- BREF. As análises de dados tiveram perspectivas fenomenológicas que permitiram compreender as questões de saúde da população a partir dos próprios participantes. Os resultados alcançados mostraram que das 202 pessoas que se identificaram como parte da comunidade LGBTQIA+, destes 34,7% afirmaram terem sido discriminados em serviços públicos de saúde, 27,4% informaram terem sofrido violências durante os atendimentos de saúde, 33,6% declararam não serem compreendidos pelos profissionais em questões específicas sobre seu gênero e ou sexualidade. Também foi possível levantar que 58,4% das pessoas que participaram da pesquisa consideraram os serviços de saúde como de difícil acesso e 65,8% explicitaram terem dúvidas específicas sobre a saúde da população LGBTQIA+. E, por meio das análises qualitativas surgiram apontamentos que evidenciaram a precariedade de informações que os serviços de saúde têm sobre a população pesquisada, consequentemente ocorrendo dificuldades nas identificações de situações de violências pelos participantes da pesquisa; compreensão insatisfatória sobre o que é de fato discriminação e violência de gênero; e distribuição ineficaz de informações sistematizadas que prejudicam os acessos aos serviços de saúde. A pesquisa também revelou que as expressões de gênero pelo serviço de saúde seguem norma heteronormativa, o que incide em danos ao desenvolvimento sadio das pessoas que se incluem fora da norma padronizada de gênero e sexualidade. Portanto, na busca por saúde e qualidade de vida, a população LGBTQIA+ tem acesso restritivo aos direitos, uma vez que os serviços não efetivam a integralidade, universalidade equidade.Item Outras dimensões em saúde: o lugar da arte(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-03-14) ZAWADZKI, Guilherme; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoAtividades artísticas são estratégias capazes de gerar processos de observação de um objeto estético e por consequência operações éticas. Essa premissa norteou a análise da oficina realizada como parte de veículo de construções simbólicas da realidade para expressar significados e sentidos inerentes ao processo de criação e, desse modo, afirmar forças de desenvolvimento e, portanto, de promoção de saúde. Objetivo: relatar a experiência da “Oficina Eu Vejo Assim”, que fez uso da arte como estratégia promotora do bem-estar de crianças hospitalizadas. Método: Trata-se de uma pesquisa do tipo documental e qualitativa que partiu de um relato de experiência da referida oficina, na qual a criança produziu um desenho a partir da consigna “Qual é o seu sonho” e, a seguir, esse desenho foi transformado em um cenário e produzida uma fotografia. Resultados: O material obtido teve seu conteúdo analisado e, a seguir organizado em forma de categorias: sujeito em perspectiva; conflitos manifestos e desfechos. De modo geral, foram contemplados temas nos quais as crianças se projetam em figuras e situações heroicas e corajosas, possivelmente como forma de enfrentar as condições de sofrimento desencadeadas pelo contexto da internação. Conclusão: o estudo demonstrou o potencial inerente de atividades artísticas enquanto produtoras de objeto de observação e, por consequência, de um objeto estético pautado em sua realidade interna. A análise da produção artística também foi verificada como anunciadora das emoções e as histórias foram analisadas de forma a gerar descrição de uma estrutura com características desenvolvedoras de potenciais e dos possíveis motivos de retardamento para esta questão.