Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde
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Item A atuação do psicólogo com homens autores de violência: alcances e desafios(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-02) AULER, Raquel Gagliotti Coppola; SILVA, Rosa Maria FrugoliNesta pesquisa, buscou-se compreender e identificar as intervenção dos psicólogos nos grupos com homens autores de violência contra as mulheres. A proposta foi de ampliar o olhar sobre o universo da violência contra as mulheres e inserir os homens autores de violência como parte de um processo que demanda por serviços especializados. Tal intervenção veio ao encontro da Lei Maria da Penha que criou mecanismos específicos de responsabilização e educação com a possibilidade de juízes decretarem o comparecimento obrigatório à frequência em grupos reflexivos. O trabalho destes grupos, de forma gradativa, vem adquirindo relevância no cenário brasileiro, tanto no que se refere ao enfrentamento da violência contra as mulheres quanto como um trabalho que envolve a rede de profissionais da esfera jurídica e psicossocial. Neste contexto, apresenta-se então a figura do profissional psicólogo enquanto facilitador dos grupos, uma atuação que sai do tradicional modelo clínico, viabilizando o exercício de discussões em grupo e proporcionando a criação de um espaço psíquico na vida desses homens para que possam repensar suas ações, seus valores e crenças. Esta pesquisa foi qualitativa, sendo realizada com quatro profissionais psicólogos que atuam com grupos na região do ABC paulista. Realizou-se entrevistas semiestruturadas as quais foram analisadas por meio das perspectivas fenomenológicas. No que se refere aos alcances dos profissionais entrevistados na pesquisa têm-se: a) a percepção na efetividade deste trabalho quando observam transformações nas atitudes e discursos masculinos, b) repensar a ampliação e novas possibilidades de atuação do psicógologo frente ao fenômeno social da violência doméstica, c) um trabalho conjugado com o judiciário. No que tange aos desafios encontrados destaca-se a não remuneração dos profissionais psicólogos neste tipo de trabalho, atuando de forma voluntária. Desta forma, ressalta-se a relevância do serviço de psicologia que atende questões relacionadas à violência contra as mulheres, uma vez que os trabalhos com grupos destes homens alcança transformações de atitudes masculinas que intereferem nas assimetrias de gênero. Entretanto torna-se necessário investimentos nos seviços a fim de que se ampliem e mantenham em funcionamento.Item A construção da identidade adolescente e o uso de redes sociais(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-25) DAMINI, Eduardo Marchese; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoA adolescência é decisiva para o desenvolvimento, sendo caracterizada por uma transição para a vida adulta. As mudanças físicas que marcam a puberdade também implicam em transformações na maneira como esse indivíduo percebe a si mesmo e seu papel na sociedade, desencadeando a necessidade de uma reorganização interna, atribuindo novos significados ao processo de desenvolvimento psicológico e ao próprio corpo, envolvendo diretamente a vida afetiva emocional e a convivência social. A pesquisa teve como objetivo analisar as implicações do uso de redes sociais na Internet na construção da identidade do adolescente. Trata-se de uma pesquisa descritiva qualitativa com uso do método clínico. Participaram cinco adolescentes com idades entre 12 e 17 anos, residentes na Região do ABC/SP. A coleta de dados foi feita individualmente nas modalidades presencial e online. Cada participante respondeu a uma entrevista semi diretiva, ao procedimento clínico do Desenho Estória com Tema (DE-T) e produziu ou escolheu livremente uma fotografia que o representasse, criando uma história sobre essa fotografia. Tais materiais coletados foram analisados qualitativamente em uma perspectiva psicanalítica, de modo a elaborar uma síntese para cada participante, integrando a análise da entrevista e do DE-T, articulados com a imagem e a história produzida na fotografia. A seguir, elaborou-se uma análise conclusiva articulando-se a totalidade dos casos. Os resultados indicaram que o uso de redes sociais pelos adolescentes foi representado como uma possibilidade de se desenvolverem cognitivamente e ampliarem seu círculo social. Além disso, pela postagem de fotos e textos buscam, sem sucesso, escapar da angústia e sofrimento inerentes a essa etapa da vida, incrementando tais sentimentos com frustrações, em relação ao pouco impacto de suas publicações e a relevância de seus perfis, ao mostrarem o que é supostamente o melhor de si, ou seja, como desejam ser vistos e aceitos pelo outro. Desse modo, a construção da identidade dos adolescentes participantes parece atravessada pelas facilidades e ilusões da tecnologia, que dilatam o limiar do que é possível entre o virtual e o real, da mesma forma que se diluem as barreiras entre o concreto e as fantasias em suas vidas.Item A criança agressiva na escola e o papel dos vínculos afetivos familiares a partir de intervenções na perspectiva sistêmica(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-29) SANTELI, Patrícia da Silva Dias; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoO objetivo dessa pesquisa foi analisar o papel dos vínculos afetivos familiares na intervenção do comportamento agressivo da criança refletido na escola a partir da perspectiva sistêmica. Trata-se de uma pesquisa com método qualitativo, descritivo e longitudinal, realizada com duas crianças com idades de 6 e 9 anos e suas respectivas famílias caracterizadas com comportamento agressivo em uma escola da rede particular de ensino na região do Grande ABC-SP. As crianças participantes foram selecionadas aleatoriamente a partir de dados documentais de ocorrências dos alunos e relato da Orientação Educacional da escola, sendo caracterizadas como comportamento agressivo na escola. Foram realizados 12 atendimentos com as crianças com comportamento agressivo e seus familiares (pais ou responsáveis). Os atendimentos ocorreram em consultório da própria pesquisadora, sendo registrados e analisados sob a perspectiva da abordagem sistêmica. Os resultados indicaram que foi possível verificar a melhora no comportamento das crianças na escola, por meio dos registros de ocorrências dos alunos na escola, bem como pelo relato dos pais após a intervenção realizada com terapia familiar sistêmica. A análise corrobora que os vínculos afetivos familiares com mais qualidade atenuam o comportamento agressivo da criança na escola. Espera-se colaborar com o desenvolvimento da criança com queixa de comportamento agressivo na escola, oferecendo um tipo de intervenção sistêmica, contribuindo para a ampliação da visão de como intervir com a criança e familiares, buscando favorecer sua adaptação escolar.Item A influência dos valores organizacionais e a resiliência nos vínculos do trabalhador(Universidade Metodista de São Paulo, 2018-12-04) NAZARIO, Ana Cristina Pinto; CAPPELLOZZA, AlexandreO trabalhador inserido no mercado de trabalho atual, altamente competitivo e marcado pela escassez de ofertas de emprego, deve estar preparado para enfrentar as constantes pressões para a produtividade nas empresas. Estratégias de motivação laboral, expressas nos valores organizacionais, podem ser eficientes quando correspondem diretamente às metas e valores do trabalhador. Este estudo investigou a influência dos valores organizacionais sobre os vínculos de comprometimento afetivo e de entrincheiramento, bem como a moderação da resiliência sobre estas relações. Com esta finalidade, o trabalho foi conduzido por meio de uma pesquisa quantitativa de corte transversal único, por meio de um questionário impresso. Os dados foram colhidos in loco, em uma única empresa situada na região metropolitana de São Paulo. Foram analisados 151 questionários respondidos por funcionários que atuam na área administrativa desta empresa. Para os testes de hipóteses do estudo, foi realizada a análise de equações estruturais. Foi encontrada uma relação positiva do variável valor organizacional com as variáveis comprometimento organizacional e entrincheiramento organizacional. Não foi encontrada a moderação da variável resiliência nas variáveis valores organizacionais e vínculos do trabalhador.Item A interdisciplinaridade na experiência de profissionais de saúde em Centro de Atenção Psicossocial(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-02-27) MOREIRA, Glauber Mendonça; REZENDE, Manuel MorgadoHistoricamente, os desafios propostos pela reforma psiquiátrica para a criação de um modelo não asilar e psicossocial de atenção em saúde mental e a adequação deste às premissas do SUS, impacta diretamente o cotidiano de trabalho dos profissionais de saúde mental. Ainda, os aspectos interdisciplinares da equipe de saúde emergem como uma preocupação a ser enfrentada. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi analisar a concepção dos profissionais de saúde mental no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) sobre a interdisciplinaridade em seus modelos de atuação, por meio da análise que fazem desse conceito em suas práticas no exercício profissional. Trata-se de um estudo com uso de método qualitativo, e para tanto, utilizou-se de observações não participantes em reuniões técnicas, em três diferentes unidades do CAPS na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. A partir disso, foram selecionados, por conveniência, três profissionais integrantes das reuniões técnicas, sendo um de cada uma das unidades CAPS participantes da pesquisa. Tais profissionais responderam a entrevistas semiestruturadas acerca de suas percepções sobre a interdisciplinaridade em sua atuação no CAPS. Os resultados apontam, que a interdisciplinaridade tem sido compreendida como um conceito teórico, sendo assim, pouco articulado com a prática dos profissionais envolvidos. Ainda foi possível perceber, certo desconhecimento dos profissionais da saúde acerca das possibilidades de atuação interdisciplinar, por vezes, se proximando de outras práticas, como o da multidisciplinaridade, ou ainda confundidas com estratégias mais simples de formação grupal, como o de equipe. Dessa forma, as diferenças apresentadas nos discursos entre o pensar e o fazer interdisciplinar resultam das dificuldades de ações concretas desses profissionais que, certamente, possibilitariam um trabalho mais efetivo aos usuários dos serviços de saúde mental.Item A percepção de delírio e formas de intervenção de profissionais de saúde(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-03-29) BASTOS, Isaac Soares; REZENDE, Manuel MorgadoInfluenciados por movimentos que surgiram principalmente na França, Inglaterra e Itália, os serviços de atenção a pessoas que padeciam de algum tipo de sofrimento psíquico grave passaram por significativas mudanças que favoreceram a construção de novos paradigmas de saúde, como também novos dispositivos de atendimento. Tais acontecimentos trouxeram exigências politicas, administrativas, técnicas – como também teóricas – bastantes novas que propiciou a construção de um campo de saber diverso e heterogêneo (o da saúde mental) onde trabalhador e usuário reavaliaram suas concepções e práticas a respeito das psicopatologias e de suas formas de tratar. Diante desse contexto, o presente estudo teve como objetivo verificar como o trabalhador do CAPS percebe e intervém frente ao usuário que apresenta ou apresentou um quadro de delírio. Para coleta de dados foi utilizado questionário sócio demográfico, a técnica de entrevista semiestruturada. Para análise e tratamento dos dados foi empregada a técnica de Análise de Conteúdo tendo por base as propostas elaboradas por Bardin. Os dados revelaram que a percepção do profissional se faz a partir de eixos conceituais que dividimos em: dualismo de realidade, nosográfico, neurológico, contextual e psicanalítico. E é a partir deles que a sua intervenção se configura. No entanto, elas não se fazem demarcadas ou delimitadas em seu arcabouço teórico ou epistemológico. Eles se entrecortam e se atravessam e produz uma intervenção mesclada, eclética e que, por vezes também, se faz ou se baseia apenas na experiência e empenho do profissional.Item A psicodinâmica do trabalho e a dialética prazer e sofrimento: um estudo junto a advogados especializados em direito do trabalho(Universidade Metodista de São Paulo, 2018-03-13) SOMERA, Valéria de Carvalho Oliveira; PRAUN, Lucieneida DováoEssa pesquisa buscou investigar os processos de prazer e sofrimento imbricados nas relações de trabalho e suas repercussões na saúde humana. A abordagem teórica que subsidiou o desenvolvimento da pesquisa foi a da vertente dejouriana que, desde a década de 70, inicialmente por meio da psicopatologia do trabalho e, a partir dos anos 1990, em base à Psicodinâmica do Trabalho (PDT), vem se debruçando sobre o adoecimento com nexo laboral, fenômeno presente entre trabalhadores, independentemente da categoria profissional. Nesta pesquisa privilegiou-se esse segundo momento das elaborações propostas por Christophe Dejours, a PDT. Os participantes da pesquisa proposta são advogados que trabalharam em uma banca sediada no Centro da cidade de São Paulo, cujos contratos de trabalho se solidificaram no vínculo de associados. A pesquisa, exploratória, teve por objetivo principal investigar como os advogados que compuseram a amostra perceberam e se confrontaram com a racionalidade do trabalho estabelecida pelo escritório de advocacia com o qual mantiveram vínculo no período estudado, dezembro de 2010 a janeiro de 2015. Deste objetivo amplo desdobraram-se outros, voltados a identificar e analisar as vivências profissionais desses indivíduos, tais como a capacidade que cada um pôde desenvolver ou não de transformar sofrimento em prazer. A pesquisa buscou compreender se estas vivências favoreceram ou não processos de sofrimento acompanhados de adoecimento, assim como as estratégias defensivas acionadas por cada advogado entrevistado. Por último, buscou-se também identificar as possíveis aproximações entre as experiências relatadas pelos advogados entrevistados e as alterações mais amplas na gestão do trabalho disseminadas na transição dos anos 1980 para os de 1990 nos diferentes espaços de trabalho. O critério adotado para escolha dos advogados que participaram da investigação considerou aqueles que em um determinado momento de suas carreiras, entre dezembro de 2010 e janeiro de 2015, trabalharam na mesma banca, mas que já não possuem vínculo com o referido escritório. Considerou-se ainda como critério de escolha aqueles que, a partir da análise realizada pela pesquisadora responsável, apresentaram: características relacionadas a transtornos mentais; declararam-se adoecidos “psiquicamente”; indicaram fazer uso de substâncias químicas, como antidepressivos e ansiolíticos; relataram sobre falta de desejo de seguirem na profissão por sentirem-se violados de seus direitos, ou ainda por manifestarem sentimento de desamparo frente às leis que defendem. Os resultados de pesquisa, obtidos a partir da realização de entrevistas semiestruturadas, apontaram para discursos, de forma recorrente, marcados por sentimentos ambivalentes no que tange à especificidade da escolha acadêmica realizada. Alguns demonstraram em suas falas sentimento de desamparo no que diz respeito aos direitos trabalhistas, embora possa parecer incongruente admitir-se que profissionais preparados para defender as leis vigentes na sociedade em que vivem se vejam destituídos dos próprios direitos. Observou-se ainda, entre esses profissionais, a presença de um hiato entre o que formalmente se prevê na relação de trabalho resultante do vínculo de associado e o que de fato se efetiva no exercício cotidiano da profissão.Item A resiliência no ambiente organizacional: comportamentos resilientes entre funcionários com o cargo de especialista(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-01-27) FERRAZ, Sueli de Fátima da Silva; CUSTÓDIO, Eda MarconiO mundo das organizações está cada vez mais competitivo e exigente. As entregas precisam ser realizadas em tempo menor. A qualidade dos resultados é medida através da observação da relação entre metas e indicadores; estes indicam uma tendência que definirá o atingimento das metas estabelecidas pela empresa. A alta competitividade entre empresas e seus indivíduos levam os recursos humanos à uma situação constante e permanente de pressão, elevando os níveis de estresse no ambiente organizacional, aumentando com isso, a probabilidade desses indivíduos adoecerem. Esta pesquisa pretende identificar quais comportamentos resilientes trabalhadores especialistas de uma empresa possuem. O individuo que possui comportamentos resilientes tem maior resistência às pressões sofridas no dia a dia de trabalho, favorecendo um melhor equilíbrio entre sua saúde física e psicológica e desenvolvimento profissional. Por outro lado, encontramos indivíduos menos resistentes que adoecem frequentemente, provocando altos índices de afastamento do trabalho, gerando demora ou impossibilidade de desenvolvimento profissional. De acordo com alguns autores, a resiliência pode ser desenvolvida; sendo assim, surge a questão: como podemos desenvolver nestes indivíduos um perfil resiliente que permita melhores níveis de saúde e bem estar. Tem este trabalho o objetivo de observar a resiliência em 17 funcionários com cargo de especialista, em diversas áreas de uma empresa multinacional de grande porte, através da aplicação do QuestResiliencia, (Barbosa, 2006). A metodologia utilizada é de cunho exploratório e descritivo. O instrumento utilizado permitiu realizar o mapeamento das crenças que organizam o comportamento resiliente e apresentou como o(a) respondente estrutura os Padrões de crenças face ao estresse. Os resultados revelaram que são eles: autoconfiança, empatia, autocontrole, otimismo para com a vida, sentido da vida, leitura corporal, conquistar e manter pessoas.Item A saúde mental de mães com bebês de 0 a 36 meses de idade face à pandemia de coronavírus(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-03) PERESTRELO, Marisa Bruno Dias; GOMES, Miria BenincasaEstudos realizados nos países em desenvolvimento descrevem um aumento progressivo dos transtornos mentais, com desdobramentos sociais e econômicos. O presente estudo investigou a relação entre os fatores sociodemográficos e a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em mães, sua grande maioria residentes na região sudeste do país, em tempos de pandemia de coronavírus, identificando os fatores de risco e proteção. Método: estudo transversal, quantitativo, realizado com uma amostra de 97 mães de bebês de 0 a 36 meses de idade, em meio ao distanciamento social oriundo da pandemia de Covid-19, no Brasil. As mães responderam a um questionário sociodemográfico e ao Self Reporting Questionnaire of Minor Psychiatric Disorders (SRQ-20). Resultados: tal amostra apresentou em sua maioria mães brancas residentes da região sudeste do país, com média de idade em torno dos 34 anos, em sua maioria residindo com parceiro(a), com no mínimo um filho e 40,1% da amostra tem renda familiar variando de 4 a 10 salários mínimos. A prevalência de transtorno mental comum foi apontada em 48,6% das mães e houve associação entre as características sociodemográficas quando se correlacionou os scores do SRQ com a variável renda familiar, com o estado civil, com a idade materna e com o cansaço na pandemia. Conclusão: as informações dessa pesquisa reafirmam o cansaço experimentado pelas mães face à pandemia de coronavírus em função da sobrecarga, pela execução de multitarefas e variáveis como: idade materna, presença de um parceiro e de renda familiar significativa como preditores de proteção à saúde mental materna.Item A violência contra a mulher como fator de risco para o desenvolvimento do transtorno de estresse pós-traumático(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-05-17) SOUZA, Célia Mendes de; VIZZOTTO, Marília Martins; NOGUEIRA, Paulo Augusto de SouzaEste estudo teve como objetivo investigar a violência contra a mulher como fator de risco para o desenvolvimento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e suas associações com a psicodinâmica destes sujeitos. Os participantes foram cinco mulheres, com idade acima de 18 anos, vítimas de violência e atendidas em um Centro de Referência e Apoio à Mulher da região metropolitana de São Paulo. Num primeiro momento foi aplicado um questionário para coleta de dados sociodemográficos, história passada do sujeito e o crime (violência sofrida). Os demais instrumentos utilizados foram: o Childhood Trauma Questionnaire (Questionário Sobre Traumas na Infância (QUESI) – tradução para o português), o Instrumento de Rastreio para Sintomas de Estresse Pós-Traumático (versão em português do Screen for Posttraumatic Stress Symptoms – SPTSS) e o Teste de Apercepção Temática. Para o desenvolvimento do presente estudo adotou-se como método de pesquisa o descritivo-qualitativo combinado a uma análise quantitativa, realizada a partir dos dados obtidos no questionário e na escala. Os resultados apontam que quatro das cinco participantes apresentam sintomas compatíveis com o transtorno, confirmando a hipótese de que a violência cometida contra a mulher contribui para o desenvolvimento de sintomas relativos ao Transtorno de Estresse Pós-Traumático, evidenciando-se como um dos fatores de risco para a ocorrência do transtorno. A vivência da situação de violência de forma crônica e/ou prolongada aparece como agravante no surgimento e manutenção dos sintomas; por outro lado, o apoio social, histórico familiar favorável e percepção das agressões enquanto violência e crime são tidos como fatores protetivos nesta condição.Item Ansiedade de prova em jovens: uma análise a partir dos traços de personalidade e da motivação acadêmica(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-12-02) GABRIEL, Rose Skripka do Nascimento; SERAFIM, Antonio de PáduaEste trabalho teve como objetivo analisar as possíveis relações entre a ansiedade de prova, os traços de personalidade e a motivação acadêmica de adolescentes de 11 a 17 anos. Realizou-se uma revisão de literatura para a fundamentação teórica, nos principais pressupostos teóricos e o estado da arte sobre a ansiedade, ansiedade de prova, traços de personalidade e motivação acadêmica. A motivação foi estudada sob a luz da teoria da autodeterminação, que explicita a motivação num continuum que vai da desmotivação e da regulação motivada extrinsecamente, até a motivação intrínseca, associada ao comportamento autodeterminado. Pesquisou-se sobre os traços de personalidade sob a perspectiva psicofisiológica de Hans Eysenck, definidos em neuroticismo, extroversão e psicoticismo. Para operacionalização da mensuração dos constructos foram usadas três escalas validadas no Brasil: Inventário de Ansiedade de Prova, que mensura as dimensões preocupação, emoção, distração e confiança; Escala de Motivação Acadêmica, que abarca os tipos de motivação; e o EPQ-J, questionário que mensura os traços de personalidade em adolescentes. Os dados foram coletados junto a uma amostra por conveniência composta de 210 jovens estudantes, de 11 a 17 anos (M=13,54; DP=1,85), 56,7% do sexo feminino, de duas escolas públicas e uma particular na cidade de São Paulo. Quatro modelos hipotéticos foram formulados. As dimensões da ansiedade de prova foram definidas como variáveis dependentes e as dimensões dos traços de personalidade e da motivação acadêmica foram as variáveis preditoras. A técnica escolhida para análise dos dados foi a regressão múltipla, stepwise. Os resultados obtidos comprovaram que: o grupo de variáveis independentes (VIs) responsável por 33% da variação da variável dependente (VD) preocupação foi composto por neuroticismo, motivação de regulação externa, motivação identificada e motivação intrínseca, apresentando f2 de 0,501; o grupo de VIs responsável por 34% da variação da VD emoção foi composto por neuroticismo e motivação externa, com f2 0,512; o grupo de VIs reponsável por 26% da variação da VD distração foi composto por motivação externa, neuroticismo e motivação introjetada, com f2 0,351; o grupo de VIs responsável por 32% da variação da VD confiança foi composto por neuroticismo e motivação intrínseca, com f2 0,468. Das relações formuladas, destacam-se: a prevalência do traço neuroticismo e da motivação externa como preditores da ansiedade de prova, a relação positiva entre a motivação intrínseca e a confiança, e a relação negativa entre a motivação intrínseca e a preocupação.Item Avaliação da resiliência e fatores de vulnerabilidade em mães de crianças surdas(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-02-08) JANUÁRIO, Bruna Setin; GOMES, Miria BenincasaÉ amplamente conhecido que a maternidade implica para a mulher uma série de mudanças, desde aspectos corporais até seu papel social. Tantas alterações podem gerar várias dificuldades e ocasionar situações bem adversas. Compreende-se, assim, que é de extrema importância que essa mãe tenha uma boa capacidade de resiliência para que possa gerir da melhor maneira cada um dos eventos adversos que a maternidade pode lhe trazer. Neste sentido, esta dissertação tem o objetivo avaliar a resiliência e os fatores de vulnerabilidade em mães de crianças surdas. A metodologia de pesquisa deste estudo foi descritiva quantitativa, utilizando-se da Connor-Dacdson Resilience Scale (CD-RISC-10) e de um questionário sociodemográfico. Participaram do estudo 30 mães de crianças surdas, escolhidas por conveniência. Como critérios de inclusão, definiu-se que a idade mínima das crianças deveria ser mínima de 3 anos e máxima de 10 anos. Como resultado principal deste estudo, tem-se que a ausência do sentimento de tristeza apresentou maior variância nos resultados de resiliência, tendo como amplitude pontuações que vão de 4 – ou seja, a pontuação máxima para o teste – até 0,8. Por outro lado, na presença deste sentimento, perceberam-se níveis mais homogêneos de resiliência, tendo o valor mínimo muito próximo ao valor máximo – 3,3 e 3,4 respectivamente. Em relação à vulnerabilidade, o presente estudo pode identificar três possíveis negligências que evidenciam estes aspectos da maternidade de uma criança com deficiência: a renda familiar não proporcional ao nível de escolaridade das mães, a ausência de atendimento emocional, principalmente no momento do diagnóstico e a restrição no acesso às informações importantes sobre a deficiência dos filhos por parte dos profissionais de saúde. Por fim, ressalta-se tanto o afastamento do poder público – com a consequente ausência de programas de proteção social a essas famílias – a quanto a ausência de estudos sobre essa maternidade. Vê-se, assim, a necessidade de realização de outros estudos tanto de caráter quantitativo, com amostras maiores, quanto de caráter qualitativo, que possam fortalecer as hipóteses levantadas nesta dissertação, bem como fomentar novas ações de cuidado para com essa população.Item Avaliação psicológica antecipatória em casos judiciais de alienação parental(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-11-14) NIKOLIC, Jovane Meierhoefer; BENINCASA, MiriaCrianças e adolescentes brasileiros vítimas deste abuso moral acabam permanecendo em exposição ao ambiente familiar hostil por longos anos até que laudos multidisciplinares consigam sugerir os mecanismos mais adequados à promoção de saúde daqueles indivíduos. Os objetivos desta dissertação de mestrado foram: investigar a avaliação psicológica antecipatória e descrever experiências de profissionais que participam dos processos de Alienação Parental. Foi realizado um estudo exploratório descritivo e com corte transversal. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário (Google Forms) desenvolvido pelo autor, na modalidade Survey, em ambiente virtual. A amostra, por conveniência, foi composta por 143 profissionais de áreas distintas como advogados, psicólogos, assistentes técnicos, mediadores, conciliadores, juízes e desembargadores, cuja rotina profissional envolve essa temática. Os resultados apontaram que a proteção do desenvolvimento biopsicossocial da criança ou do adolescente sugere incluir o estudo dos vínculos com o genitor alienado, por meio de avaliação multiprofissional realizada em fase inicial do período postulatório. Dos respondentes do questionário, 87,4% assinalaram a opção de que a hipótese deste estudo diminuiria o lapso temporal das ações, antecipando assim a referida tutela jurisdicional. Deste modo enfatiza-se, a relevância da redução em tempo de exposição ao ambiente familiar conflituoso, prioridade a ser observada no que tange à proteção integral à criança ou adolescente estabelecida como direito fundamental.Item Bem-estar da gestante: avaliação de um modelo de pesquisa e intervenção da doula(Universidade Metodista de São Paulo, 2018-02-19) ALVES, Daniela Espíndola; GOMES, Miria BenincasaA expressão "doula" vem do grego "mulher que serve". O trabalho é dar suporte físico e emocional às mulheres grávidas no pré-natal, no parto e no pós-parto. Com o passar do tempo as famílias foram ficando menores e contato com as mulheres mais experientes foi se perdendo. A assistência dada a essa gestante passou a ser pela equipe médica tanto no cenário físico quanto emocional. Porém a necessidade de alguém para dar apoio de maneira particularizada para cuidar do bem-estar das mães foi surgindo e essa lacuna pode e deve ser preenchida pela doula. O objetivo desse trabalho foi avaliar um modelo de pesquisa-intervenção com Doula em gestantes no pré-natal e no pós-parto. Trata-se de uma pesquisa descritiva e qualitativa. Para atingir esse objetivo foi utilizado o método de oito encontros de grupo semanais, com duração de duas horas, com temas baseados em evidências científicas: vínculo mãe e bebê, relação conjugal, mulher mãe e profissional, parto, puerpério, depressão pós-parto, praticidades e o Chá de Bençãos e uma segunda fase com um encontro de grupo no pós-parto. Com cinco gestantes, na faixa etária de 18 a 36 anos, residentes da cidade de Aparecida-SP. Os resultados deste estudo, embora não generalizáveis indicaram que as participantes que vivenciaram a intervenção com a Doula apresentaram maior autoestima e menores indicadores de depressão pós-parto quando comparadas com aquelas que não participaram da intervenção. Embora tenha sido um estudo exploratório, com número reduzido de participantes, os resultados sugerem que a reprodução deste modelo em outros grupos podem, além de beneficiar outras gestantes, acrescentar confiabilidade e fidedignidade a estes dados, aumentando a compreensão do impacto que esta atividade pode ter nesta população.Item Características psicossociais e de personalidade de adolescentes infratores em cumprimento de medida socioeducativa(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-03-07) MACEDO, Valéria Gouveia de; VIZZOTTO, Marília MartinsPara atingir os objetivos propostos, ou seja, levantar e descrever indicadores socioculturais de uma amostra de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, e descrever características psicológicas e de personalidade dos adolescentes infratores, num estudo que pesquisou adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. O trabalho foi realizado em duas as etapas: na primeira, os 47 adolescentes participaram de uma entrevista semidirigida; na segunda, dez desses adolescentes foram selecionados e submetidos a um instrumento projetivo para investigação de aspectos da personalidade: o “desenho da Figura Humana” de Machower, adaptado por Van Kolck (1956; 1984). A discussão teórica dos resultados baseou-se numa abordagem psicanalítica pós-freudiana para a compreensão da adolescência tanto como fase do desenvolvimento humano como dos comportamentos antissociais. Os resultados do estudo corroboraram a teoria advinda da literatura psicológica que aborda padrões comuns no período da adolescência, fase em que ocorre um complexo de fatores individuais da maturidade biológica associados ao meio social/cultural e que, por sua vez, estabelecem relações com as instâncias psicológicas ou psíquicas do sujeito junto com as características específicas de cada indivíduo. Na busca da compreensão desses padrões comuns da amostra dos adolescentes infratores utilizados no presente estudo, foram levantados dados do perfil psicossocial, cultural e demográfico; dos aspectos psicossociais e aspectos psicodinâmicos e de características de personalidade. A título de conclusão, o estudo destacou a problemática do adolescente em conflito com a lei, associada às questões sociais, de saúde mental, além do desenvolvimento psíquico, sinalizando a necessidade de ações psicoprofiláticas voltadas para população infantil, jovem, agrupamentos familiares e para a comunidade que representa seu entorno.Item Caracterização de práticas psicoeducacionais para enfrentamento da violência com população LGBTQIA+ em São Paulo(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-02-23) ROMANI, Joice Jaqueline; SERAFIM, Antônio de PáduaO movimento LGBTQIA+ passou por diversas mudanças, desde a nomenclatura e alterações no acrônimo, inicialmente conhecido como Movimento Homossexual Brasileiro, posteriormente, alterado para LGBT e atualmente ainda incluindo diversas letras para contemplar todas as possibilidades de identidade e expressão de gênero e orientação afetiva e/ou sexual. Neste cenário, no escopo das grandes questões sociais, se insere a violência contra grupos específicos de pessoas, como crianças, mulheres, idosos, negros, pessoas com transtornos mentais e como tema deste estudo, as populações LGBTQIA+, em diferentes países. Dada a realidade de violência contra as populações LGBTQIA+, buscou-se identificar quais ações são desenvolvidas na realidade de São Paulo como formas de intervenções e proteção a esta população. Foi desenvolvido um estudo documental digital com análise quantitativa e qualitativa de modelos de práticas psicoeducacionais direcionadas a populações LGBTQIA+ disponíveis em domínio público. O principal objetivo foi descrever e categorizar as práticas desempenhadas por uma ONG com a população LGBTQIA+, localizada no estado de São Paulo, através de um levantamento de todas as intervenções realizadas desde a fundação da ONG em 2016, até o momento atual. Para realizar o levantamento das principais ONGs, foi utilizava a plataforma de busca Google Trends, buscando por os principais assuntos relacionados à população LGBTQIA+, e para acelerar a análise foi utilizada a ferramenta principal de busca do Google, buscando por termos “principais ONGs LGBTQIA+ em São Paulo” e “ONG LGBTQIA+ em São Paulo". Para análise qualitativa utilizou-se o software de análise textual Iramuteq. Os resultados evidenciaram grande parte das intervenções estavam relacionados a questões de representatividade, inserção do indivíduo LGBTQIA+ no mercado de trabalho, exposição a violência, ocorrência de grupos de acolhimento e atividades para abordar temas de saúde. Os temas abordados evidenciam a necessidade de proteção efetiva do Estado para a população LGBTQIA+ e a possibilidade de intervenções por parte da Psicologia, enquanto ciência e agente promotor de saúde e cuidados a todos.Item Caracterização do perfil de uma amostra de usuários de um serviço de saúde do adolescente(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-06-24) ZANUTO, Grazielle Ribeiro Novais; SERAFIM, Antônio de PáduaA adolescência é uma importante etapa da vida, com necessidades específicas em relação à saúde e ao desenvolvimento, marcada por mudanças biopsicossociais e aquisição de habilidades e conhecimentos que irão influenciar decisivamente na vida adulta. Atender bem à população adolescente implica em gerar uma nova geração de indivíduos sadios, física e psicologicamente, e bem integrados em sua sociedade. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo descrever o perfil de usuários de um serviço de saúde do adolescente. A pesquisa foi realizada no Centro de Referência Adolescente-Cidadão Esperança, sede do Instituto de Hebiatria do Centro Universitário Saúde ABC na cidade de Sandro André, SP. A amostra foi composta por 40 adolescentes do sexo masculino e feminino entre 12 e 18 anos. Para a coleta de dados, foram utilizados um teste expressivo que avalia aspectos da personalidade, as Pirâmides Coloridas de Pfister, e a Análise Documental das anamneses médicas. A fim de caracterizar o perfil geral dos resultados do teste de Pfister, foram consideradas as seguintes variáveis: uso das cores, as síndromes, o processo de execução e o aspecto formal, analisadas conforme proposto por Villemor-Amaral. A partir da análise interpretativa, buscou-se explicitar os resultados mais frequentes no grupo de adolescentes avaliados. Assim, foi possível evidenciar uma afetividade mais estimulada, que leva a inferir um comportamento compatível com as emoções mais fortes, impactantes, com conotações ambivalentes, associadas a impulsividade e irritabilidade; houve indicadores de capacidade de controle e regulação dos afetos, funcionamento lógico adequado para a faixa etária, assim como disposição para os relacionamentos interpessoais e para contatos afetivos sociais. Os resultados revelaram indicadores de uma personalidade ainda em formação, com pouca maturidade em relação às emoções e às defesas psíquicas, característica frequente em adolescentes. Os dados coletados na análise documental apontam que 25% das queixas médicas referem-se à obesidade, seguido de tristeza em 22,5% e alteração do comportamento em 17,5%; Entre os principais motivos de encaminhamento para a psicologia 30% referem-se à hipótese de depressão, 20% de ansiedade e 15% de alteração da dinâmica familiar. A importância da promoção e manutenção da saúde nos diversos espaços sociais, de forma integral, de modo a contribuir com o processo evolutivo da adolescência, nos aspectos físico, psicológico e social foi notória.Item Clima organizacional e burnout: um estudo com servidores públicos federais(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-04-11) INFANTE, Lucyene Pereira Pinto; MARTINS, Maria do Carmo FernandesAs condições inadequadas vivenciadas nas organizações afligem não só os trabalhadores da iniciativa privada, pois são igualmente encontradas no segmento estatal, contrariando a expectativa de que o aparato governamental eliminaria as condições insalubres e criaria outras melhores nas quais prevalecesse à promoção de saúde. Diante desse panorama questionou-se porque, uma vez que, pelo menos do ponto de vista da sociedade leiga, esses servidores estão submetidos a condições privilegiadas de trabalho. O presente estudo objetivou identificar e descrever possíveis relações entre o clima organizacional e o burnout em servidores públicos de uma instituição federal de ensino. Objetivou-se ainda descrever o clima organizacional predominante. A pesquisa realizada teve cunho quantitativo, tipo estudo de caso e exploratória. A coleta de dados deu-se por meio das escalas ECO (escala de clima organizacional), ECB (escala de caracterização do burnout) e um questionário sociodemográfico, todos os instrumentos autoaplicáveis eletronicamente disponíveis à instituição. Participaram do estudo 201 servidores públicos federais, com idade média de 37 anos, majoritariamente de nível superior e casados. Os resultados revelaram que cerca de um quarto dos participantes raramente experimentaram burnout, no entanto outra quarta parte deles frequentemente experimentaram altos níveis de burnout, resultado bastante expressivo. Os servidores perceberam clima organizacional mediano, destacando-se a boa coesão entre os colegas de trabalho e a percepção de baixa recompensa. Merece destaque a grande dispersão entre as percepções de clima, o que permite inferir haver subclimas não identificados nesta investigação, possivelmente ocasionados por uma força de clima fraca e pela participação dos servidores de unidades de ensino geograficamente distintas, geridas por gestores locais com relativa autonomia. Os resultados dos cálculos de correlação revelaram que, quanto menos os participantes percebem apoio da chefia e da organização, coesão entre colegas, e mais controle/pressão, mais exaustos se sentem, mais desumanizam as pessoas com quem tratam e mais se decepcionam no trabalho e vice-versa. Conforto físico menor está associado a maior desumanização e a mais decepção no trabalho e vice-versa; e que controle/pressão, relaciona-se positiva e fracamente com desumanização e vice-versa. Desta forma, a hipótese de que existe associação entre burnout e clima organizacional foi confirmada. Os resultados também revelaram que os servidores com burnout, perceberam pior clima organizacional que os seus pares sem burnout, confirmando a segunda hipótese. Esses servidores também se mostraram neutros quanto à percepção de apoio da chefia e conforto físico; não percebem controle pressão, nem recompensa; todavia percebem coesão entre os colegas. Esses resultados sugerem que os participantes têm se apoiado nessas relações para suportar a indiferença e ausência de estímulos experimentados no trabalho. Os resultados obtidos nesse estudo permitiram concluir que o clima organizacional é fraco, provavelmente influenciado por uma cultura organizacional fraca, explicando a heterogeneidade da percepção do clima organizacional pelos servidores. Além disso, embora haja burnout entre poucos participantes, há que se atentar que cerca de um quarto deles, encontra-se acometido desta síndrome e isto poderá contagiar os demais.Item Construção de escala de competências socioemocionais no contexto do trabalho(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-03-19) NETTO-SILVA, Carla Tereza; MARTINS, Maria do Carmo FernandesO principal objetivo deste estudo foi construir e analisar evidências de validade psicométrica da Escala de Competências Socioemocionais no contexto do trabalho (CSE-Lab). As competências socioemocionais (CSE’s) ganharam relevância considerável como fatores-chave no desempenho acadêmico e profissional, por serem componentes básicos para o desenvolvimento de novas competências, visto que o processo de educação formal não assegura o alto desempenho e o avanço profissional. Além disso, há muitas instabilidades e imprevisibilidades no mundo do trabalho, o que demanda dos profissionais um bom gerenciamento de suas emoções. As CSE’s podem auxiliar o trabalhador a atuar em ambientes hostis e com baixo suporte social, além de estarem associadas ao bem-estar e à saúde mental no trabalho. Para atender o objetivo, primeiramente foi definido o modelo teórico das CSE’s a partir da revisão teórica. Posteriormente foram conduzidos grupos focais com profissionais de eixos de carreira diversos para, orientados pela teoria, obter suporte à construção dos itens do instrumento, identificando os comportamentos latentes e as demandas socioemocionais dos trabalhadores. A validade psicométrica da escala CSE-Lab foi avaliada com uma amostra composta por 450 profissionais que atuam em eixos de carreira diversos, 56% de empregados em regime CLT, a maioria da região sudeste do país (89%), com predominância do sexo feminino (72%), casados (71%), cujas idades variaram entre 18 e 78 anos (M= 44,4; DP =11,71), 88% com, no mínimo, graduação completa em áreas diversas. As respostas foram submetidas a análises fatoriais exploratórias e confirmatórias. Os resultados desta amostra indicaram que 27 itens dos 43 inicialmente construídos não foram correlacionados ao modelo teórico, os quais foram excluídos, gerando uma versão final de 16 itens, com cargas fatoriais maiores que 0,40, reunidos em um só fator com alfa de Cronbach de 0,81 e índice de fidedignidade composta de 0,99. O estudo confirma a estrutura unifatorial das CSEs e tem como principal contribuição ter disponibilizado uma escala para avaliação das CSE’s no contexto do trabalho, que poderá servir como base para autoavaliação ou ainda para a elaboração de programas de educação corporativa, iniciativas e práticas para contribuição do desenvolvimento das CSE’s no ambiente organizacional. O instrumento tem relevância para condução de futuras pesquisas científicas que poderão identificar o valor preditivo das CSE’s em outras variáveis com relação a práticas organizacionais e ao desenvolvimento profissional dos trabalhadores.Item Convicções de saúde e câncer infantil: um estudo de familiares em casas de apoio(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-03-18) DIAS, Ana Luiza; HELENO, Maria Geralda VianaO câncer é a principal patologia responsável por óbitos entre crianças e adolescentes do Brasil e a estimativa mostra que haverá uma crescente incidência de novos casos ano após ano. O tratamento para esta doença crônica é longo, doloroso e angustiante e a possibilidade de morte segue o paciente e a família o tempo todo neste processo. Além disso, a rede de assistência à saúde de muitas regiões do nosso país não está preparada para prestar os serviços necessários para esta população, sendo assim, crianças e acompanhantes são transferidos para centros oncológicos de referência que muitas vezes ficam deveras distantes de seus lares. Portanto, os objetivos deste estudo visam à descrição das convicções de saúde das cuidadoras de crianças com câncer acolhidas por casas de apoio da cidade de São Paulo, bem como à compreensão da influência que estas convicções de saúde exercem no papel de cuidador. Foram entrevistadas 10 mulheres, em sua grande maioria mães, de infantes com idade entre 04 e 13 anos que estavam sob o tratamento contra o câncer ou em período de remissão e controle. Os dados levantados foram analisados de acordo com o modelo de pesquisa em “convicções de saúde” que avalia o impacto do diagnóstico, a suscetibilidade, a severidade, os benefícios, as barreiras, a eficácia própria e as expectativas para futuro segundo a percepção de cada cuidador. Os resultados apontam que desde o diagnóstico até a última consulta do período de controle a angústia, a ansiedade, a insegurança e o medo estão presentes na rotina destas mulheres. Também, o distanciamento de seus lares, dos familiares e de suas atividades corriqueiras é um fator que agrava significantemente o sofrimento intenso que esta experiência causa. Diante destes resultados recomenda-se mais atenção psicossocial das equipes multidisciplinares das casas de apoio e da rede de assistência à saúde com o propósito de diminuir a carga emocional e reduzir os danos psíquicos causados pelo câncer e seu respectivo tratamento. Espera-se que mudanças neste âmbito possibilitem às famílias um melhor convívio com a doença e a inevitável transferência para outros centros de atendimento, bem como restabeleça aspectos fundamentais da qualidade de vida de cuidadores de pacientes oncológicos infantis.