Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde
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Item A atuação do psicólogo com homens autores de violência: alcances e desafios(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-02) AULER, Raquel Gagliotti Coppola; SILVA, Rosa Maria FrugoliNesta pesquisa, buscou-se compreender e identificar as intervenção dos psicólogos nos grupos com homens autores de violência contra as mulheres. A proposta foi de ampliar o olhar sobre o universo da violência contra as mulheres e inserir os homens autores de violência como parte de um processo que demanda por serviços especializados. Tal intervenção veio ao encontro da Lei Maria da Penha que criou mecanismos específicos de responsabilização e educação com a possibilidade de juízes decretarem o comparecimento obrigatório à frequência em grupos reflexivos. O trabalho destes grupos, de forma gradativa, vem adquirindo relevância no cenário brasileiro, tanto no que se refere ao enfrentamento da violência contra as mulheres quanto como um trabalho que envolve a rede de profissionais da esfera jurídica e psicossocial. Neste contexto, apresenta-se então a figura do profissional psicólogo enquanto facilitador dos grupos, uma atuação que sai do tradicional modelo clínico, viabilizando o exercício de discussões em grupo e proporcionando a criação de um espaço psíquico na vida desses homens para que possam repensar suas ações, seus valores e crenças. Esta pesquisa foi qualitativa, sendo realizada com quatro profissionais psicólogos que atuam com grupos na região do ABC paulista. Realizou-se entrevistas semiestruturadas as quais foram analisadas por meio das perspectivas fenomenológicas. No que se refere aos alcances dos profissionais entrevistados na pesquisa têm-se: a) a percepção na efetividade deste trabalho quando observam transformações nas atitudes e discursos masculinos, b) repensar a ampliação e novas possibilidades de atuação do psicógologo frente ao fenômeno social da violência doméstica, c) um trabalho conjugado com o judiciário. No que tange aos desafios encontrados destaca-se a não remuneração dos profissionais psicólogos neste tipo de trabalho, atuando de forma voluntária. Desta forma, ressalta-se a relevância do serviço de psicologia que atende questões relacionadas à violência contra as mulheres, uma vez que os trabalhos com grupos destes homens alcança transformações de atitudes masculinas que intereferem nas assimetrias de gênero. Entretanto torna-se necessário investimentos nos seviços a fim de que se ampliem e mantenham em funcionamento.Item A construção da identidade adolescente e o uso de redes sociais(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-25) DAMINI, Eduardo Marchese; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoA adolescência é decisiva para o desenvolvimento, sendo caracterizada por uma transição para a vida adulta. As mudanças físicas que marcam a puberdade também implicam em transformações na maneira como esse indivíduo percebe a si mesmo e seu papel na sociedade, desencadeando a necessidade de uma reorganização interna, atribuindo novos significados ao processo de desenvolvimento psicológico e ao próprio corpo, envolvendo diretamente a vida afetiva emocional e a convivência social. A pesquisa teve como objetivo analisar as implicações do uso de redes sociais na Internet na construção da identidade do adolescente. Trata-se de uma pesquisa descritiva qualitativa com uso do método clínico. Participaram cinco adolescentes com idades entre 12 e 17 anos, residentes na Região do ABC/SP. A coleta de dados foi feita individualmente nas modalidades presencial e online. Cada participante respondeu a uma entrevista semi diretiva, ao procedimento clínico do Desenho Estória com Tema (DE-T) e produziu ou escolheu livremente uma fotografia que o representasse, criando uma história sobre essa fotografia. Tais materiais coletados foram analisados qualitativamente em uma perspectiva psicanalítica, de modo a elaborar uma síntese para cada participante, integrando a análise da entrevista e do DE-T, articulados com a imagem e a história produzida na fotografia. A seguir, elaborou-se uma análise conclusiva articulando-se a totalidade dos casos. Os resultados indicaram que o uso de redes sociais pelos adolescentes foi representado como uma possibilidade de se desenvolverem cognitivamente e ampliarem seu círculo social. Além disso, pela postagem de fotos e textos buscam, sem sucesso, escapar da angústia e sofrimento inerentes a essa etapa da vida, incrementando tais sentimentos com frustrações, em relação ao pouco impacto de suas publicações e a relevância de seus perfis, ao mostrarem o que é supostamente o melhor de si, ou seja, como desejam ser vistos e aceitos pelo outro. Desse modo, a construção da identidade dos adolescentes participantes parece atravessada pelas facilidades e ilusões da tecnologia, que dilatam o limiar do que é possível entre o virtual e o real, da mesma forma que se diluem as barreiras entre o concreto e as fantasias em suas vidas.Item A criança agressiva na escola e o papel dos vínculos afetivos familiares a partir de intervenções na perspectiva sistêmica(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-29) SANTELI, Patrícia da Silva Dias; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoO objetivo dessa pesquisa foi analisar o papel dos vínculos afetivos familiares na intervenção do comportamento agressivo da criança refletido na escola a partir da perspectiva sistêmica. Trata-se de uma pesquisa com método qualitativo, descritivo e longitudinal, realizada com duas crianças com idades de 6 e 9 anos e suas respectivas famílias caracterizadas com comportamento agressivo em uma escola da rede particular de ensino na região do Grande ABC-SP. As crianças participantes foram selecionadas aleatoriamente a partir de dados documentais de ocorrências dos alunos e relato da Orientação Educacional da escola, sendo caracterizadas como comportamento agressivo na escola. Foram realizados 12 atendimentos com as crianças com comportamento agressivo e seus familiares (pais ou responsáveis). Os atendimentos ocorreram em consultório da própria pesquisadora, sendo registrados e analisados sob a perspectiva da abordagem sistêmica. Os resultados indicaram que foi possível verificar a melhora no comportamento das crianças na escola, por meio dos registros de ocorrências dos alunos na escola, bem como pelo relato dos pais após a intervenção realizada com terapia familiar sistêmica. A análise corrobora que os vínculos afetivos familiares com mais qualidade atenuam o comportamento agressivo da criança na escola. Espera-se colaborar com o desenvolvimento da criança com queixa de comportamento agressivo na escola, oferecendo um tipo de intervenção sistêmica, contribuindo para a ampliação da visão de como intervir com a criança e familiares, buscando favorecer sua adaptação escolar.Item A interdisciplinaridade na experiência de profissionais de saúde em Centro de Atenção Psicossocial(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-02-27) MOREIRA, Glauber Mendonça; REZENDE, Manuel MorgadoHistoricamente, os desafios propostos pela reforma psiquiátrica para a criação de um modelo não asilar e psicossocial de atenção em saúde mental e a adequação deste às premissas do SUS, impacta diretamente o cotidiano de trabalho dos profissionais de saúde mental. Ainda, os aspectos interdisciplinares da equipe de saúde emergem como uma preocupação a ser enfrentada. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi analisar a concepção dos profissionais de saúde mental no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) sobre a interdisciplinaridade em seus modelos de atuação, por meio da análise que fazem desse conceito em suas práticas no exercício profissional. Trata-se de um estudo com uso de método qualitativo, e para tanto, utilizou-se de observações não participantes em reuniões técnicas, em três diferentes unidades do CAPS na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. A partir disso, foram selecionados, por conveniência, três profissionais integrantes das reuniões técnicas, sendo um de cada uma das unidades CAPS participantes da pesquisa. Tais profissionais responderam a entrevistas semiestruturadas acerca de suas percepções sobre a interdisciplinaridade em sua atuação no CAPS. Os resultados apontam, que a interdisciplinaridade tem sido compreendida como um conceito teórico, sendo assim, pouco articulado com a prática dos profissionais envolvidos. Ainda foi possível perceber, certo desconhecimento dos profissionais da saúde acerca das possibilidades de atuação interdisciplinar, por vezes, se proximando de outras práticas, como o da multidisciplinaridade, ou ainda confundidas com estratégias mais simples de formação grupal, como o de equipe. Dessa forma, as diferenças apresentadas nos discursos entre o pensar e o fazer interdisciplinar resultam das dificuldades de ações concretas desses profissionais que, certamente, possibilitariam um trabalho mais efetivo aos usuários dos serviços de saúde mental.Item A saúde mental de mães com bebês de 0 a 36 meses de idade face à pandemia de coronavírus(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-03) PERESTRELO, Marisa Bruno Dias; GOMES, Miria BenincasaEstudos realizados nos países em desenvolvimento descrevem um aumento progressivo dos transtornos mentais, com desdobramentos sociais e econômicos. O presente estudo investigou a relação entre os fatores sociodemográficos e a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em mães, sua grande maioria residentes na região sudeste do país, em tempos de pandemia de coronavírus, identificando os fatores de risco e proteção. Método: estudo transversal, quantitativo, realizado com uma amostra de 97 mães de bebês de 0 a 36 meses de idade, em meio ao distanciamento social oriundo da pandemia de Covid-19, no Brasil. As mães responderam a um questionário sociodemográfico e ao Self Reporting Questionnaire of Minor Psychiatric Disorders (SRQ-20). Resultados: tal amostra apresentou em sua maioria mães brancas residentes da região sudeste do país, com média de idade em torno dos 34 anos, em sua maioria residindo com parceiro(a), com no mínimo um filho e 40,1% da amostra tem renda familiar variando de 4 a 10 salários mínimos. A prevalência de transtorno mental comum foi apontada em 48,6% das mães e houve associação entre as características sociodemográficas quando se correlacionou os scores do SRQ com a variável renda familiar, com o estado civil, com a idade materna e com o cansaço na pandemia. Conclusão: as informações dessa pesquisa reafirmam o cansaço experimentado pelas mães face à pandemia de coronavírus em função da sobrecarga, pela execução de multitarefas e variáveis como: idade materna, presença de um parceiro e de renda familiar significativa como preditores de proteção à saúde mental materna.Item Avaliação psicológica antecipatória em casos judiciais de alienação parental(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-11-14) NIKOLIC, Jovane Meierhoefer; BENINCASA, MiriaCrianças e adolescentes brasileiros vítimas deste abuso moral acabam permanecendo em exposição ao ambiente familiar hostil por longos anos até que laudos multidisciplinares consigam sugerir os mecanismos mais adequados à promoção de saúde daqueles indivíduos. Os objetivos desta dissertação de mestrado foram: investigar a avaliação psicológica antecipatória e descrever experiências de profissionais que participam dos processos de Alienação Parental. Foi realizado um estudo exploratório descritivo e com corte transversal. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário (Google Forms) desenvolvido pelo autor, na modalidade Survey, em ambiente virtual. A amostra, por conveniência, foi composta por 143 profissionais de áreas distintas como advogados, psicólogos, assistentes técnicos, mediadores, conciliadores, juízes e desembargadores, cuja rotina profissional envolve essa temática. Os resultados apontaram que a proteção do desenvolvimento biopsicossocial da criança ou do adolescente sugere incluir o estudo dos vínculos com o genitor alienado, por meio de avaliação multiprofissional realizada em fase inicial do período postulatório. Dos respondentes do questionário, 87,4% assinalaram a opção de que a hipótese deste estudo diminuiria o lapso temporal das ações, antecipando assim a referida tutela jurisdicional. Deste modo enfatiza-se, a relevância da redução em tempo de exposição ao ambiente familiar conflituoso, prioridade a ser observada no que tange à proteção integral à criança ou adolescente estabelecida como direito fundamental.Item Caracterização de práticas psicoeducacionais para enfrentamento da violência com população LGBTQIA+ em São Paulo(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-02-23) ROMANI, Joice Jaqueline; SERAFIM, Antônio de PáduaO movimento LGBTQIA+ passou por diversas mudanças, desde a nomenclatura e alterações no acrônimo, inicialmente conhecido como Movimento Homossexual Brasileiro, posteriormente, alterado para LGBT e atualmente ainda incluindo diversas letras para contemplar todas as possibilidades de identidade e expressão de gênero e orientação afetiva e/ou sexual. Neste cenário, no escopo das grandes questões sociais, se insere a violência contra grupos específicos de pessoas, como crianças, mulheres, idosos, negros, pessoas com transtornos mentais e como tema deste estudo, as populações LGBTQIA+, em diferentes países. Dada a realidade de violência contra as populações LGBTQIA+, buscou-se identificar quais ações são desenvolvidas na realidade de São Paulo como formas de intervenções e proteção a esta população. Foi desenvolvido um estudo documental digital com análise quantitativa e qualitativa de modelos de práticas psicoeducacionais direcionadas a populações LGBTQIA+ disponíveis em domínio público. O principal objetivo foi descrever e categorizar as práticas desempenhadas por uma ONG com a população LGBTQIA+, localizada no estado de São Paulo, através de um levantamento de todas as intervenções realizadas desde a fundação da ONG em 2016, até o momento atual. Para realizar o levantamento das principais ONGs, foi utilizava a plataforma de busca Google Trends, buscando por os principais assuntos relacionados à população LGBTQIA+, e para acelerar a análise foi utilizada a ferramenta principal de busca do Google, buscando por termos “principais ONGs LGBTQIA+ em São Paulo” e “ONG LGBTQIA+ em São Paulo". Para análise qualitativa utilizou-se o software de análise textual Iramuteq. Os resultados evidenciaram grande parte das intervenções estavam relacionados a questões de representatividade, inserção do indivíduo LGBTQIA+ no mercado de trabalho, exposição a violência, ocorrência de grupos de acolhimento e atividades para abordar temas de saúde. Os temas abordados evidenciam a necessidade de proteção efetiva do Estado para a população LGBTQIA+ e a possibilidade de intervenções por parte da Psicologia, enquanto ciência e agente promotor de saúde e cuidados a todos.Item Caracterização do perfil de uma amostra de usuários de um serviço de saúde do adolescente(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-06-24) ZANUTO, Grazielle Ribeiro Novais; SERAFIM, Antônio de PáduaA adolescência é uma importante etapa da vida, com necessidades específicas em relação à saúde e ao desenvolvimento, marcada por mudanças biopsicossociais e aquisição de habilidades e conhecimentos que irão influenciar decisivamente na vida adulta. Atender bem à população adolescente implica em gerar uma nova geração de indivíduos sadios, física e psicologicamente, e bem integrados em sua sociedade. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo descrever o perfil de usuários de um serviço de saúde do adolescente. A pesquisa foi realizada no Centro de Referência Adolescente-Cidadão Esperança, sede do Instituto de Hebiatria do Centro Universitário Saúde ABC na cidade de Sandro André, SP. A amostra foi composta por 40 adolescentes do sexo masculino e feminino entre 12 e 18 anos. Para a coleta de dados, foram utilizados um teste expressivo que avalia aspectos da personalidade, as Pirâmides Coloridas de Pfister, e a Análise Documental das anamneses médicas. A fim de caracterizar o perfil geral dos resultados do teste de Pfister, foram consideradas as seguintes variáveis: uso das cores, as síndromes, o processo de execução e o aspecto formal, analisadas conforme proposto por Villemor-Amaral. A partir da análise interpretativa, buscou-se explicitar os resultados mais frequentes no grupo de adolescentes avaliados. Assim, foi possível evidenciar uma afetividade mais estimulada, que leva a inferir um comportamento compatível com as emoções mais fortes, impactantes, com conotações ambivalentes, associadas a impulsividade e irritabilidade; houve indicadores de capacidade de controle e regulação dos afetos, funcionamento lógico adequado para a faixa etária, assim como disposição para os relacionamentos interpessoais e para contatos afetivos sociais. Os resultados revelaram indicadores de uma personalidade ainda em formação, com pouca maturidade em relação às emoções e às defesas psíquicas, característica frequente em adolescentes. Os dados coletados na análise documental apontam que 25% das queixas médicas referem-se à obesidade, seguido de tristeza em 22,5% e alteração do comportamento em 17,5%; Entre os principais motivos de encaminhamento para a psicologia 30% referem-se à hipótese de depressão, 20% de ansiedade e 15% de alteração da dinâmica familiar. A importância da promoção e manutenção da saúde nos diversos espaços sociais, de forma integral, de modo a contribuir com o processo evolutivo da adolescência, nos aspectos físico, psicológico e social foi notória.Item Construção de escala de competências socioemocionais no contexto do trabalho(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-03-19) NETTO-SILVA, Carla Tereza; MARTINS, Maria do Carmo FernandesO principal objetivo deste estudo foi construir e analisar evidências de validade psicométrica da Escala de Competências Socioemocionais no contexto do trabalho (CSE-Lab). As competências socioemocionais (CSE’s) ganharam relevância considerável como fatores-chave no desempenho acadêmico e profissional, por serem componentes básicos para o desenvolvimento de novas competências, visto que o processo de educação formal não assegura o alto desempenho e o avanço profissional. Além disso, há muitas instabilidades e imprevisibilidades no mundo do trabalho, o que demanda dos profissionais um bom gerenciamento de suas emoções. As CSE’s podem auxiliar o trabalhador a atuar em ambientes hostis e com baixo suporte social, além de estarem associadas ao bem-estar e à saúde mental no trabalho. Para atender o objetivo, primeiramente foi definido o modelo teórico das CSE’s a partir da revisão teórica. Posteriormente foram conduzidos grupos focais com profissionais de eixos de carreira diversos para, orientados pela teoria, obter suporte à construção dos itens do instrumento, identificando os comportamentos latentes e as demandas socioemocionais dos trabalhadores. A validade psicométrica da escala CSE-Lab foi avaliada com uma amostra composta por 450 profissionais que atuam em eixos de carreira diversos, 56% de empregados em regime CLT, a maioria da região sudeste do país (89%), com predominância do sexo feminino (72%), casados (71%), cujas idades variaram entre 18 e 78 anos (M= 44,4; DP =11,71), 88% com, no mínimo, graduação completa em áreas diversas. As respostas foram submetidas a análises fatoriais exploratórias e confirmatórias. Os resultados desta amostra indicaram que 27 itens dos 43 inicialmente construídos não foram correlacionados ao modelo teórico, os quais foram excluídos, gerando uma versão final de 16 itens, com cargas fatoriais maiores que 0,40, reunidos em um só fator com alfa de Cronbach de 0,81 e índice de fidedignidade composta de 0,99. O estudo confirma a estrutura unifatorial das CSEs e tem como principal contribuição ter disponibilizado uma escala para avaliação das CSE’s no contexto do trabalho, que poderá servir como base para autoavaliação ou ainda para a elaboração de programas de educação corporativa, iniciativas e práticas para contribuição do desenvolvimento das CSE’s no ambiente organizacional. O instrumento tem relevância para condução de futuras pesquisas científicas que poderão identificar o valor preditivo das CSE’s em outras variáveis com relação a práticas organizacionais e ao desenvolvimento profissional dos trabalhadores.Item Crianças inteligentes com dificuldades de aprendizagem à luz da investigação psicanalítica: um estudo sobre a inibição intelectual(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-03-26) TSE, Carolina de Fátima; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoAs dificuldades no processo de aprendizagem são discutidas a partir de uma multiplicidade de perspectivas, evidenciando a complexidade das variáveis que envolvem essa temática. Em alguns casos, quando avaliadas, nota-se que as crianças dispõem de bom nível intelectual, apesar de apresentarem dificuldades de aprendizagem. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi relacionar o desempenho acadêmico com o nível de inteligência em alunos de uma unidade pública de ensino e analisar a psicodinâmica de duas crianças que apresentaram baixo desempenho escolar e bom nível de inteligência. Para tanto, a estratégia metodológica comungou delineamento quantitativo e qualitativo, divididos em duas etapas, sendo que, na Etapa 1, utilizou-se o Teste do Desempenho Escolar (TDE) e o Teste Não-verbal de Inteligência (R2) em uma amostra de 180 crianças do primeiro ao quinto ano de uma escola pública de ensino fundamental. Dessa totalidade, verificou-se que 173 crianças alcançaram scores na média ou acima dela para o nível de inteligência e 153 crianças obtiveram resultados inferiores para o desempenho escolar. Isso aponta que apesar de 96,1% da amostra apresentar capacidade intelectual; 85,4% ainda apresentam dificuldade no desempenho acadêmico. A partir desses resultados, procedeu-se a Etapa2, sendo selecionadas, por conveniência, duas crianças, com scores de nível médio de inteligência e baixo desempenho escolar. Tais crianças foram submetidas ao teste projetivo House-Tree- Person (HTP) e uma entrevista ludodiagnóstica, além de entrevista com os pais e com a professora. Os resultados foram analisados em uma perspectiva psicanalítica de escola inglesa, postulada por Melanie Klein. Desse modo, considerou-se que as primeiras relações dessas crianças foram marcadas vivências pouco gratificantes e relações pouco continente. Tais aspectos se mostraram na base da inibição intelectual vivenciada por essas crianças, marcadas pelo empobrecimento da capacidade simbólica, dificuldades no estabelecimento de relações seguras, sentimentos de insegurança e inadequação.Item Depressão pós-parto em puérperas primíparas e as interações com a conjugalidade(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-30) BETTIOL, Neliane Lazarini de Sousa; GOMES, Miria BenincasaDurante o período da gestação e do pós-parto há risco aumentado de desenvolvimento de transtornos mentais entre as mulheres. A depressão pós parto é o transtorno mental que mais acomete puérperas e tem sido considerada uma questão de saúde pública em virtude de sua alta incidência, cerca de 26% das puérperas são acometidas. A chegada do filho exige rearranjos na estrutura familiar. A transição da conjugalidade para a parentalidade é o período do ciclo vital familiar em que o investimento orientado para a organização marido-mulher é transferido para a relação pais-filhos. Essa mudança pode gerar conflitos que podem comprometer os vínculos familiares. Este trabalho tem como objetivo investigar a relação entre a conjugalidade e a ocorrência de depressão pós-parto em puérperas primíparas. Essa pesquisa tem delineamento qualitativo, descritiva e transversal do tipo estudo de caso. Os critérios para a inclusão na amostra são: a) ter passado pelo processo de parto há, pelo menos, 2 meses e, no máximo, 36 meses; b) ser o único filho (a), mesmo que tenha tido gestações anteriores; c) ter tido uma gestação de risco habitual; d) bebê sem diagnóstico de síndromes ou deformidades; e) bebê ter nascido a termo e; f) estar num relacionamento estável. Os instrumentos utilizados são: Entrevista semi–aberta; Escala Fatorial de Satisfação com o Relacionamento de casal (EFS- RC); questionário sociodemográfico e Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS). Os resultados mostram que a saúde mental é muito impactada durante o ciclo gravídico- puerperal com repercussões na vinculação mãe-bebê e na qualidade do relacionamento conjugal. As cinco participantes apresentam mais de um fator de risco para depressão pós-parto. Porém, o único fator comum a todas é o relacionamento conjugal fragilizado. O padrão de vinculação conjugal-parental da maioria dos casos é o ausente, onde o pai-marido não é uma figura de apoio e suporte. Em um dos casos o padrão é considerado participativo, mas com um resultado de satisfação conjugal inferior a todos os anteriores. Isso se dá porque a participação do companheiro está condicionada a ser demandada pela mãe-esposa, o que implica em maior desgaste mental. Dessa maneira, ressalta-se a importância da realização de novos estudos sobre essa temática, bem como a necessidade da realização de programas de intervenção preventivos durante a gestação, com o objetivo de promoção de saúde à mulheres e casais, para a vivência saudável da conjugalidade e para a construção da parentalidade engajada fortalecendo o vínculo familiar e para a redução da incidência de transtornos psíquicos durante o puerpério, em especial a depressão pós-parto.Item Desenvolvimento de crianças institucionalizadas e não institucionalizadas: um estudo comparativo(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-04-01) ANTONIETTO, Eloisa Aparecida Barroso; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoEste estudo teve como objetivo identificar, descrever e comparar o desenvolvimento cognitivo de crianças institucionalizadas e não institucionalizadas, a partir de uma perspectiva piagetiana. Para tanto, contou com a participação de 27 crianças (N=27), com idades compreendidas entre 6 e 11 anos, de ambos os sexos, sendo 14 crianças institucionalizadas (CI) e 13 crianças não institucionalizadas (CNI), alunas da rede pública de ensino de São Paulo – SP. Tratou-se de um estudo com desenho metodológico quase experimental do tipo quantitativo. Os instrumentos utilizados foram: Questionário como forma de obter informações essenciais e complementares para a pesquisa e o Teste do Desenho da Figura Humana – DFH III. Os resultados foram analisados e sistematizados em forma de frequência absoluta (fa) e frequência relativa (fr) e apontaram diferenças quanto o nível de desenvolvimento cognitivo, quando comparado os dois grupos, ou seja, o grupo de crianças não institucionalizadas apresentou classificação média no desempenho cognitivo (30,7%), enquanto o grupo das crianças institucionalizadas apresentou classificação de desempenho cognitivo fronteiriço e deficiente (28,6%). Esta diferença, de acordo com o estudo realizado, pode ter relação com o processo pelo qual ocorreu o desenvolvimento das crianças de cada grupo, bem como evidenciou a importância de contarem com condições facilitadoras e adequadas para promover o processo do desenvolvimento, resultando em uma adequação da criança ao meio.Item Do armário para a cidadania: políticas públicas e qualidade de vida na população LGBTQIA+(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-30) TANIZAKA, Hugo; FRUGOLI, RosaCada vez mais nos âmbitos das ciências humanas e da saúde às temáticas de gênero têm ocupado papel de destaque na produção intelectual-científica, com isto, cada vez mais tem sido demandado estudos que viabilizem compreensões qualificadas, e que visem o exercício de direitos e a cidadania da população LGBTQIA+. Esta dissertação visa apresentar dados de relevância para a comunidade científica, uma vez que traz um panorama sobre saúde, violência de gênero e acesso aos serviços de saúde. A pesquisa utilizou abordagem mista, relevando dados quantitativos e qualitativos, por meio do instrumento WHOQOL-BREF, de Qualidade de Vida, de um questionário socioeconômico e um de criação do autor sobre experiências em serviços de saúde, e entrevistas com 3 participantes triados pelos resultados obtidos no WHOQOL- BREF. As análises de dados tiveram perspectivas fenomenológicas que permitiram compreender as questões de saúde da população a partir dos próprios participantes. Os resultados alcançados mostraram que das 202 pessoas que se identificaram como parte da comunidade LGBTQIA+, destes 34,7% afirmaram terem sido discriminados em serviços públicos de saúde, 27,4% informaram terem sofrido violências durante os atendimentos de saúde, 33,6% declararam não serem compreendidos pelos profissionais em questões específicas sobre seu gênero e ou sexualidade. Também foi possível levantar que 58,4% das pessoas que participaram da pesquisa consideraram os serviços de saúde como de difícil acesso e 65,8% explicitaram terem dúvidas específicas sobre a saúde da população LGBTQIA+. E, por meio das análises qualitativas surgiram apontamentos que evidenciaram a precariedade de informações que os serviços de saúde têm sobre a população pesquisada, consequentemente ocorrendo dificuldades nas identificações de situações de violências pelos participantes da pesquisa; compreensão insatisfatória sobre o que é de fato discriminação e violência de gênero; e distribuição ineficaz de informações sistematizadas que prejudicam os acessos aos serviços de saúde. A pesquisa também revelou que as expressões de gênero pelo serviço de saúde seguem norma heteronormativa, o que incide em danos ao desenvolvimento sadio das pessoas que se incluem fora da norma padronizada de gênero e sexualidade. Portanto, na busca por saúde e qualidade de vida, a população LGBTQIA+ tem acesso restritivo aos direitos, uma vez que os serviços não efetivam a integralidade, universalidade equidade.Item Efeitos da poluição luminosa na qualidade do sono e na atenção de adultos(Universidade Metodista de São Paulo, 2024-03-25) MARTINS, Caio Viana; DURÃES, Ricardo Silva dos SantosIntrodução: A poluição luminosa, resultante tanto de fontes urbanas quanto de dispositivos eletrônicos tem sido identificada como um fator significativo que pode prejudicar a qualidade do sono, levando a problemas psicológicos, emocionais e cognitivos. Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar possíveis associações entre a poluição luminosa com eventuais dificuldades no sono, desempenho cognitivo da atenção, tendo como enfoque, além de trabalhadores no geral, trabalhadores notívagos, expostos à poluição luminosa. Método: a pesquisa adotou uma abordagem quantitativa, utilizando os seguintes testes: Teste de Atenção On-line Alternada (AOL-A), o Teste de Atenção On-line Concentrada (AOL-C), o Teste de Atenção On-line Dividida (AOL-D), além do Teste Não Verbal de Inteligência (G-38). A amostra do estudo foi composta por 87 participantes que voluntariamente se submeteram aos testes e questionários, após concordância com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os participantes foram divididos em dois grupos: expostos à poluição luminosa (EPL, n = 45) e não expostos à poluição luminosa (NEPL, n = 42). Resultados: Os resultados da pesquisa indicaram uma relação significativa entre a exposição à poluição luminosa e a deterioração da qualidade do sono. Os participantes que foram expostos a níveis elevados de luz durante a noite apresentaram maiores índices de irritabilidade e diminuição na performance dos testes de atenção. Essas descobertas confirmaram a hipótese de que a poluição luminosa é um fator determinante na qualidade do sono e nas funções cognitivas relacionadas à atenção. Conclusão: A pesquisa pode contribuir para o entendimento dos impactos negativos da poluição luminosa na saúde humana, destacando a necessidade de medidas mitigadoras para reduzir a exposição à luz durante a noite, especialmente em ambientes urbanos. A dissertação sugeriu a implementação de políticas públicas que promovessem a conscientização sobre os efeitos da poluição luminosa e a adoção de práticas que favorecessem um ambiente propício ao sono adequado, visando melhorar a qualidade de vida das pessoas.Item Entre o ideal e o real: o contraste vivenciado por mulheres cientistas na conciliação maternidade e trabalho(Universidade Metodista de São Paulo, 2023-09-28) LAGO, Michelle Costa Fonseca do; GOMES, Miria BenincasaEsta pesquisa objetiva analisar a saúde mental de mulheres cientistas frente a conciliação da carreira com a maternidade. Deste modo, tem como pretensão, problematizar questões inerentes ao ser mãe e trabalhadora, assim como (re)pensar as reverberações do papel da rede de apoio junto a estas. Para atender ao que se propõe, foi utilizado o método misto. Tendo como participantes, 57 mulheres/mães e cientistas, com idade entre 23 e 60 anos, oriundas de diversas regiões do Brasil. Este estudo foi estruturado em duas etapas, a primeira envolveu uma coleta de dados quantitativa a fim de realizar o rastreio amostral, na qual utilizou-se como técnica a aplicação de 3 questionários através da plataforma Google Forms, sendo eles o WHOQOL – Abreviado que contempla aspectos inerentes a qualidade de vida (QV), o SRQ-20 (Self Report Questionnaire) que possibilitou a identificação de Transtornos Mentais Comuns (TMC) e um questionário de caracterização sociodemográfica. Na segunda etapa foi utilizado fundamentalmente o método clínico do tipo “estudo de caso”, utilizou-se a entrevista semiestruturada como técnica, tendo como participantes 2 mulheres/mães que se desdobraram da amostra geral (primeira etapa). A escolha das 2 participantes efetuou-se a partir dos resultados dos quantitativos, na qual selecionou-se 1 participante que obteve alto índice no WHOQOL – Abreviado e baixa pontuação no SRQ-20, e outra participante que apresentou baixo score no WHOQOL – Abreviado e alta taxa no SRQ-20, tal critério foi adotado com o intuito de se identificar os fatores de risco e de enfrentamento frente a conciliação da maternidade e trabalho. Estes, foram analisados a luz das teorias psicodinâmicas e da teoria de gênero. No que tange os achados quantitativos, avaliou-se 57 mulheres, tendo como resultados, a compreensão de que na medida que a participante apresenta alto índice no WHOQOL – Abreviado, consequentemente a taxa de risco diante ao desenvolvimento de Transtorno Mental Comum (TMC) no SRQ-20 diminui. Foi constatado que 57, 9% das participantes se encontram em situação de risco no SRQ-20, quando correlacionou-se os resultados do WHOQOL - Abreviado e SRQ-20, notou-se correlações mais fortes nos domínios Físico e Psicológico. Em relação aos resultados qualitativos, observou-se que os principais fatores de risco foram a escassez de suporte familiar, disparidade no compartilhamento de cuidado da prole, sobrecarga de afazeres domésticos e a falta de equidade de gênero nos ambientes laborais e acadêmicos. No que toca os fatores de enfrentamento, notou-se que o sentido atribuído a maternidade e trabalho, o compartilhamento eficiente das tarefas de cuidado e o tempo para o autocuidado refletem na sustentação da maternidade e trabalho.Item Escala de barreiras para o desenvolvimento da carreira das mulheres: evidências de validade para proposição de medida(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-13) CONTRO, Élen Sicolin; CORTEZ, Pedro Afonso; ZARIFE, Pricila de SousaEsse estudo tem como objetivo evidenciar propriedades psicométricas da Escala de Barreiras no Desenvolvimento de Carreira das Mulheres. Para tanto, foram realizadas as análises de evidências de validade baseada no conteúdo e análise das evidências de validade baseada na estrutura interna. Participaram deste estudo 210 trabalhadoras brasileiras. Estimou-se os níveis de consistência interna para a Escala de Barreiras no Desenvolvimento de Carreira das Mulheres e a verificação da convergência entre barreiras no desenvolvimento de carreira das mulheres e workaholism. Os índices apontaram nível de concordância adequado pelos juízes, uma vez que a maioria dos itens apresentou índices satisfatórios. A análise fatorial identificou uma estrutura interna com cinco fatores (Conflito Trabalho – Família, Políticas e Práticas de Gestão, Discriminação Intragrupal, Práticas Discriminatórias e Barreiras Internas), com consistência interna adequada e convergência com o workaholism. Espera-se que a escala impacte positivamente na gestão do trabalho das mulheres com vistas a expandir a participação, inclusão e equidade das condições de trabalho e carreira. Recomenda-se o uso em investigações ulteriores visando promover condições equitativas às mulheres em diferentes contextos laborais.Item Experiências psicossociais de dor durante o trabalho de parto e parto normal(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-30) CARDERELLI, Ludmila; GOMES, Miria BenincasaO estado gravídico é um período repleto de expectativas diante do desconhecido, inclusive o momento do parto. A literatura aponta que o medo da dor, no processo de parir, tem influenciado mulheres a optar por cesáreas eletivas ou por ter menos filhos. Ao investigar a dor, entretanto, observa-se que, embora seja um evento fisiológico, sua intensidade é influenciada por vários fatores psicossociais. Diante disso, os objetivos deste estudo foram: descrever e analisar as experiências psicossociais das parturientes durante o trabalho de parto, parto normal e nascimento; verificar como manejam e enfrentam a dor durante essa experiência. Para atingir estes objetivos, realizou-se uma pesquisa qualitativa com três estudos de caso. Os instrumentos foram: filmagem e observação do trabalho de parto e parto; entrevista no primeiro dia após o parto; entrevista 30 dias após o parto. Para a análise das filmagens, a pesquisadora selecionou momentos específicos de manifestação de dor de cada participante e enviou para três juízes avaliarem, segundo uma escala de intensidade de manifestação da dor, as respostas faciais, corporais e vocais. Estes resultados passaram por três análises: comparação entre os juízes, com a observação da pesquisadora e com a interpretação da parturiente sobre este processo. Verificou-se que cada mulher reage à dor de uma forma diferente e particular, que está intimamente relacionada com sua maneira de se expressar em outras situações da vida. A Participante 1, de 15 anos, recorreu constantemente à mãe e à equipe. Embora fosse colaborativa, demonstrou intensamente a dor. A Participante 2, de 17 anos, apresentou comportamentos contidos de expressão de dor, fez pouco contato com o acompanhante (o pai do bebê), com a equipe e com a pesquisadora, de forma semelhante ao comportamento estabelecido nas entrevistas. Estas duas participantes recorreram mais ao apoio de pessoas do que aos recursos de alívio da dor oferecidos pela equipe, como bola, chuveiro etc. A Participante 3, de 33 anos, de maneira diferente das outras, demonstrou mais preocupação com o bebê, durante todo o processo, e fez mais uso dos recursos disponibilizados pela equipe. Por se tratar de uma mostra pequena, não é possível fazer generalizações. Seria importante a realização de outros estudos que possam confirmar ou contestar estes resultados. Verificou-se que a inclusão de um profissional de Psicologia da Saúde na assistência ao ciclo gravídico puerperal pode oferecer benefícios à gestante, ao acompanhante e à equipe, durante todo o processo, especialmente no parto, utilizando-se de técnicas aplicadas, frequentemente, em urgências e emergências.Item Família e autismo: reflexões psicanalíticas com os pais de crianças autistas(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-01) RODRIGUES, Telma Maria Duarte; AVOGLIA, Hilda Rosa CapelãoA clínica psicanalítica de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) remete a muitas inquietações e questionamentos sobre as possibilidades de manejo clínico. As queixas iniciais trazidas aos psicanalistas pelos pais e/ou responsáveis indicam a presença de sentimentos de angústia e luto em relação a perda do filho ideal, após receberem o diagnóstico e ao longo do tratamento do filho. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo analisar o acompanhamento aos pais durante o tratamento psicológico do filho com diagnóstico de TEA. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva e documental com uso do método clínico. Para tanto, utilizou 5 prontuários inativos, selecionados aleatoriamente, de uma clínica interdisciplinar da Região Leste de São Paulo-SP. Os prontuários se referiam a crianças com idades entre 2 a 10 anos, atendidas no período de 2011 a 2017. O material coletado foi analisado a partir da articulação entre as contribuições da Psicanálise e da Psiquiatria Infantil para a clínica do autismo. Os resultados analisados indicaram que os pais ao narrarem, historizarem e subjetivarem as suas histórias e o sofrimento diante do diagnóstico de TEA, possibilitam a criança autista encontrar um lugar de desejo nos seus pais. A Psicanálise, se dispondo a escutar e acolher o “estrangeiro”, e não o eliminar, possibilita que aspectos familiares possam produzir novos significados sobre o que se apresentava tão estranhamente. O estudo permitiu contribuir com a prática clínica e institucional visando o desenvolvimento de ressignificações dos pais sobre seus filhos autistas, promovendo novos sentidos de saúde para a família.Item Identificação de características de personalidade em grupos clínicos por meio da análise quantitativa e qualitativa do psicodiagnóstico miocinético - PMK(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-08-08) ARSUFFI, Emanuelle dos Santos; SERAFIM, Antonio de PáduaA avaliação psicológica é uma prática que pode ser utilizada nas diversas áreas de atuação do psicólogo, tais como: escolar, equipamentos de saúde, social, clínica, no esporte entre outras. O profissional deve fazer uso de diferentes técnicas e instrumentos, sendo as mais utilizadas, as entrevistas e os testes psicológicos. Por meio dos testes é possível avaliar diferentes características psicológicas, como atenção, memória e inteligência, assim como, a personalidade. A personalidade é uma das características mais avaliadas e vem sendo amplamente estudada. Uma das maneiras de avaliar a personalidade é por intermédio do Psicodiagnóstico Miocinético – PMK. Desse modo, a presente pesquisa teve como objetivo identificar características de personalidade em diferentes grupos clínicos pelo teste Diagnóstico Miocinético – PMK. Participaram deste estudo 122 adultos com idade entre 18 e 54 anos (M=31,73; DP=8,75), divididos em três grupos, sendo, grupo controle, portadores de depressão e esquizofrenia. O grupo controle foi composto por 41,5 % de mulheres e 58,5 % de homens, divididos entre ensino fundamental (4,9%), ensino médio (41,5%) e superior (53,7%). Já em relação ao grupo com depressão, todas as participantes eram do sexo feminino, sendo 5% do ensino fundamental e 95% do ensino médio. Para o grupo com esquizofrenia, a maioria dos participantes era do sexo masculino (73,2%) em relação ao feminino (26,8%), entre o ensino fundamental (4,9%) e ensino médio (95,1%). Para a avaliação do PMK foram utilizados os indicativos apresentados por Mira (2009). Os resultados quantitativos apresentaram diferenças estatisticamente significantes a 0,001 e 0,005 para todas as medidas e para a análise qualitativa os indicadores apresentaram valores de χ2 de 3,922 à 52,688. Os resultados mostraram que os grupos se diferenciaram entre si, tanto nos resultados quantitativos quanto qualitativo. Os grupos clínicos apresentaram as maiores frequências de presenta das medidas que o grupo controle, corroborando com os resultados encontrados nas pesquisas originais.Item Identificação dos fatores de adaptação psicológica em profissionais de saúde durante a pandemia(Universidade Metodista de São Paulo, 2023-01-31) RAMOS, Silvania Rita; DIAS, Edgar ToschiO crescimento exponencial dos casos de Covid-19 direcionou o nosso olhar para os profissionais da área da saúde que estiveram na linha de frente da pandemia como importante grupo de risco para o desenvolvimento de agravos a saúde em decorrência do estresse ocupacional. Neste cenário, trouxemos a referência de estudos dos diversos fatores que potencializaram a vivência de sentimentos negativos com impacto substancial sobre saúde mental destes profissionais. Chamou a nossa atenção que mesmo existindo evidências científicas a respeito de alguns componentes deletérios à saúde mental deste perfil profissional até o presente momento permanecem desconhecidos os principais fatores de adaptação psicológica durante esta pandemia, sendo este, o ponto que fundamenta a proposta desta investigação exploratória, com o foco na identificação dos fatores de adaptação psicológica em profissionais da área da saúde que atuam na linha de frente da pandemia por Covid-19. Para isto, neste estudo ocorrido de forma virtual, avaliamos os seguintes fatores: I) cognitivo; II) comportamental; III) emocional; IV) social; V) padrão de sono e VI) estresse de 250 (duzentos e cinquenta) profissionais da área da saúde que atuaram na linha de frente da Covid-19 na faixa etária entre 22 e 65 anos. De outubro de 2021 a outubro de 2022. 242 (duzentos e quarenta e dois) participantes acessaram a pesquisa e consideramos as análises estatísticas inferenciais daqueles que responderem ao menos 75% dos instrumentos. Nosso banco de dados é composto por 106 (cento e seis) respondentes sendo 82% mulheres e 18% homens. A amostra fora dividida em dois grupos, de acordo com a ausência ou não da síndrome de esgotamento profissional: I) profissionais de saúde adaptados ao ambiente profissional (PS+ADP, n=20 e idade 42±2 anos) e II) profissionais de saúde não adaptados considerados nosso grupo controle (PS-ADP, n=86 e idade 37±1anos). O teste Chi-Quadrado (x2) ou Razão de Verosimilhança fora utilizado para avaliação da diferença na proporção da distribuição de variáveis categóricas entre os grupos. Após as análises estatísticas concluímos: quanto ao perfil do estado de saúde, PS+ADP possui melhores escores nos aspectos sociais, dor corporal, percepção geral da saúde, saúde mental e vitalidade, considerando, respectivamente P<0,01; P=0,02; P=0,02; P<0,01 e P<0,01, assim, consideramos que estes fatores contribuíram na adaptação psicológica de PS+ADP. No padrão do sono, a baixa latência do sono e os baixos escores de insônia em PS+ADP, respectivamente, P=0,02 e P<0,01 favoreceram a adaptação dos profissionais. Os fatores preocupação, ruminação e impulsividade global e atencional em PS+ADP foram preponderantes à adaptação, considerando, P<0,01; P<0,01; P=0,01 e P<0,01, respectivamente. A exceção do vigor, os demais fatores do perfil emocional apoiaram a adaptação: PTH, tensão, depressão, fadiga e confusão mental com P<0,01 e raiva, P=0,01. Nos fatores do estresse, percepção global do estresse, estresse negativo e enfrentamento- coping, tiveram P<0,01, destacando que PS-ADP se apresentou com mais recursos de enfrentamento positivo quando comparados a PS+ADP. Não há diferenças entre PS+ADP e PS-ADP no fator resiliência. Através destes resultados, concluímos a importância dos eixos cognitivo, comportamental e emocional enquanto fatores positivos à adaptação psicológica dos profissionais de saúde.