Autoestima e ansiedade de universitárias mães e universitárias sem filhos: um estudo comparativo

Abstract

O presente estudo busca um comparativo entre universitárias mães e universitárias sem filhos, problematizando os desafios diários e os níveis de autoestima e ansiedade apresentados por elas ao suportar duplas ou triplas jornadas, que historicamente foram atribuídas ao gênero feminino. A mulher ainda é responsável pelo trabalho doméstico não remunerado e pelas atividades de cuidado, e, caso queira estudar ou exercer uma atividade remunerada, precisa acumular todas as atividades. Para tal proposta, foi realizada a pesquisa em duas etapas: a primeira, com caráter quantitativo, contou com 198 universitárias que responderam a Escala de Autoestima de Rosenberg, a Escala de Ansiedade de Hamilton e o Questionário Sociodemográfico. Considerando que os resultados de correlação identificaram que mães universitárias apresentam autoestima mais elevada que mulheres sem filhos e que as mães apresentaram índices mais elevados de ansiedade grave, foram selecionadas 5 universitárias para participar da segunda etapa da pesquisa, em uma entrevista semiestruturada. Os resultados qualitativos indicam que as mães universitárias acreditam que a formação universitária complementa a sua identidade materna, enquanto as participantes que não são mães demonstram preocupações excessivas com demandas próprias da formação acadêmica.The present study seeks to compare university students who are mothers with those who are not, discussing the daily challenges and the levels of self-esteem and anxiety they exhibit while enduring double or triple workloads—tasks that have historically been attributed to the female gender. Women are still responsible for unpaid domestic work and caregiving activities, and if they wish to study or engage in paid employment, they must accumulate all these responsibilities. For this purpose, the research was conducted in two stages: the first, quantitative in nature, involved 198 university students who completed the Rosenberg Self-Esteem Scale, the Hamilton Anxiety Scale, and a Sociodemographic Questionnaire. Considering that the correlation results identified that university mothers showed higher self-esteem than women without children, while the mothers also presented higher levels of severe anxiety, five university students were selected to participate in the second stage of the study, a semi-structured interview. The qualitative results indicate that university mothers believe that higher education complements their maternal identity, while participants who are not mothers show excessive concern with the demands inherent to academic training.