Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião
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Item A "revolta" de Jeú e a Estela de Dã: um estudo em 2 Reis 10,28-36(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-03-21) SOUZA, Bruno Cavalcante de; KAEFER, José AdemarA pesquisa tem por objetivo trabalhar o evento da Revolta de Jeú, em conjunto com a Estela de Dã, tendo como ponto de partida para tal, a exegese da perícope de 2 Reis 10-28,36. A história Deuteronomista apresenta o ato da Revolta de Jeú como sendo um feito demasiadamente importante, na restauração do culto a Javé em Israel, a partir de um contexto onde o culto a outras divindades, em Israel Norte, estava em pleno curso. No entanto, a partir da análise conjunta da Estela de Dã, que tem como provável autor o rei Hazael de Damasco, somos desafiados a ler esta história pelas entrelinhas não contempladas pelo texto, que apontam para uma participação ativa de Hazael, nos desfechos referentes a Revolta de Jeú, como sendo o responsável direto que proporcionou a subida de Jeú ao trono em Israel, clarificando desta forma este importante período na história Bíblica. Para tal análise, observar-se-á três distintos tópicos, ligados diretamente ao tema proposto: (1) A Revolta de Jeú e a Redação Deuteronomista, a partir do estudo exegético da perícope de 2 Reis 10,28-36, onde estão descritas informações pontuais sobre período em que Jeú reinou em Israel; (2) Jeú e a Estela de Dã, a partir da apresentação e análise do conteúdo da Estela de Dã, tratando diretamente dos desdobramentos da guerra em Ramote de Gileade, de onde se dá o ponto de partida à Revolta de Jeú; e por fim (3) O Império da Síria, onde a partir da continuidade da análise do conteúdo da Estela de Dã, demonstraremos a significância deste reino, além de apontamentos diretamente ligados ao reinado de Hazael, personagem mui relevante no evento da Revolta de Jeú.Item A (des)institucionalização da fé: um olhar sobre o processo de reconfiguração religiosa evangélica no Brasil(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-27) PARADELA, George Jeovanholi; SOUZA, Sandra Duarte deA modernidade com seu processo de secularização provocou uma reconfiguração profunda nas dinâmicas religiosas. Alguns aspectos perceptíveis desta reconfiguração é a subjetivação/individualização das crenças e a desinstitucionalização, isto é a perda do poder institucional em legitimar os sistemas de crença. A presente pesquisa busca compreender esse processo de reconfiguração religiosa no campo evangélico brasileiro a partir dos movimentos de desinstitucionalização deste cenário. Tendo como apontamento norteador entender de que forma os “evangélicos não determinados” e “sem religião” são uma expressão deste processo de desinstitucionalização da fé, nossa pesquisa irá identificar essas possíveis expressões de fé desinstitucionalizantes e compreendera a crítica que fundamenta esse caminho de fé que se manifesta de forma heterodoxa.Item A (r)existência das vocacionadas ao ministério pastoral Batista: descortinando a relação entre as pastoras Batistas de São Paulo e a não filiação na ordem dos pastores Batistas do Brasil em São Paulo (OPBB-SP)(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-02-23) SOUZA, Valéria Vieira de; SOUZA, Sandra Duarte deO contexto batista é predominantemente marcado por lideranças masculinas, destinando às mulheres apenas lugares e comportamentos socialmente estabelecidos, como a casa, o cuidado, a maternidade, a submissão, entre outras características que enfatizam a hierarquia de gênero. Mesmo diante do desenvolvimento econômico e da ocupação que as mulheres estão conquistando no campo público, a igreja e principalmente as igrejas batistas, permanecem fundadas em alicerces que exaltam o poder masculino em detrimento do lugar que deve ser ocupado pelas mulheres, ou seja, onde elas decidirem atuar. Caso elas decidam atuar num campo predominantemente masculino, terão que lidar com a desconstrução de um pensamento socialmente permeado de dominação masculina e com a árdua construção de um pensamento que vise a igualdade de gênero. O objeto desta pesquisa é o ministério pastoral feminino no contexto batista brasileiro. O texto analisa o discurso das Pastoras Batistas do Estado de São Paulo e o discurso dos líderes da Ordem dos Pastores Batistas de São Paulo (OPBB-SP) a respeito do ministério pastoral feminino e a não filiação de mulheres na OPBB-SP. A importância deste trabalho é a de demostrar as relações de micro poder existentes entre pastores e pastoras e concomitantemente as desigualdades dentro do contexto batista com relação ao ministério pastoral feminino. Essa afirmação se consolida por meio das análises das entrevistas semiestruturadas que realizei na pesquisa de campo, com sete pastoras batistas do Estado de São Paulo, bem como com três líderes da OPPB-SP. Esta é uma pesquisa qualitativa, em que foram analisados documentos oficiais da igreja, como pautas de convenções, atas, sites institucionais, periódicos e documentos não oficiais encontrados em redes sociais, blogs, jornais online, entre outros. Posso afirmar que as pastoras batistas estão se mobilizando para cumprir sua vocação, usando argumentos transcendentes que impedem qualquer pessoa de desafiar ou duvidar de seu chamado pastoral, pois: “O vento sopra onde quer; ouve-se o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele(a) que nasceu do Espírito.” (João 3.8).Item A aceitação da homoafetividade na igreja como centro dos tensionamentos entre a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil e a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-03-11) NAHAS FILHO, Michel; SOUZA, Sandra Duarte deEsta dissertação aborda as condições históricas, culturais, sociológicas, políticas e religiosas que deram ensejo ao rompimento unilateral do acordo de parceria de missão conjunta entre a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil - IPIB e a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – PC (USA), por parte da Igreja brasileira. Este rompimento se deu por causa da aceitação, por parte da Igreja americana, da integração de indivíduos LGBTs, de maneira integral na vida da Igreja, aceitando tanto acesso ao ministério ordenado quanto à consagração de oficiais LGBTs leigos, como presbíteros e diáconos, de ambos os sexos, bem como a aceitação da celebração de casamentos de pessoas do mesmo sexo; atitude inaceitável na Igreja brasileira. Embora estas duas Igrejas compartilhassem as mesmas origens históricas na reforma protestante, seguindo a mesma tradição calvinista, tendo a mesma forma de governo, compartilhando transformações teológicas com a adoção da neo-ortodoxia de Karl Barth, elas, entretanto, chegaram a posições opostas nas questões ligadas a homoafetividade. Por quê? A verdade é que a história destas duas denominações protestantes históricas não são tão semelhantes assim como se poderia pensar, pois estão inseridas em sociedades muito diferentes, em diferentes estágios civilizatórios, o que provoca respostas e reações diferentes de seus membros a perguntas similares. Esta dinâmica é a que a dissertação se propõe a analisar.Item A adesão pentecostal de bandidos e ex-bandidos: um estudo sobre religião e periferia na favela do Jardim São Jorge em Cidade Ademar - SP(Universidade Metodista de São Paulo, 2015-09-30) SILVA, Lucas Braga Medrado da; RIVERA, Dario Paulo BarreraA dissertação preocupou-se em analisar as relações de bandidos e ex-bandidos com o pentecostalismo na Assembleia de Deus Fortificada em Cristo (ADFEC), situada na favela Jardim São Jorge, periferia da Cidade Ademar, região Sul da capital de São Paulo. Interessou-nos compreender as interações desses agentes e de qual maneira a igreja desempenhou seu trabalho em um espaço pentecostal. A pesquisa, teve como objetivo fundamental, examinar as aproximações da criminalidade e o pentecostalismo indicando suas rupturas e características peculiares. O trabalho de campo se dedicou em coletar dados que comprovassem atuação da ADFEC juntos aos agentes do crime, e em que medida a filiação religiosa dos agentes ganhava importância. Por fim, buscamos refletir sobre a adesão de bandidos e ex-bandidos ao pentecostalismo e a influência dessa adesão no cotidiano da comunidade.Item A arte da educação popular e o processo de libertação no pensamento de Comblin(Universidade Metodista de São Paulo, 2012-10-01) THOMÉ, Adriana; Jung Mo SungEste estudo discute a relação entre o processo de Libertação no pensamento de José Comblin e a Educação Popular, a partir da perspectiva antropológica e social da liberdade do ser humano como vocação singular de cada sujeito. Discute ainda a implicação desta noção de liberdade que inclui a responsabilidade para com o outro, como dimensão fundamental para o engajamento na luta pela transformação da sociedade. Por meio de pesquisa bibliográfica, foi realizada a análise dos elementos que fazem interface entre a noção de libertação-liberdade e a Educação Popular no pensamento de Comblin. Trabalha-se com a hipótese de que o elemento antropológico e social na perspectiva de libertação, presente no pensamento de José Comblin, tem relação com a gênese ideológica da Educação Popular e sua práxis libertadora na sociedade no Brasil, na segunda parte do século XX. Para tal, buscou-se apresentar a vida e a obra de José Comblin e daqueles que dialogam com ele, a fim de que se possa entender de maneira profícua a noção de libertação dentro dos períodos históricos que marcaram a renovação da Igreja Católica e a formação da Teologia da Libertação. Esses momentos marcantes dizem respeito ao Concílio Vaticano II, à Conferência de Medellín, de Puebla, de Santo Domingo e de Aparecida. Ainda se fez um breve histórico da Educação Popular no Brasil e na América Latina e suas implicações filosóficas e pedagógicas a fim de ter elementos concretos para realizar a análise da relação entre o referencial teórico e o contexto da Educação Popular e a noção de liberdade e libertação no pensamento de José Comblin.Item A compaixão no Dêutero-Isaías e no Dalai Lama, Além da Religião(Universidade Metodista de São Paulo, 2024-09-03) RAICHART, Jonathan Jesse; CARNEIRO, Marcelo da SilvaDêutero-Isaías apresenta um aspecto compassivo de YHWH. O 14º Dalai Lama – uma figura proeminente do budismo tibetano Geluk e vencedor do Prêmio Nobel da Paz – enfatiza a compaixão como um elemento fundamental da sua “ética universal”. Este trabalho examina primeiro a apresentação da compaixão pelo Dalai Lama em Além da Religião, concentrando-se em como ele a caracteriza e descreve com base nos ensinamentos de Tsongkhapa, o fundador da tradição Geluk. A educação do Dalai Lama no budismo tibetano e a sua subsequente defesa global da paz e do diálogo inter-religioso sublinham a importância do seu trabalho. A seguir, são exploradas as caracterizações e descrições de Dêutero-Isaías da face compassiva de YHWH, empregando uma exegese da perícope 49:8-21, que é rica em compaixão. Estas passagens bíblicas, compostas durante o exílio babilônico, fornecem uma fonte para a compreensão da compaixão divina, das promessas de vindicação de YHWH e do seu desejo de resgatar os israelitas sofredores e, por extensão, a humanidade em geral. Por fim, é apresentado o princípio pluralista como referencial teórico, para aproximar as caracterizações da compaixão nos ensinamentos do Dalai Lama e nos escritos do Dêutero-Isaías, tanto da perícope anterior como de Is 51:4-16. Este conceito é aplicado nas Ciências da Religião através de uma análise hermenêutica, combatendo as deficiências da religião comparada – tais como o vício de origem, e o estereótipo das religiões ocidentais como o paradigma, com as religiões não ocidentais como “outras” –, ao passo que dá tempo suficiente para apreciar as ricas e distintas nuances de cada sistema, tratando-os como iguais na mesa de discussão. Esta dissertação aborda os desafios de conciliar a compaixão defendida pelo Dalai Lama em Além da Religião com a face compassiva de YHWH em Dêutero-Isaías. Enquanto o Dalai Lama pretende estabelecer uma ética universal baseada na compaixão, o Dêutero-Isaías oferece uma perspectiva profética do Antigo Israel sobre a compaixão divina, que conduz à salvação. A questão central é se estas duas abordagens distintas da compaixão podem servir de base para o diálogo e a compreensão, particularmente como um caminho para reconstruir a sociedade humana. Encontram-se extensos pontos em comum, especificamente no que diz respeito à descrição da compaixão: um desejo ou uma ação para libertar os outros do sofrimento, tanto mental como físico, com este alívio resultando em felicidade e bem-estar. A compaixão é vista como permeando a justiça em Dêutero-Isaías, semelhante à justiça baseada em compaixão no Dalai Lama, com a esperança brotando da compaixão, surgindo da libertação infinita do sofrimento e da consequente felicidade duradoura em ambos. A compaixão universal é encontrada em ambos os sistemas. Numa época de tremendo sofrimento existencial nacional e global – pandemias, guerras, fome, injustiça social e destruição ambiental – a religião pode proporcionar benefícios inestimáveis, oferecendo alívio. Este trabalho discute a compaixão a partir de duas religiões do mundo, por ter o potencial de ser uma base para o diálogo inter-religioso, num esforço para aliviar o sofrimento no Brasil e no mundo, contribuindo para a reconstrução da humanidade.Item A confiança na relação entre mestre qualificado e discípulo na tradição budista Geluk tibetana: o caminho para atingir o objetivo soteriológico(Universidade Metodista de São Paulo, 2024-12-12) MILANEZI, Wagner Motta; WIRTH, Lauri EmilioTodo praticante da religião budista tem como objetivo principal e soteriológico, a cessação de todas as raízes aflitivas e com isso adentrar ao estado de um Buda, um estado completamente amadurecido em relação ao conhecimento da realidade. Mas para se atingir tal objetivo, a tradição budista Geluk, fundada por Lama Je Tsongkhapa Lobsang Drakpa, aconselha e ensina que é preciso ter um mestre (guru) qualificado acompanhando o discípulo, dando ensinamentos, instruções, treinamentos aconselhamentos etc., durante todo o caminho soteriológico até o nirvana. Da mesma maneira a tradição cristã segundo Santo Tomás de Aquino, coloca o mestre em uma posição de extrema importância para guiar o discípulo a descoberta da luz do intelecto dado por Deus. Diante disso a pesquisa verifica quais são as características de um mestre qualificado, a real importância dessa relação mestre-discípulo e como ela deve ser construída e cultivada. Para auxiliar, a pesquisa abordará os conceitos de transferência e contratransferência de Freud, com o intuito de dialogar com outras áreas da ciência, além de abordar possíveis problemas nesta relação mestre-discípulo. A segunda parte da pesquisa se concentra em entender o que significa e do que se trata o objetivo soteriológico do budismo Geluk tibetano segundo Lama Je Tsongkhapa Lobsang Drakpa, juntamente com comentários contemporâneos do XIV Dalai Lama. Por fim, a pesquisa analisa o conceito de confiança na tradição budista Geluk e cristã segundo Santo Tomás de Aquino e como se dá esse processo de relacionamento entre mestre e discípulo.Item A construção discursiva do mártir: um olhar a partir da Passio Sanctorum Perpetuae et Felicitatis(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-10-03) MATOS, Denilson da Silva; NOGUEIRA, Paulo Augusto de SouzaO propósito desta pesquisa é analisar a Passio Sanctorum Perpetuae et Felicitatis, destacando como este relato de martírio apresenta suas personagens principais, isto é, como os mártires são construídos narrativamente. A pesquisa trabalha o martírio no cristianismo primitivo como um fenômeno discursivo, ou seja, como uma prática surge de uma interação discursiva entre as principais culturas em constante diálogo nos primeiros séculos da era cristã, a greco-romana, judaica e cristã. Para tal análise, dialogaremos com as obras de Judith Perkins e Candida Moss, Christine Trevett, Willian Tabbernee, Rex D. Butler, entre outros, bem como nos utilizaremos do conceito de dialogismo de Mikhail Bakhtin. A pesquisa discute, também, as mais recentes pesquisas acerca do tema do martírio. Ao examinar esta ideologia desenvolvida no cristianismo primitivo pôde-se identificar a construção discursiva de uma personagem atrelada à prática martírio, o mártir. Apresentamos as diversas características atribuídas ao mártir num corpo de textos do cristianismo primitivo conhecidos como Atas dos mártires, destacando o status elevado alcançados por esses homens e mulheres que enfrentaram a morte. O mártir, ao enfrentar e experimentar a morte recebe poderes inestimáveis, que o torna uma pessoa especial, um cristão ideal que se encontra acima da hierarquia eclesiástica e até mesmo da hierarquia celestial. A Passio Sanctorum Perpetuae et Felicitatis é um exemplo de literatura cristã primitiva que partilha dessas ideias que perpassam os primeiros séculos da era cristã. Ao analisar o enredo da composição narrativa deste relato de martírio identificamos traços do discurso sobre o martírio e sobre o mártir presentes no cristianismo primitivo.Item A crítica social do dito de Jeremias contra o rei Jeoaquim: uma análise exegética de Jeremias 22, 13-19 (609 a 598 a.C.)(Universidade Metodista de São Paulo, 2014-03-18) RIPOLI, Fernando; KAEFER, José AdemarO presente estudo exegético tem por objetivo demonstrar a crítica social de Jeremias contra o rei Jeoaquim, tendo como fonte principal a crítica social de Jr 22,13-19. Para tal, partiremos da análise do contexto literário, histórico e religioso da crítica social de Jeremias, para então fazer a análise exegética do texto proposto, através da qual enfocaremos, dentre os diversos conteúdos, a justiça social inserida na perícope. Compreendendo que um texto surge dentro de um ambiente social, evidenciaremos, com base na crítica social, as práticas violentas do rei Jeoaquim em seu reinado, contra os trabalhadores injustiçados, o pobre e o necessitado na sociedade de Judá. Por fim, demonstrando as questões históricas do profeta Jeremias em sua vivencia internacional em meio aos impérios existentes, e o sistema opressor do rei Jeoaquim, contra os menos favorecidos da sociedade de Judá.Item A demonização da mulher: do mito dos vigilantes ao cristianismo primitivo(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-05-13) SOUSA, Jonatas de; NOGUEIRA, Paulo Augusto de SouzaA pesquisa propõe uma análise da representação das mulheres no cristianismo primitivo a partir de textos da literatura judaica do período do Segundo Templo e sua recepção na tradição paulina. Analisaremos como as mulheres são apresentadas no judaísmo tardio e no cristianismo primitivo a partir de discursos de depreciação que às relacionam com o impuro e o demoníaco. Em busca de uma abordagem que contemple as literaturas do judaísmo tardio e do ponto de vista das várias relações e trocas culturais, a pesquisa se propõe a pensar as identidades cristãs como fruto de um movimento amplo de recepção literária e imaginária. Nessa perspectiva, analisaremos textos que tratam da formação da cultura e do imaginário em torno da mulher no cristianismo primitivo de tradição paulina. Utilizaremos como fontes, textos da tradição judaica como o Mito dos Vigilantes, o Livro dos Jubileus, o Testamento de Rubén e o texto de tradição paulina de I Timóteo.Item A dialética do desespero em Kierkegaard e sua influência sobre o conceito de alienação em Paul Tillich(Universidade Metodista de São Paulo, 2014-06-11) SILVA, Elias Gomes da; JOSGRILBERG, Rui de SouzaA respectiva pesquisa procurou estabelecer a relação de influência da filosofia de Søren Kierkegaard sobre a construção teológica de Paul Tillich. Para tanto, utilizamos como pano de fundo ou estrutura argumentativa o conceito de Desespero humano de Kierkegaard, comparando-o ao conceito de Alienação do ser de Tillich. Objetivamos com isso, demonstrar o entrelaçamento dialogal composto no desenvolvimento da chamada doutrina do pecado em ambos os autores. Isto é, como o desdobramento da antropologia kierkegaardiana problematizou os fundamentos da teologia sistemática, sobretudo, na questão da harmatiologia, e, como esta mesma problematização, foi capaz de padronizar o modus operandi que determinou a elaboração feita por Tillich sobre o mesmo assunto. Obviamente, que, no decorrer dessa investigação, não se pretendeu “desqualificar” ou “eliminar” a originalidade dos autores, nem tampouco transformar seus argumentos em uma espécie de amálgama conceitual. Assim, antes de uma suposta crítica de ter se proposto uma “fusão arbitrária de ideias”, buscamos, mais uma vez apontar, soluções de dialéticas e centros comuns, que apontem para aqueles elementos de convergência, aonde de fato, o diálogo é possível.Item A diversidade religiosa no espaço escolar adventista do ABCD paulista(Universidade Metodista de São Paulo, 2015-08-27) MARQUES, Igor Ermanuel de Souza; RIVERA, Dario Paulo BarreraTendo como pano de fundo a confessionalidade da rede adventista de educação presente de maneira marcante no espaço escolar e a intensa diversidade religiosa discente, esta pesquisa analisa a relação de possíveis tensões entre a confessionalidade escolar e a diversidade religiosa presente neste espaço. Leva em consideração o processo de modernidade causadora de importantes transformações na educação, na religião e na forma dos dois institutos se relacionarem. Levou-se em consideração o perfil socioeconômico e religioso dos alunos e possíveis tensões na recepção do religioso no espaço escolar adventista por parte dos discentes, inclusive por aqueles que se declaram adventistas. O espaço escolhido para esta pesquisa foi o de colégios adventistas localizadas no contexto do ABCD Paulista, que ofertam o Ensino Médio. Estas unidades escolares estão situadas nas cidades de Diadema, Santo André e São Caetano do Sul, cidades localizadas na mesma microrregião, mas com distintas realidades socioeconômicas.Item A escola como espaço de diálogo: o desafio do pluralismo religioso para o ensino religioso(Universidade Metodista de São Paulo, 2015-03-31) BALEEIRO, Lilian Araújo; TROCH, LieveCom a presente dissertação buscamos apresentar o diálogo inter-religioso, a partir do pluralismo religioso brasileiro, como desafio para a discussão sobre o ensino religioso em escolas públicas no Brasil, enquanto Estado laico, possibilitando a superação da intolerância e do exclusivismo religiosos. Para isso, no primeiro capítulo apresentaremos a situação do ensino religioso, com destaque para momentos históricos, sua relação com a laicidade do Estado e a experiência do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER). No segundo capítulo analisaremos a pluralidade religiosa brasileira a partir elementos formadores do mapa religioso brasileiro, relacionando com os dados dos últimos censos do IBGE, com a intenção de conhecer o quadro religioso brasileiro e o contexto plural no qual o ensino religioso está inserido. No último capítulo discutiremos a proposta de um ensino religioso como espaço de diálogo entre as diferentes religiões, utilizando para isso alguns elementos da teologia do pluralismo religioso e do diálogo inter-religioso como fundamentos. A prática do ensino religioso enquanto espaço de diálogo é possível e possibilita a tolerância entre os grupos religiosos que estão representados no ambiente escolar.Item A espiritualidade da juventude universitária brasileira no final do século XX e início do século XXI: pluralismo e diálogo(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-12-10) ARAÚJO, Dênis Nunes de; SOUZA, Vitor Chaves deEsta pesquisa tem como tema a espiritualidade da juventude universitária no Brasil no período que compreende o final no século XX e início do século XXI. Este é um contexto de predominância da secularização em toda a sociedade, o qual traz consigo as marcas do pluralismo que intensificam, como a crise das instituições, o indiferentismo religioso, a crise de fé, a dessacralização, os “sem religião” e o trânsito religioso, aspectos que podem ser verificados em dados coletados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) e, em trabalhos acadêmicos realizados em ambiente universitário. O presente trabalho é descritivo-analítico e pretende verificar a existência da pluralidade em torno da conceituação sobre juventude e espiritualidade. Será aplicado o método acadêmico- científico de cartografia, a partir de dados empíricos de pesquisas realizadas no meio acadêmico brasileiro. Portanto, após essa compreensão de um contexto marcado por transformações profundas com novos paradigmas de perspectivas culturais, religiosas, sociais e políticas, será possível a resolução do problema sobre o que caracteriza a espiritualidade da juventude universitária brasileira. Entre os trabalhos empíricos publicados, há uma caracterização da espiritualidade da juventude universitária e essa vivência é uma abertura para o diálogo é uma experiência de espiritualidade dialogal de libertação.Item A exclusão da mulher do espaço sagrado: uma leitura a partir de Nm 12,1-16(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-23) REIS, Floripes de Oliveira; KAEFER, José AdemarO presente trabalho tem por objetivo demonstrar que na tradição do povo de Israel e Judá, cujas experiências de fé estão registradas na Bíblia, havia mulheres atuando no espaço sagrado como profetisas e sacerdotisas. Em Nm 12,1-16 há um conflito entre as formas sacerdotais e proféticas femininas e masculinas, testemunhando que o sacerdócio em Israel não era um serviço exclusivo dos homens. Outros textos bíblicos comprovam a existência de profetisas, algumas delas com funções também sacerdotais. 2Rs 23, quando fala da deusa de Israel e Judá chamada Asherah cultuada nos santuários de Samaria e no templo de Jerusalém ao lado de YHWH, diz que haviam as sagradas de Asherah responsáveis pelo culto e objetos da deusa consorte de YHWH. Para centralizar o poder religioso e civil em Jerusalém, Josias promoveu a destruição dos outros deuses com seus sacerdotes. É possível que quando destruíram a deusa Asherah também suas sagradas tenham sido assassinadas, mas nem tudo foi destruído, pois no período pós-exílico ainda havia conflito entre as duas formas de sacerdócio e assim como na reforma josiânica, no período de reorganização do povo em torno do templo, as mulheres continuavam sendo perseguidas nas suas práticas sacerdotais.Item A favela como espaço da relação entre religião e violência: uma análise da função da Teologia da Satisfação Penal do universo batista e as ambíguas frestas discursivas que operam para a não-violência(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-03-14) SILVA, Priscila Alves Gonçalves da; Jung Mo SungO propósito deste trabalho é investigar a relação entre Religião e Violência a partir da favela Coronel Leôncio, localizada na cidade de Niterói – RJ. No primeiro momento, abordaremos como o processo de industrialização das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói contribuiu diretamente para a formação das favelas, que surgiram como espaços de aglomeração dos pobres e daqueles que serviram como mão-de-obra no período de avanço econômico no início do século XX. Essas aglomerações surgiram como um efeito da segregação social já existente, sendo agravada pela oferta de emprego nas indústrias. Esta combinação de industrialização-favelização resultou um aumento e agravamento do fenômeno da violência, que pode ser percebido multifacetado e de acordo ao tempo e espaço em que é analisado. No segundo momento, estudaremos como, com o aumento do quadro geral de violência, a religião emerge como um esteio de indivíduos lançados nos espaços marginais, violentos e de infraestrutura precária para a manutenção de uma vida digna. Por fim, analisaremos esta função protetiva da religião a partir do discurso da Igreja Batista situada na favela Coronel Leôncio, considerando o uso de violência implícita presente neste. Tecnicamente chamada de Teologia de Satisfação Penal, essa teologia fundamenta a vida de fiéis da Igreja Batista na favela Coronel Leôncio e acaba reproduzindo implicitamente a violência do cotidiano que pretende superar. Apesar disto, a Igreja Batista mencionada apresenta algumas ambiguidades em seu discurso que podem ser compreendidas como reformulações e revisões teológicas da base discursiva comum da denominação. Essas ambiguidades, ainda que não-intencionais, podem ser consideradas sementes da utopia de perceber a violência não mais como elemento fundamental do discurso religioso, da formação social e das relações humanas.Item A função sociológica do [v'r' nos salmos de lamentação e os conflitos de classes ocorridos no final do período pós-exílio(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-09-29) LAGE, Jovanir; SIQUEIRA, Tércio MachadoA presente pesquisa organiza-se a partir do problema da contraposição entre “malfeitores e justos” que atravessa os diversos tipos de textos do período persa sob a seguinte pergunta: Quem é o [v'r' na sociedade israelita, e porque este termo surge com maior intensidade no período pós-exílio? O objetivo desta pesquisa visa principalmente, a investigação das razões que influenciaram a introdução da terminologia [v'r' “malfeitor” em determinados salmos, como identificação do inimigo. Os objetivos secundários de nossa investigação serão: (1) analisar a formação conceitual do [v'r' dentro de sua característica anti-positiva com o qyDIc; “justo” enfatizando o eixo ético, caracterizado como uma das interpretações do termo; (2) estudar a função do termo dentro dos Salmos de Lamentação, apoiado no estudo exegético do Salmo 55; (3) entender de forma crítica, a análise das implicações do uso do [v'r' como representação da maldade no desenvolvimento social da comunidade israelita no período pós-exílio. Em nossa abordagem pretendemos tratar de tal estudo a partir do eixo ético, estendendo a investigação para a análise das motivações interpretativas da solidariedade no contexto veterotestamentário.Item A igreja messiânica na periferia urbana de Guarulhos, SP: um estudo sobre as práticas, identidade religiosa, marginalidade e corte em uma nova religião japonesa(Universidade Metodista de São Paulo, 2018-09-27) ROMÃO, Renan Lescano; RIVERA, Dario Paulo BarreraO estudo das religiões em contexto de periferia urbana tem crescido tanto na área da sociologia quanto das ciências da religião graças à percepção de que este constitui um espaço privilegiado de análise das dinâmicas sociais. São poucas, porém, as incursões que tratam propriamente de religiões minoritárias, étnicas e transnacionalizadas na periferia, privilegiando-se mais a temática do crescimento dos evangélicos e dos sem religião nestas populações. O presente trabalho propõe uma análise das práticas, identidade, marginalidade e princípio de corte em duas comunidades religiosas da Igreja Messiânica Mundial do Brasil instaladas na periferia urbana da cidade de Guarulhos, SP. A Igreja Messiânica, uma das mais populares Novas Religiões Japonesas no Brasil, vem ganhando uma identidade própria brasileira e o estudo desta na periferia revela uma série de funções inovadoras que a religião passa a desempenhar dentro desta construção. O trânsito religioso, origem da maioria dos seus membros, revela quais recursos se tornaram importantes na passagem entre uma identidade religiosa anterior para a identidade “messiânica”. Notou-se assim a incidência do processo de marginalidade identitária, mas não necessariamente, do recurso de “corte” ou “cisão” como solução à um hibridismo percebido entre os participantes.Item A imagem se fez livro: a materialidade da Torá e a invenção do aniconismo pós-exílico(Universidade Metodista de São Paulo, 2015-05-25) CARDOSO, Silas Klein; SIQUEIRA, Tércio MachadoA pesquisa trabalha a Torá como objeto de culto anicônico no pós- exílio, apresentando sua face ritualística no culto do Israel Antigo. É proposto que a centralização da Torá no período do Segundo Templo seria uma construção ideológica macroestrutural — i.e., uma tradição inventada — do grupo sacerdotal pós-exílico em vista de unificar a nação que se reconstruía e reconfigurava. Para tal análise, observam-se três recortes distintos ligados à questão: (1) a materialidade do culto em suas continuidades e rupturas com a religião israelita pré-exílica, a partir da análise da cultura material e da análise da literatura bíblica de quatro objetos cúlticos centrais da OHD, bamah, massebah, Asherá e arca; (2) as práticas redacionais que advogavam a centralização da Torá com inspiração nos demais cultos e concepções do divino no Antigo Israel, especialmente observada na análise exegética do Sl 19, como um dos principais Salmos da Torá que teriam sido produzidos no período para promulgar a nova prática; e (3) a editoração dos diversos textos canônicos que teriam sido retroprojeções legitimadores da visão posterior centralizadora da Torá, através da criação de uma tipologia da materialidade dos textos e da Torá advinda da análise exegética de diversos textos. Com tal panorama, sob pesquisa exegética de orientação histórico-crítica, é proposto um modelo de quatro instâncias de construção do aniconismo pós-exílico, centralizado na Torá e atingindo as diferentes camadas da religião judaíta.