Programa de Pós-Graduação em Educação
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.metodista.br/handle/123456789/25
Programa de Pós-Graduação em Educação
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação em Educação por Autor "BENEVIDES, Mônica de Souza"
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Item Criança, a tela digital e o brincar: narrativas de uma coordenadora pedagógica sobre o uso de tecnologias digitais da informação e comunicação na primeira infância(Universidade Metodista de São Paulo, 2025-04-30) BENEVIDES, Mônica de Souza; CHIACHIRI FILHO, Antonio RobertoA presente pesquisa se inscreve no campo da Educação Infantil com foco na problemática da inserção precoce das TIC no cotidiano das crianças de zero a três anos, especialmente no contexto da creche pública pós-pandemia de covid-19. Motivada pelas inquietações profissionais da autora, que atua como coordenadora pedagógica em uma instituição de Educação Infantil, a investigação buscou compreender os impactos do uso indiscriminado das TIC na creche e analisar como essas tecnologias têm afetado a prática pedagógica dos profissionais da educação após o período pandêmico. O objetivo geral da pesquisa foi compreender os impactos do uso indiscriminado das TIC na creche e analisar como essas tecnologias têm afetado a prática pedagógica dos profissionais da educação após a pandemia. Como objetivos específicos, buscou-se: (a) explicitar a inserção das TIC na creche; (b) compreender as especificidades da Educação Infantil e refletir sobre o desenvolvimento da infância na contemporaneidade; (c) evidenciar os impactos do uso excessivo das tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem de crianças entre oito meses e três anos de idade; e (d) elucidar caminhos para o desenvolvimento profissional inicial e continuado de educadoras e educadores. O referencial teórico que fundamenta a pesquisa articula autores como Vygotsky (2003, 2018), Leontiev (1988), Kenski (2007), Desmurget (2021) e Jerusalinsky (1999), cujos aportes versam sobre o desenvolvimento infantil, a importância da brincadeira, os impactos da exposição às telas e o papel das mediações pedagógicas frente às novas tecnologias. As contribuições de Baptista e Jerusalinsky (2021) sobre a intoxicação eletrônica também embasam criticamente a análise dos fenômenos observados. Metodologicamente, a pesquisa adota uma abordagem qualitativa, de natureza aplicada, com caráter exploratório, e tem como procedimento o estudo de caso a partir de narrativas autobiográficas. A investigação se ancora nos pressupostos da pesquisa narrativa (Clandinin; Connelly, 2015; Souza, 2006), do estudo de caso (Yin, 2005; Stake, 2013) e das contribuições da escrita de si como possibilidade formativa (Larrosa, 2004, 2009). Os dados foram construídos por meio da análise de um diário de bordo, produzido ao longo de um período de atuação da pesquisadora como coordenadora pedagógica em uma EMEI da rede pública. As anotações contemplaram vivências com crianças, professores, equipe gestora, famílias e demais membros da comunidade escolar, revelando preocupações, desafios e percepções sobre o uso das TIC no cotidiano da creche. Os achados da pesquisa confirmam a hipótese inicial de que é urgente ampliar a discussão sobre o uso das tecnologias digitais na primeira infância, de forma crítica, consciente e mediada. Evidencia-se que o uso excessivo e não orientado das TIC compromete aspectos do desenvolvimento integral das crianças e impõe desafios à prática pedagógica. A ausência de formação inicial específica para lidar com esses recursos e a necessidade de formação continuada para os profissionais que já atuam emergem como caminhos possíveis para qualificar o uso das TIC de maneira ética, lúdica e alinhada às necessidades infantis. Como limitação, destaca-se a ausência de entrevistas com outros membros da comunidade escolar. Pesquisas futuras podem ampliar os olhares ao incluir múltiplas vozes e explorar os efeitos das TIC no contexto das relações pedagógicas, familiares e comunitárias.