Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião por Autor "CARNEIRO, Marcelo da Silva"
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Item A compaixão no Dêutero-Isaías e no Dalai Lama, Além da Religião(Universidade Metodista de São Paulo, 2024-09-03) RAICHART, Jonathan Jesse; CARNEIRO, Marcelo da SilvaDêutero-Isaías apresenta um aspecto compassivo de YHWH. O 14º Dalai Lama – uma figura proeminente do budismo tibetano Geluk e vencedor do Prêmio Nobel da Paz – enfatiza a compaixão como um elemento fundamental da sua “ética universal”. Este trabalho examina primeiro a apresentação da compaixão pelo Dalai Lama em Além da Religião, concentrando-se em como ele a caracteriza e descreve com base nos ensinamentos de Tsongkhapa, o fundador da tradição Geluk. A educação do Dalai Lama no budismo tibetano e a sua subsequente defesa global da paz e do diálogo inter-religioso sublinham a importância do seu trabalho. A seguir, são exploradas as caracterizações e descrições de Dêutero-Isaías da face compassiva de YHWH, empregando uma exegese da perícope 49:8-21, que é rica em compaixão. Estas passagens bíblicas, compostas durante o exílio babilônico, fornecem uma fonte para a compreensão da compaixão divina, das promessas de vindicação de YHWH e do seu desejo de resgatar os israelitas sofredores e, por extensão, a humanidade em geral. Por fim, é apresentado o princípio pluralista como referencial teórico, para aproximar as caracterizações da compaixão nos ensinamentos do Dalai Lama e nos escritos do Dêutero-Isaías, tanto da perícope anterior como de Is 51:4-16. Este conceito é aplicado nas Ciências da Religião através de uma análise hermenêutica, combatendo as deficiências da religião comparada – tais como o vício de origem, e o estereótipo das religiões ocidentais como o paradigma, com as religiões não ocidentais como “outras” –, ao passo que dá tempo suficiente para apreciar as ricas e distintas nuances de cada sistema, tratando-os como iguais na mesa de discussão. Esta dissertação aborda os desafios de conciliar a compaixão defendida pelo Dalai Lama em Além da Religião com a face compassiva de YHWH em Dêutero-Isaías. Enquanto o Dalai Lama pretende estabelecer uma ética universal baseada na compaixão, o Dêutero-Isaías oferece uma perspectiva profética do Antigo Israel sobre a compaixão divina, que conduz à salvação. A questão central é se estas duas abordagens distintas da compaixão podem servir de base para o diálogo e a compreensão, particularmente como um caminho para reconstruir a sociedade humana. Encontram-se extensos pontos em comum, especificamente no que diz respeito à descrição da compaixão: um desejo ou uma ação para libertar os outros do sofrimento, tanto mental como físico, com este alívio resultando em felicidade e bem-estar. A compaixão é vista como permeando a justiça em Dêutero-Isaías, semelhante à justiça baseada em compaixão no Dalai Lama, com a esperança brotando da compaixão, surgindo da libertação infinita do sofrimento e da consequente felicidade duradoura em ambos. A compaixão universal é encontrada em ambos os sistemas. Numa época de tremendo sofrimento existencial nacional e global – pandemias, guerras, fome, injustiça social e destruição ambiental – a religião pode proporcionar benefícios inestimáveis, oferecendo alívio. Este trabalho discute a compaixão a partir de duas religiões do mundo, por ter o potencial de ser uma base para o diálogo inter-religioso, num esforço para aliviar o sofrimento no Brasil e no mundo, contribuindo para a reconstrução da humanidade.Item A literatura enóquica e sua recepção no protocristianismo: uma análise em Mateus 25.31-46(Universidade Metodista de São Paulo, 2023-10-23) OLIVEIRA, Marcos Felix de; CARNEIRO, Marcelo da SilvaEsta pesquisa tem como tema a relação entre a escatologia apocalíptica presente no evangelho de Mateus e a literatura enóquica, e objetiva explicar que a comunidade de Mateus percebeu Jesus como o Filho do Homem, em quem se cumprem as profecias do Dia do Senhor, ocasião em que Ele restaurará a ordem violada pelos Vigilantes, dando uma solução final ao problema do mal. A pesquisa é desenvolvida com base em fontes bibliográficas, e metodologicamente está estruturada em três capítulos. No primeiro, intenciona-se apontar a dissidência iniciada no meio sacerdotal, e que dará origem ao judaísmo enoquita, adepto de uma perspectiva religiosa apocalíptica. No segundo, estuda-se a principal obra desse movimento, o Livro de 1 Enoque, que, diferentemente do judaísmo sadoquita, explica a origem do mal como fruto da ação de anjos rebeldes que, assim agindo, violaram a ordem cósmica e introduziram o mal e o pecado no mundo. Por fim, no último, faz-se uma análise intertextual entre 1 Enoque e Mateus. Inicialmente, Jesus não restaura a ordem, mas se apresenta como emissário de Deus, superior aos poderes do mal e da morte, e guia da comunidade de Mateus como representante do verdadeiro Israel, a quem incumbe evangelizar as nações, preparando-as para o Dia do Senhor, descrito em Mt 25:31-46, quando, então, a ordem violada será finalmente restaurada e o mal eliminado. Essa pesquisa tem como ponto de relevância a demonstração de que o evangelho de Mateus não foi desenvolvido com base na Bíblia hebraica apenas, mas também na literatura apocalíptica do Segundo Templo, e que somente assim pode ser adequadamente compreendido. Deste estudo resulta a conclusão de que o vão que comumente se diz haver entre os dois Testamentos é preenchido pelas ideias contidas na literatura judaica enoquita. Com isso, defendemos que, em contraposição ao que comumente se diz, a profecia não teria se encerrado com Malaquias, sendo apontados como profetas Enoque, João Batista e Jesus.Item Literatura, linguagem e dialogismo nos cristianismos primitivos: uma análise sêmio-discursiva em João 4.1-42(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-12-15) CARVALHO JÚNIOR, Josemir José de; CARNEIRO, Marcelo da SilvaEsta pesquisa busca se juntar a um vasto e ainda promissor caminho metodológico que se apoia na interface entre Bíblia e Literatura, trazendo para o texto da Comunidade do Discípulo Amado, especificamente João 4.1-42, o método exegético sêmio-discursivo, uma vez que entendemos ser uma perícope significativa para a comunidad´pe joanina (e cristianismo primitivo como um todo) por carregar valores e identidades comunitárias importantes. É indispensável, portanto, esclarecer a partir de que conceito de literatura e de Bíblia nos apoiamos e quais pressupostos assumimos sobre as primeiras décadas do movimento de Jesus. Olhamos para aquele movimento como uma multiplicidade de ambientes semiosféricos, onde memórias e tradições interagem, criam-se e se recriam em literatura oral, até se consolidarem em forma de texto escrito. O fazer literário é da natureza das origens do cristianismo e se dava na interação de memórias, sendo assim, aspectos fundamentais da língua como o dialogismo proposto por Mikhail Bakhtin precisam ser considerados na análise daqueles textos. Consequentemente, se podemos fazer essa aproximação, já muito feita nas exegeses, vale dizer, propomos também uma investigação a partir de outro conceito bakhtiniano: o da polifonia, não somente como uma junção de vozes comunitárias, mas como essas vozes se apresentam textualmente.Item O discurso de fé do cristianismo primitivo: análise comparativa das epístolas de hebreus e romanos(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-09-13) SILVA, Sergio Carlos; CARNEIRO, Marcelo da SilvaA presente pesquisa tem o objetivo de apresentar a análise do discurso de fé, presente no cristianismo primitivo, realizando comparações entre os escritos literários do Novo Testamento bíblico. Na análise comparativa, a pesquisa usará as epístolas aos Hebreus e Romanos. Sendo as epístolas do Novo Testamento desenvolvidas por seus autores para destinatários inseridos dentro de um contexto plural greco-romano do primeiro século, a abordagem resumida desses escritos se torna necessária para a pesquisa comparativa. A abordagem dos escritos do autor mais influente do Novo Testamento, ou seja, Paulo, é importante para o conhecer o pensamento desse influente autor. Sendo a epístola aos Romanos seu maior escrito na literatura neotestamentária e provavelmente com o maior peso teológico em comparação com outros de seus escritos torna-se importante para a pesquisa. Paulo, na epístola aos Romanos, aborda a fé de maneira ampla, talvez entre os seus escritos é a que mais se aprofunda no discurso de fé. A epístola aos Hebreus, pela qual não há a certeza de sua autoria, torna-se uma importante obra, também com certo peso teológico para o cristianismo, sendo esse escrito necessário para a abordagem da fé cristã. Recebendo influências da cultura e literatura greco-romana, alguns autores dos escritos do Novo Testamento usaram da arte retórica para abordar os seus destinatários, e as epístolas aos Hebreus e Romanos possuem essas características retóricas, e notamos o uso dessa arte nos discursos de fé presentes nessas epístolas. Nas abordagens dos discursos de fé dos textos pesquisados na epístola aos Romanos (1,16-17; 3,21-31; 5,1-5), Paulo preocupa-se em demonstrar a importância da fé na vida de seus destinatários. O autor da epístola aos Hebreus, nos textos pesquisados (11,1-3; 12,1-3), em seu discurso de fé procura incentivar os seus destinatários em sua caminhada cristã. Sobre a questão do discurso de fé, poderia haver semelhanças e diferenças entre o pensamento paulino e o pensamento da epístola aos Hebreus. As semelhanças poderiam apontar para uma provável autoria paulina ou influencia paulina na questão do discurso de fé.Item O Todo no fragmento: por uma teologia estética em Bruno Forte(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-11-29) PAIXÃO, Cleber Eduardo da; CARNEIRO, Marcelo da SilvaNa presente pesquisa busco explicitar a Estética Teológica na obra de Bruno Forte. Quero trabalhar nessa dissertação algo que é caro para o autor pesquisado, que é o Todo e o Fragmento. Vou trabalhar o autor na perspectiva não só teológica, mas também tendo o sagrado como chave hermenêutica. Para o teólogo Napolitano o Belo é o Todo no fragmento, essa beleza divina é entrevista na condição kenótica do Filho de Deus, esse movimento do advento é a possibilidade de entrever o infinito habitando naquilo que é mínimo. O crucificado é abreviação da eternidade no tempo, do infinito no finito, A ocultação Kenótica de Deus dá lugar à autonomia da criatura e, assim, abre a possibilidade da aliança. Na Encarnação, manifesta-se a profundidade divina do devir humano, habitado pela Trindade. Em particular, a kenosis do Filho na Cruz manifesta a Beleza Divina, no Deus Crucificado é a forma e o esplendor da eternidade no tempo, na cruz o Verbum abbreviatum, a kenosis do Verbo eterno revela a beleza como mínimo infinito.Item O uso do logos: um estudo a partir do judaísmo do segundo templo, do mundo greco-romano e do prólogo joanino 1.1-18(Universidade Metodista de São Paulo, 2022-07-28) RODRIGUES, Antônio Teles; CARNEIRO, Marcelo da SilvaAo longo da história da pesquisa bíblica na academia, o conceito “logos”, no prólogo do Quarto Evangelho, tem sido constantemente relacionado com as narrativas de Gênesis 1.1-2.4a e com o pensamento do mundo greco-romano. Entretanto, ao se buscar o termo logos na primeira narrativa da criação, surpreendentemente ele não será encontrado. De modo semelhante, quando se pergunta pela pré-existência ou pela encarnação do logos no mundo greco-romano, descobre- se que esses dois aspectos inexistem na literatura a respeito do tema. Por essas razões, a presente pesquisa assumiu a hipótese de que a concepção do logos, conforme o prólogo do QE, vincula- se ao judaísmo do Segundo Templo, pois, se o termo, enquanto instrumento de criação, está ausente em Gênesis, aparecendo somente a partir da tradição Sapiencial, sobretudo nos Salmos; e se o emprego do logos no mundo greco-romano não revela intertextualidades suficientes com o logos joanino, pode-se pensar que João tenha recorrido ao judaísmo do Segundo Templo para adotar ou desenvolver uma nova maneira de abordar o conceito. Isto posto, o presente estudo tem como objetivo verificar a aplicação do conceito do logos no prólogo do QE. A metodologia adotada para a realização desta pesquisa consistiu na revisão bibliográfica, que levou em conta os diversos estudos realizados sobre o tema, e o estudo exegético-crítico do prólogo joanino (Jo 1.1-18), a partir do Novo Testamento Grego (28ª. edição Nestle-Aland) e outras versões dos textos bíblicos, como a Septuaginta, a Vulgata Latina, a Bíblia Hebraica (BHS) e os manuscritos de Qumrã, bem como outros referenciais e escritos apócrifos, que ajudaram a compor o material para a elaboração de uma exegese crítica. Os resultados encontrados indicam que, no decurso da história atinente às pesquisas acadêmicas sobre o logos joanino, ele foi amplamente correlacionado a Gênesis 1 e ao mundo greco-romano. Entretanto, a conclusão obtida nesta pesquisa é diferente, não somente em termos de pano de fundo ou intertextualidade, mas, sobretudo, no que diz respeito ao emprego do termo “logos” no prólogo do QE.Item Qual a mensagem profética?: um estudo de Amós 5,1-17(Universidade Metodista de São Paulo, 2025-02-27) BRÍTEZ FIGUEREDO, Oscar Javier; CARNEIRO, Marcelo da SilvaA presente dissertação oferece algumas sínteses sobre alguns aspectos da investigação sobre o livro do profeta Amós na pesquisa mais recente. Partindo de estudos sobre contextos históricos, estudos hermenêuticos realizar-se-á uma exegese de Amós 5,1-17. Amós foi um personagem histórico ou uma figura literária apenas? A resposta a essa pergunta é bastante intrigante e ainda não é definitiva, como se verá. Também, e sobretudo, busca-se oferecer uma resposta à pergunta: qual a mensagem do profeta? Para tal finalidade toma-se como base a já mencionada perícope. Primeiramente tentar-se-á argumentar sobre a possível unidade do texto para depois identificar e entender sua mensagem e reconhecer seu(s) destinatário(s).