Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social por Assunto "Análise de conteúdo"
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Item A representação das mulheres no jornalismo científico: uma análise da Pesquisa FAPESP e da Superinteressante(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-09-23) CARRERA, Marília Reinato; SILVA, Cilene Victor daEste estudo apresenta uma análise de conteúdo da revista Pesquisa FAPESP e da Superinteressante, com o objetivo de entender em que medida o Jornalismo Científico reflete a desigualdade e reforça o estereótipo de gênero na ciência, considerando a influência dos meios de comunicação na percepção de gênero desde os primeiros anos de vida e o papel da comunicação pública da ciência para a formulação de políticas públicas, incluindo iniciativas para promoção da igualdade de gênero na área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Em linha com os procedimentos metodológicos propostos por Laurence Bardin (2011), a análise de conteúdo de doze matérias de capa, sendo seis da revista Pesquisa FAPESP e seis da revista Superinteressante, publicadas entre julho e dezembro de 2019, mostrou que, em ambas as publicações, o número de mulheres como fonte científica direta foi menor que o número de homens. Na Pesquisa FAPESP, as mulheres estavam concentradas, principalmente, nas Ciências Humanas e os homens nas Ciências Exatas e da Terra, em sua maioria. Na Superinteressante, as mulheres estavam concentradas, principalmente, nas Ciências Biológicas, e os homens nas Ciências Humanas. Os achados corroboraram com o argumento da desigualdade de gênero na ciência ao longo da história, uma vez que, apesar das diferenças entre a Pesquisa FAPESP e a Superinteressante, a interpretação mais detalhada dos resultados, de ambas as publicações, mostrou a associação das mulheres às ciências moles (“soft sciences”, em inglês) e a associação dos homens às ciências duras (“hard sciences”, em inglês), que, particularmente, corresponde às carreiras científicas de maior prestígio na sociedade. Em relação às Ciências Exatas e da Terra, por exemplo, as proporções de mulheres como fonte científica direta e a homens foram de 9% e 22%, respectivamente, na Pesquisa FAPESP, e de 0% e 4%, respectivamente na Superinteressante. Os achados também corroboraram o levantamento de informações a partir dos dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que mostrou que, embora o número total de homens e o número total de mulheres na ciência estivessem próximos, cientistas do gênero masculino estavam concentrados, principalmente, nas chamadas ciências duras e recebiam uma porcentagem maior dos investimentos, enquanto que cientistas do gênero feminino estavam concentradas, em sua maioria, nas chamadas ciências moles e recebiam uma porcentagem menor dos investimentos na última década.