Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
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Item A representação do masculino: um olhar semiótico sobre a publicidade nazista(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-02-22) FRANÇA, Kátia Aparecida Bizan; CHIACHIRI FILHO, Antônio RobertoA propaganda cultiva o universo imaginário dos desejos peculiares usando de manipulação, persuasão e sedução para convencer. Com base nessa premissa, este trabalho tem por objetivo analisar como a propaganda usava de pôsteres para articular seu discurso no panorama cultural do povo alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Por meio de análise semiótica, foi examinada a representação masculina na propaganda do governo alemão que trabalhava com a reinterpretação identitária, cultural e ideológica em suas ilustrações e em suas argumentações utilizando-se do signo homem. Demonstrou-se que a ideologia nazista foi muito bem estruturada, valendo-se de estratégias na conquista para apoio e participação de um povo que estava sedento de esperança e precisava de modelos de heróis ou deuses para guiá-los. Nesta linha de estratégia foram divulgados modelos humanizados de deuses / heróis como inspiração para que homens se tornassem combatentes em defesa da Alemanha e, também, ajudassem financeiramente o governo, braçalmente na fabricação de armas e colaborassem nas perseguições de pessoas que não se enquadrassem na imposição nazista.Item O jornalismo contemporâneo e a mulher jornalista: um estudo sobre gênero dentro da profissão no Estado de São Paulo(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-03-12) MATEOS, Jéssica de Oliveira Collado; KÜNSCH, Dimas A.; SANTOS, Marli dosTendo em conta o cenário de crise e mudanças estruturais no jornalismo e a crescente maioria feminina no corpo profissional, esta pesquisa tem como objetivo principal investigar como se configuram os processos discriminatórios sofridos pelas mulheres jornalistas nesse contexto de transformações. A hipótese é que a jornalista padece de uma dupla fragilização: a primeira por ser mulher e a segunda devido à crise. As referências teóricas que sustentam estas afirmações giram em torno do imaginário, da discriminação de gênero e do jornalismo contemporâneo. Um dos autores utilizados é Martín Sagrera, o qual pontua sobre a apropriação do mito por instituições; Pierre Bourdieu, Gilles Lipovetsky e Naomi Wolf, que, entre outros, trazem a discussão sobre discriminação contra a mulher e machismo no imaginário social. Constância Lima Duarte e Dulcília Buitoni contam, em entrevistas em profundidade, a história da luta por direitos das mulheres presente na imprensa feminina e feminista, da trajetória feminina para ingressar na profissão e de como a mulher é retratada pela mídia no Brasil, um corpo-produto irreal; E a terceira entrevistada, a pesquisadora Cláudia Nonato, explica as mudanças no mundo do trabalho do jornalista. Tem-se ainda, Roseli Figaro e Chris Anderson, Emily Bell e Clay Shirky, os quais, respectivamente, informam sobre as mudanças no mundo do trabalho, a crise do modelo de negócios e a reestruturação do jornalismo. Além da pesquisa bibliográfica e das entrevistas em profundidade com pesquisadoras especialistas, o estudo utiliza pesquisa quantitativa e qualitativa survey aplicada em duas fases por meio de questionários online a mulheres jornalistas maiores de 18 anos que trabalham no Estado de São Paulo. As respostas dos questionários foram categorizadas e analisadas à luz de conceitos do tema, das entrevistas e de estudos anteriores realizados pela autora desta dissertação. Demonstrou-se que as estruturas de dominação sexuais ainda estão fortemente presentes no ambiente jornalístico revelando uma atmosfera nociva e a urgência da implementação de medidas de conscientização e de punição efetivas no ambiente laboral, para que se possa ter uma cultura jornalística menos machista e mais segura.Item Islam e mídia: um diálogo possível?(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-03-15) HAMMADEH, Jihad Hassan; CUNHA, Magali do Nascimento; OLIVEIRA, Roberto Joaquim deEste trabalho tem como objetivo compreender como a religião islâmica e os muçulmanos foram retratados na revista Veja durante o ano de 2016. Temos como hipótese que, a partir de um viés que relaciona a religião islâmica e seus praticantes ao terrorismo e atos de violência, as representações nas mídias noticiosas, em especial na revista Veja, são majoritariamente negativas. Utilizando-nos de referenciais teóricos dos estudos sobre o Islam, realizamos uma análise de conteúdo buscando categorizar as reportagens que fazem parte de nossa amostra por acessibilidade em: conteúdos relacionados à violência; não relacionados à violência e os que não abordam a temática religiosa. Obtivemos em nossos resultados a comprovação da hipótese inicial, já que na maioria dos conteúdos jornalísticos ligados à religião islâmica e aos muçulmanos foram encontrados mais elementos que os relacionavam à violência e ao terrorismo, do que sua simples apresentação como religiosos.Item Aproximações entre o jornalismo cultural e a religião: a arte e a cultura pela perspectiva do jornal budista Brasil Seikyo(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-03-20) BERTIN, Carlos Eduardo; SILVA, Herom VargasEsta dissertação tem como objetivo geral entender como o jornal Brasil Seikyo, pertencente à Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI), representante brasileira da Soka Gakkai Internacional (SGI), Organização Não Governamental (ONG), filiada à Organização das Nações Unidas (ONU), fundamentada nos princípios do budismo de Nichiren Daishonin, aborda as temáticas da arte e da cultura em seus textos. O fato de essa organização estar inserida no campo artístico e cultural, por meio de grupos de apresentação, exposições e atividades culturais, levantou indagações a respeito de como o periódico trata dessas duas temáticas. Alicerçado em pesquisa exploratória e de preceitos que norteiam a BSGI, partiu-se da hipótese de que a arte e a cultura seriam abordadas pelo jornal na perspectiva do humanismo e da cultura de paz. O corpus da investigação foi estabelecido a partir de textos jornalísticos, tendo como base os gêneros e formatos do jornalismo, sobre arte e cultura, publicados de 1999 a 2018. Como metodologia, utilizou-se da pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, entrevista com o editor-chefe do periódico e análise de conteúdo. A partir de inferências sobre o material, considerou-se que as hipóteses se confirmam parcialmente. Constatou-se que os textos informativos se configuram mais pelo viés institucional e evidenciam a instrumentalização dos grupos artísticos, exposições e atividades culturais para os propósitos de cultura de paz da BSGI e expansão do movimento budista no Brasil. Os textos opinativos, por outro lado, demonstram as aproximações da arte e dos produtos culturais com os princípios do budismo e da BSGI, atuando como mediador do leitor e essas duas temáticas específicas.Item Booktubers: uma nova face da crítica literária jornalística(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-03-29) MARCHETTO, Arthur Breccio; PASSOS, Mateus Yuri Ribeiro da SilvaA dissertação realiza um estudo sobre os booktubers e as novas configurações do crítico jornalístico literário. O contexto histórico é feito de acordo com a perspectiva de Zygmunt Bauman e Stanley Fish. O estabelecimento da literatura enquanto texto cultural é moldado a partir de um diálogo entre Antonio Candido e Iuri Lotman e, junto com Mauro Ventura, apresentam a ideia de um crítico jornalístico, que tem como prioridade a mediação da obra artística com o público. Com base nas entrevistas em profundidade semiestruradas com seis booktubers, no levantamento de suas produções no período de seis meses e nas análises de vídeo-resenhas por eles publicadas, o trabalho verifica de que maneira as críticas culturais sobre literatura se estruturam no YouTube e quais relações os booktubers estabelecem com o mercado editorial e com o público e de que maneira estruturaram sua esfera de produção como um lugar legítimo de discussão literária.Item Séries originais da Netflix: alterações na estrutura narrativa no contexto do binge-publishing(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-04-04) CORRÊA, Angela Miguel; SILVA, Herom VargasEsta dissertação tem como objetivo identificar possíveis alterações na estrutura narrativa das séries Originais Netflix, produções disponibilizadas aos assinantes por meio do binge-publishing, modelo de distribuição da plataforma de streaming em que todos os episódios são lançados de uma só vez. Para tanto, o estudo apoia-se em autores dos estudos de televisão, como Raymond Williams, Arlindo Machado, Amanda Lotz, Jason Mittell e Esther Van Ede. Visa traçar a evolução da televisão e suas transformações mediante a adoção de tecnologias como o videocassete e o streaming, identificar recursos narrativos, ou que incidam sobre a narrativa, presentes nas ficções seriadas contemporâneas feitas pela e para a TV, e contextualizar a Netflix como caso paradigmático na indústria audiovisual. Como proposta metodológica, a pesquisa parte da análise de conteúdo e da categorização de recursos narrativos para analisar possíveis alterações presentes nas séries Originais Netflix de ficção científica Sense8 (EUA, 2015), 3% (Brasil, 2016) e Dark (Alemanha, 2017). Dentre as seis categorias analisadas (narração erotética, multiplicidade de tramas, concepção espaço-temporal, formato episódico-serial, ganchos e recapitulações), foram encontradas alterações na utilização de ganchos e de recapitulações narrativas.Item As representações das mulheres na perspectiva do site Catraca Livre (2016-2018)(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-04-12) BARAÇAL, Keila; ESCUDERO, CamilaO trabalho empreendeu um estudo das notícias publicadas no site Catraca Livre nos anos de 2017 e 2018, tratando das questões da Representação Social do feminino, através da abordagem de gênero. Para tanto, utilizamos como recurso teórico-metodológico o conceito apresentado por Serge Moscovici. Também foi realizada Análise de Conteúdo (AC), bem como pesquisa bibliográfica e documental. Abordamos ainda as transformações pelas quais a mídia vem sofrendo e as possíveis realidades de modelos de negócio rentáveis para a sobrevivência do jornalismo. Ao analisarmos a extensão do material colhido, percebemos que assuntos que permeiam o universo feminino colocam a mulher vítimas de preconceito, racismo ou até mesmo de violência. Tanto o jornalismo, quanto a Catraca Livre, precisam ainda fazer uma longa caminhada na construção de um modelo em que seja possível ganhar dinheiro e oferecer mais relevância em seus conteúdos.Item Jornal sem patrão: o Preto no Branco no enfrentamento da ditadura militar(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-04-22) COELHO, Helder Marques de Sousa; ESCUDERO, CamilaO estudo enfoca a experiência do jornal Preto no Branco, órgão da imprensa alternativa criado pela Cooperativa dos Jornalistas de Santos (Jornacoop). A publicação, que usava o slogan “Um jornal sem patrão”, surgiu em agosto de 1979 e se estendeu até 1980, durante o processo de distensão política no regime militar. O objetivo desta investigação é o de recuperar a história do jornal Preto no Branco, com a análise de sua contribuição no enfrentamento da ditadura militar e no panorama da imprensa alternativa. Para a concretização do trabalho, os procedimentos metodológicos adotados envolvem revisão bibliográfica sobre imprensa alternativa, ditadura militar e memória. A pesquisa documental na coleção integral do tabloide (1979-1980) e em documentos disponíveis da Jornacoop foi outra etapa desenvolvida, além de análise de conteúdo a partir das matérias publicadas pelo mensário. A metodologia incluiu, ainda, entrevistas semiestruturadas com ex-associados da Cooperativa, especialmente com editores e colaboradores mais assíduos do jornal e ex-diretores da entidade. Conclui-se que o jornal, embora de caráter regional, destacou-se entre os órgãos da imprensa alternativa por sua relativa longevidade e por seu caráter cooperativista, além de ter combatido a ditadura militar em Santos, uma das cidades mais penalizadas pelo regime por sua pujança sindical e tradição oposicionista.Item O vídeo no jornalismo convergente e móvel: um estudo de mídias independentes brasileiras(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-09-11) BARROS, Leandra Eloy Ribeiro; PASSOS, Mateus Yuri Ribeiro da SilvaO jornalismo independente, de mídias brasileiras que nasceram em um contexto contemporâneo, inaugura novos formatos de construir e dar a notícia, por meio de um trabalho em redes, convergente e móvel, que utiliza de modo também inovador os vídeos em suas narrativas. Este jornalismo móvel e convergente, com o uso de novas tecnologias, reinventa a forma de se produzir audiovisual, chamada para alguns de Pós-TV. Este estudo analisa o uso dos vídeos por sete importantes mídias independentes no cenário brasileiro — Congresso em Foco, Estúdio Fluxo, Jota, Mídia Ninja, Nexo Jornal, Repórter Brasil e The Intercept Brasil —compreendendo a produção do vídeo e seus usos nas narrativas apresentadas. Para tal, tomamos como referencial teórico os estudos de jornalismo e seus processos produtivos de Traquina e Wolf, além dos teóricos do jornalismo móvel e da convergência midiática, como Jenkins, Salaverría e Avilés. A metodologia, de natureza qualitativa exploratória, consiste em levantamento e estudo bibliográfico. E na pesquisa de campo, entrevistas em profundidade com jornalistas que são lideranças nesses veículos, além de uma análise de conteúdo de vídeos selecionados destas mídias, uma vez que o interesse em estudá-las nasce, sobretudo, das novas narrativas e formatos produzidos por muitas delas.Item Os territórios simbólicos da humanização no discurso publicitário: um estudo de caso sobre a campanha Pra Frente do Banco Bradesco(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-09-25) MENDONÇA, Lana Aquino Guedes de; CHIACHIRI FILHO, Antônio RobertoA contemporaneidade é sinalizada por transformações que extrapolam as esferas tecnológicas, culturais ou linguísticas de forma isolada. No que se refere à comunicação publicitária, presenciamos esforços das organizações no sentido de integrar interlocutores em seus interdiscursos a ponto de tornar o cidadão agente da marca, ou seja, um defensor e divulgador de forma voluntária de seus conteúdos, principalmente no universo superabundante de informação, proporcionado pelas mídias sociais digitais. Esta dissertação apresenta uma pesquisa exploratória, qualitativa cujas análises são norteadas pelas delineações de tempo e espaço discursivo da campanha Pra Frente do banco Bradesco e concentra-se no estudo do fenômeno da humanização, e de seus territórios simbólicos através da narrativa das peças veiculadas em 2017 e 2018 em que o banco aponta soluções para momentos difíceis aparentemente com o intuito de materializar o conceito na conquista de bens ou tomada de decisões difíceis. Buscar compreender e interpretar esse discurso e suas narrativas a partir de novas condições de produção, considerando contextos e parâmetros institucionais fazem parte dos objetivos deste trabalho.Item A cobertura de ataques terroristas na sociedade em rede: Os atos em Mogadíscio e Paris na perspectiva de cinco veículos jornalísticos(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-11-11) SANCHES, Lilian Ribeiro; VICTOR, CileneAo considerar a complexidade da sociedade em rede, esta pesquisa investiga de que forma a representação midiática da cobertura jornalística dos ataques terroristas ocorridos na África e na Europa Central se apresenta no contexto atual, bem como suas principais consequências. Como recorte representativo dos dois continentes, foram selecionados os eventos ocorridos em Mogadíscio, na Somália, em outubro de 2017, e na capital francesa Paris, em novembro de 2015, para a composição do corpus do estudo de caso e consequente análise de conteúdo. Dessa forma, o método qualitativo descritivo norteou o desenvolvimento do trabalho, ancorado também na análise documental do consórcio START e no levantamento bibliográfico de três grandes frentes temáticas, referentes ao jornalismo internacional, à sociedade em rede e ao terrorismo. Além de revelar a desproporcionalidade da atenção midiática voltada aos ataques nos países do eixo Norte/Leste, exemplificada pela cobertura de Paris, a dissertação evidencia ainda a prevalência do discurso oficial na pauta do terrorismo, fenômeno respaldado tanto no predomínio do gênero jornalístico informativo quanto no uso de informações provenientes de agências de notícias. Ademais, expõe como a cobertura realizada pelos veículos ocidentais contribui para a propagação do pânico moral e, consequentemente, da islamofobia.Item A importância do jornalismo investigativo atual na descoberta dos casos de sequestro de bebês e crianças durante a ditadura no Brasil (1964-1985)(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-02-13) REINA, Eduardo; ESCUDERO, CamilaDiante da falta de informações históricas, bibliográficas e na imprensa sobre o crime de sequestro de filhos de opositores ao regime militar durante a ditadura no Brasil (1964-1985), esta pesquisa investiga a razão da invisibilidade desse crime de Estado e o que levou à ocultação desses fatos e das próprias vítimas. E comprova que o jornalismo investigativo, utilizando diversas técnicas de apuração, de forma independente e fora das redações, é capaz de descobrir os casos que outrora estavam escondidos, além de denunciar tais fatos. O estudo realiza análise de 150 livros de memórias, história, reportagem e trabalhos acadêmicos sobre a ditadura publicados entre as décadas de 1960 e 2019, e de 12 anos de edições de quatro jornais de grande circulação – O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo e Estado de Minas – na busca de uma conclusão que possa demonstrar que o trabalho de comunicação desenvolvido pelo governo militar invisibilizou as histórias desses crimes cometidos nas décadas de 1960 e 1970 e de suas vítimas. Além da pesquisa quantitativa referente à revisão de literatura e das reportagens, foram utilizadas entrevistas em profundidade, observação simples, análise documental, técnicas de jornalismo investigativo, além do paradigma indiciário aplicado ao desenvolvimento do JI. O resultado deste trabalho de Mestrado abre caminho para o resgate de outros casos do mesmo crime em território nacional e mostra que a Imprensa mantém viva a chama dos Direitos Humanos, da liberdade e da democracia, construindo a História do Brasil.Item O caranguejo e a construção da identidade cultural de Aracaju: uma análise folkcomunicacional(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-05-12) SANTANA, Flávio Menezes; ESCUDERO, Camila; FERNANDES, Guilherme MoreiraAracaju, capital de Sergipe, é conhecida tradicionalmente por sua relação histórica com o ecossistema manguezal e o caranguejo tornou-se um dos principais elementos constituintes de sua identidade. Por considerar que as identidades são construídas em acordo com a estrutura e hierarquia da sociedade, entendemos a comunicação como um mecanismo de disseminação de padrões culturais que constantemente organiza e articula as relações sociais. Assim, a partir de uma perspectiva folkcomunicacional, esta pesquisa busca analisar a relação entre identidade de uma comunidade de catadores de caranguejo e a identidade abordada no espaço midiático aracajuano, frente ao processo de formação da identidade cultural da capital. Para isso, foram analisadas entrevistas semiestruturadas com catadoras e catadores de caranguejo da comunidade do Povoado Coqueiro, em São Cristóvão/SE; e matérias jornalísticas de jornais e portais de notícias da capital sergipana, publicadas durante os meses de agosto de 2015 e 2016, período do Festival do Caranguejo. Esta investigação revela que o caranguejo possui forte relação histórica com a capital sergipana, no entanto, o crustáceo está relacionado a duas identidades. Uma construída a partir da relação de subsistência com os ribeirinhos, marginalizada midiaticamente, e a outra, por sua vez, disseminada pela mídia, relaciona-se à gastronomia local, instituída pelo hábito de aracajuanos em quebrar caranguejo.Item Comunicação, arte e memória: representação estética do conflito Israel-Palestina no The Walled Off Hotel, de Banksy(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-06-05) ZANCO, Amanda Jordão; SILVA, Herom VargasEsta dissertação tem como objetivo entender como o artista britânico Banksy potencializa o The Wallled Off Hotel como um ambiente comunicacional que articula memória, arte ativista e experiência estética para representar o conflito Israel-Palestina. Pensado como mídia, o hotel é um espaço narrativo onde esses três pilares são os responsáveis pela geração de sentidos, partilha de significados e criação de vínculos comunicacionais no ambiente por meio da linguagem artística. A pesquisa centra-se em autores que estudam as narrativas históricas do conflito Israel-Palestina, como: Chapman (2017), Said (2012), Terra (2003), Pappe (2007) e Morin (2011); o campo da memória, como: Lotman (1981, 1998), Ricoeur (1994, 2012), Benjamin (1987), Gagnebin (2006), Barbosa (2017), Pollak (1989), Nora (1993), Huyssen (2000, 2001) e Hall (1998, 2003, 2005); a arte ativista e a experiência estético-política, como: Dewey (1949), Gumbrecht (2006, 2010), Rancière (2009), Mesquita (2011), Cardoso Filho (2011) e Foletto (2011). Além disso, o hotel é um texto cultural ─ espaço semiótico ─ onde é possível estabelecer trocas informacionais entre os sistemas sígnicos dos textos artísticos que o compõem. A decodificação e interpretação dos textos artísticos são guiadas pelos conceitos da Semiótica da Cultura (LOTMAN, 1978, 1990, 1996, 1998, 2000) e as noções de Representação (HALL, 2016). Para finalizar, as ideias da Ecologia da Comunicação (BAITELLO, 2010; MENEZES, 2016) nos permitem entender o funcionamento dos processos comunicacionais estabelecidos nos ambientes do hotel. O The Walled Off Hotel, inaugurado em 2017 em Belém na Palestina, celebra o marco de 100 anos da assinatura da Declaração de Balfour. O hotel temático é um meio de expressão e espaço de interação, capaz de possibilitar aos hóspedes/visitantes a experiência de se hospedarem em uma obra de arte.Item Isso é o que nos move!: uma análise de conteúdo da série institucional dos Correios e seu papel como ferramenta de inclusão à cidadania(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-09-04) BIZAN, Ingrid Pfützenreuter Castanho; ESCUDERO, CamilaEsta pesquisa propõe-se a verificar em que medida a campanha Isso é que nos move! dos Correios constrói uma narrativa que previlegia os serviços da empresa com ferramenta de inclusão à cidadania. A hipótese é que os Correios, utilizando da emoção na narrativa publicitária, alcança adesão dos consumidores e ratifica a mensagem institucional. Utiliza-se como referencial teórico Maurice Halbwachs e Pierre Nora para subsidiar os estudos da memória; Muniz Sodré com as estratégias sensíveis; Nestor Garcia Canclini e Marshall McLuhan sobre o hibridismo nos meios para explicar a escolha de divulgação pelo Youtube e não pela televisão, por exemplo. Manuel Castells subsidia a importância da internet no processo comunicacional atual, além de Paulo Roberto Nassar com a teoria necessária pertinente à comunicação organizacional e os impactos e relações das metanarrativas e micronarrativas, além de José Murilo de Carvalho, Hannah Arendt, Thomas H. Marshall e Jung Mo Sung, como subsídio do tema cidadania. Realizou-se uma análise de conteúdo da série publicitária institucional chamada Isso é o que nos move!, de acordo com a proposta de Laurence Bardin, para obter a comprovação da hipótese uma vez que em todos os vídeos analisados a mensagem corporativa traduzia a inclusão à cidadania proporcionada pela empresaItem Fotojornalismo sob tensão: desafios da cobertura de crises humanitárias: análise semiótica da série especial da Folha de S.Paulo 'Um Mundo de Muros'(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-09-04) SILVA, Wagner Ribeiro da; SILVA, Cilene Victor daA ONU vem chamando atenção desde 2017 para a gravidade da atual crise humanitária, considerada a mais grave e mais complexa desde a sua criação, em 1945. O jornalismo e, portanto, o fotojornalismo, tem um papel fundamental para tirar as crises humanitárias da opacidade. Tão importante quanto reportar as crises humanitárias e as consequentes violações dos direitos humanos é o modus operandi pelo qual o fotojornalismo é realizado. A exposição constante a imagens com forte apelo imagético, ou seja, que operam a partir da estética do horror e da estetização da miséria podem provocar a fadiga da compaixão, conforme aponta Susan Moeller. Diante disso, o fotojornalismo necessita encontrar um caminho de atuação distinto dos paradigmas tradicionais. Está neste ponto a justificava para a presente pesquisa. É urgente encontrar uma via de atuação fotojornalística que seja capaz de tirar as crises humanitárias da opacidade, formar uma opinião lúcida e, ao mesmo tempo, preservar a dignidade da pessoa humana. Considera-se que uma via possível seja o fotojornalismo humanitário, por se tratar de tanto de uma área de especialização como uma prática em si mesmo. Do ponto de vista metodológico, o presente estudo utiliza a análise documental, pesquisa bibliográfica e análise semiótica. No campo do fotojornalismo, recorre-se a autores como Jorge Pedro Sousa, André Rouillé, Boris Kossoy. Na sociologia são consultados Ulrick Beck, Anthony Giddens, Zigmunt Bauman. No campo da semiótica, busca-se Charles Sanders Peirce e Lúcia Santaella. Por fim, sob a luz do fotojornalismo humanitário, é realizada a análise semiótica da série especial da Folha de S. Paulo ‘Um mundo de muros – barreiras que nos dividem’.Item A marca Odebrecht como representação da corrupção corporativa: estudo de caso da imagem e reputação da empresa no âmbito da Operação Lava Jato(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-09-09) FREITAS, Daelcio de; FARIAS, Luiz Alberto deÀ luz da comunicação organizacional, esta dissertação tem o objetivo de demostrar como a marca Odebrecht pode ter se transformado na representação da corrupção diante da publicidade dos crimes revelados pela operação Lava Jato, que teve início com a investigação de crimes na Petrobras e se estendeu para outras esferas das relações de negócios entre o público e o privado. A possível ruptura da marca Odebrecht com a opinião pública pode ser resultado de uma postura de confronto com os fatos revelados por um longo prazo, fazendo com que o erro empresarial fosse reproduzido nos processos comunicacionais internos e externos. O tardio reconhecimento dos erros, bem como a gravidade dos crimes, produziu milhares de reportagens negativas, que podem ter anulado qualquer estoque de credibilidade construído pela marca reconhecida por sua excelência de engenharia e que se transformou em uma das maiores multinacionais brasileiras. A metodologia inclui revisão da literatura sobre as atividades de relações públicas, comunicação organizacional, reputação, gestão de crises e governança corporativa, além de entrevistas com três executivos que passaram pela área de comunicação da Odebrecht. Uma pesquisa realizada com 33 profissionais que lidam no cotidiano com os temas comunicação organizacional e reputação em universidades, veículos de imprensa, agências de relações públicas/marketing e empresas também oferece subsídios para a confirmação da hipótese desta pesquisa, que é a possibilidade de a marca Odebrecht ter se tornado símbolo da corrupção empresarial da história recente do país. O autor deste trabalho foi funcionário da comunicação do grupo Odebrecht por mais de nove anos, tendo a oportunidade da vivência empírica antes e durante a crise da Lava Jato.Item O jornalismo sindical no enfrentamento da reforma trabalhista de 2017: uma análise de conteúdo dos jornais sindicais(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-10-30) AMARAL, Adriana Cristina Alves do; ESCUDERO, CamilaEste estudo analisa o papel do Jornalismo Sindical na difusão de informação voltada para o trabalhador ao investigar o conteúdo dos jornais sindicais, comparando suas diferentes abordagens comunicacionais em torno de uma pauta única: a temática da Reforma Trabalhista. Utilizando a técnica de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2017), estudamos a Folha Bancária, Voz Comerciária e O Metalúrgico, veículos oficiais de três sindicatos filiados a entidades sindicais distintas. Buscamos compreender como eles conduziram a compreensão, pelo leitor/trabalhador, gerando ou não o seu engajamento na luta contrária à aprovação da atual legislação trabalhista (Lei 13.467/2017). Entendemos que faltou clareza sobre o posicionamento dos sindicatos em seus periódicos, mas que o jornalismo sindical tem um importante papel na contracomunicação e construção da imprensa contra-hegemônica.Item Jornalismo e desinformação: os desafios da imprensa frente à disseminação de informações falsas nas redes sociais digitais(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-12-17) SILVA, Edna Fátima Pereira da; SILVA, Cilene Victor daÀ medida que as mídias sociais passam a ser usadas e consideradas a principal fonte de informação de milhões de brasileiros, mais a desinformação tende a se impor como um dos maiores desafios da atualidade. A presente pesquisa traz como objetivo principal entender como a desinformação fomentada pelas mídias sociais têm pautado a ressignificação da imprensa no Brasil e, como consequência, impactado o modelo de negócio do jornalismo, da produção à distribuição de notícias. O estudo também observa como tais transformações têm refletido na precarização da mão de obra especializada nas redações. Como procedimento metodológico, foi adotada a revisão bibliográfica no campo da sociedade em rede, com foco nas fake news e no pós-fato disseminados especialmente nas mídias sociais e que, por consequência, alimentam a cadeia da desinformação; o impacto do fenômeno na formação da opinião pública, além de pesquisas correlatas realizadas por instituições de referência. Para agregar conhecimento atualizado sobre o tema pesquisado, o estudo também utilizou na metodologia entrevistas semiestruturadas em profundidade. Como resultado, foi possível confirmar que os jornalistas brasileiros vivem rotina de trabalho que, além da tradicional produção de notícia, implica em combater a desinformação nas mídias sociais, contribuir para o retorno da lucratividade das organizações de imprensa no modelo digital, embora se ressintam da precarização da mão de obra e da extinção do jornalista especializado nas redações. A pesquisa também confirma o Brasil como parte de um movimento global de endurecimento da política de direita frente às pautas sociais, comuns aos partidos de esquerda, no qual a descredibilização da imprensa faz parte das estratégias para o enfraquecimento dos pilares das bases democráticasItem Espaço, cartografia e comunicação: representações estético-políticas nos mapas de Mona Hatoum(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-02-24) MONTEIRO, Andressa Carai; SILVA, Herom VargasEsta dissertação tem como objetivo entender como a artista Mona Hatoum cria, em seus trabalhos cartográficos, textos artísticos, rizomas e gêneros discursivos que se articulam com os campos da Comunicação, da Cartografia, da Estética, da Geografia, da Arquitetura e com a produção de diferentes tipos de representações e usos das cidades, espaços, lugares e paisagens. Suas cartografias criam narrativas contra-hegemônicas, anti-colonizadoras e que comunicam relações estético-políticas entre indivíduos e grupos sociais com seus objetos e lugares de pertencimento. A pesquisa centra-se em autores que estudam as construções das cidades na contemporaneidade, como Lefebvre (1991), Ferrara (2002, 2008, 2012, 2015, 2016), Debord (2017); os conceitos de espaço, lugar e cidade, como Tuan (2012), Pallasmaa (2018), Lefebvre (1991), Jobim Navarro (2015) e Ferrara (2012). Além disso, serão tratadas as noções de arquitetura multissensorial (PALLASMAA, 2011, 2017, 2018); de paisagem, visualidade e visibilidade (FERRARA, 2002); de experiência estética (GUMBRECHT, 2006); de corpo virtual e físico (LÉVY, 2001); de uma arquitetura anticapitalista (KAPP, 2005) e de deriva e errâncias urbanas (JACQUES, 2005). Pensaremos nos lugares e no corpo como dispositivos comunicacionais e afetivos que produzem críticas nos usos predeterminados dos espaços, tornando-os menos espetacularizados, funcionais, instrumentalizados e mercantilizados e mais igualitários ética e socialmente (SAWAIA, 2000; SPINOZA, 2008; SALOMANI, 2009). Os conceitos de lugar e de espaço se relacionarão com as ideias de identidade e de memória na arquitetura do cotidiano (GOLDBERGER, 2011; POLLAK, 1989). Foram reunidos exemplos de cartografias que mais se relacionassem com as teorias propostas na dissertação e com as definições de mapas cognitivos, afetivos, sensoriais, situacionistas e de errâncias urbanas. Por fim, processos cartográficos serão entendidos como linguagens e ferramentas comunicacionais, sociais, políticas, estéticas e cognitivas (JAMESON, 1996; ACSELRAD, 2010; ROCHA, 2015) e apresentaremos os conceitos de rizoma, territorialização e desterritorialização (DELEUZE; GUATARRI, 1995), gêneros discursivos e dialogismo (BAKHTIN, 1997; VOLÓCHINOV, 2017) e textos artísticos e sistemas modelizantes (LOTMAN, 1990) para que eles sejam aplicados na análise hermenêutica dos trabalhos de Hatoum Presente Tense (1996) e Roadworks (1985).