Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião por Assunto "Apocalipse de Pedro"
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Item Corpos em sofrimento e monstruosidades: modos fantásticos de narrar o inferno no apocalipse de Pedro(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-08-31) MATTOS, Carlos Eduardo de Araújo de; LOPES, Marcio Cappelli AlóA seguinte pesquisa procura compreender como surge o imaginário do Cristianismo Primitivo a respeito de Inferno, especialmente observando o tratamento dado aos corpos das pessoas que ali pagam suas penas. Partimos do contexto religioso em que o movimento surge, observando os rituais e métodos como são feitos sepultamentos no mundo antigo, as honras e festivais dedicadas aos mortos na sociedade romana e partes das crenças em que se baseiam esses métodos. Destacamos a relevância de estudos a partir da literatura apócrifa para a compreensão do movimento cristão nascente e em seguida, apresentamos o contexto da apocalíptica judaica em que descrições do Inferno são forjadas e como o Cristianismo Primitivo recebeu e ressignificou essa tradição, dentro e fora dos cânones, para então apresentar as origens, versões e principais temas da fonte cristã apócrifa que escolhemos para pesquisar o tema, o Apocalipse de Pedro. Por fim, sublinhamos e analisamos trechos que consideramos importantes na fonte com o objetivo de perceber as diferenças de narrativas de tratamentos dos mortos entre a religião do Império e o movimento cristão, para buscar as motivações que causaram essas diferenças e que imaginários o Cristianismo Primitivo desenvolveu a partir dessas narrativas. Nossa hipótese é que, a partir de descrições fantásticas de manipulação de corpos no Inferno, de retórica de difamação sexual contra opositores e transformação desses opositores em figuras monstruosas, os cristãos primitivos desejaram exercer algum tipo de poder e controle sobre esses corpos e especialmente, sobre o Além-Mundo. Para obter êxito em nosso objetivo, dialogamos com autores da crítica literária que empreendem o modo fantástico de narrar, aplicamos sobre a fonte, o que pode ser chamado de teoria do monstruoso e aplicamos como metodologia, o conceito de apocrificidade, que empreende ler os textos canônicos e apócrifos como chaves de leitura complementares e igualmente importantes para a compreensão do mundo cristão primitivo.