Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião por Autor "BALEEIRO, Cleber Araújo Souto"
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Item A fé como estado de preocupação última: interpretação da noção de risco da fé na obra de Paul Tillich(Universidade Metodista de São Paulo, 2017-06-14) BALEEIRO, Cleber Araújo Souto; JOSGRILBERG, Rui de SouzaO tema que tratamos é a relação entre fé e risco no pensamento de Paul Tillich. Optamos por partir de alguns textos de sua maturidade, especialmente a Teologia sistemática e a Dinâmica da fé, mas dialogando com outros textos, inclusive do período alemão. Procuramos interpretar o tema numa perspectiva ontológico-existencial, o que significa que a fé não é tratada somente como um tipo de conhecimento, experiência ou crença, mas como o estado do ser humano tomado por uma preocupação última. O risco, neste sentido, não pode também ser referente aos conteúdos da fé, mas a esse estado de preocupação última. O que nos leva a propor, a partir da obra de Tillich, que o risco está presente e cada ato de fé, não a invalida, antes faz parte de sua constituição. Assumir a fé é assumir o risco que ela carrega. Como um meio de desenvolvermos essa tese pensamos em uma estrutura dividida em quatro partes. Na primeira (A questão da fé em Tillich) trabalhamos o conceito de fé como estado de preocupação última. Para isso, começamos por discutir a problematização da fé em Tillich como uma questão fenomenológica, depois procuramos estabelecer o conceito de fé como dependente do conceito de religião como preocupação última, por fim, apresentamos quatro temas que surgem da compreensão da fé como estado: a ideia de fé como destino, a ideia de fé como experiência, a relação entre o racional e o irracional e algumas distorções do conceito de fé. Na segunda parte (O risco próprio da fé) procuramos apresentar a noção de risco. Identificamos inicialmente três lugares na obra de Tillich em que a ideia de risco é relacionada a fé, depois apresentamos as ideias de fronteira e ambiguidades da vida como próximas à ideia de risco. Na terceira parte (Linguagem e risco da fé) apresentamos a linguagem como lugar onde o risco penetra a fé, como lugar que, por seu caráter dinâmico e historicamente situado, impossibilita a fé de ser compreendida de modo absoluto. Para isso iniciamos discutindo a compreensão de linguagem em Aristóteles e Heidegger, como modelos paradigmáticos opostos, para depois apresentar a discussão sobre linguagem em Tillich como uma alternativa às duas, com destaque para o símbolo, enquanto linguagem da fé. Na quanta parte (A fé que assume o risco) tratamos das implicações de se assumir o risco como elemento constitutivo da fé. Destacamos três implicações: a ideia de verdade da fé, a relação entre fé e dúvida e a relação entre dúvida e coragem.