Aconselhamento pastoral e logoterapia: convergências possíveis frente ao suicídio

Abstract

O tema do suicídio é desde tempos remotos um grande tabu. As raízes desse tabu se encontram no período medieval, quando a morte de si mesmo era considerada crime contra Deus, as punições físicas aos corpos suicidas eram descabidas e, além dos corpos, as almas eram sumariamente condenadas ao inferno devido ao atentado contra a vida. Entende-se, assim, por que ainda hoje o tema gera desconforto na sociedade ocidental fundamentada pelos valores da religião cristã, religião formadora de opinião e fomentadora das ações contra os suicidas no contexto medieval. Sem receio de conhecer o fenômeno do suicídio, a pesquisa que se apresenta procurou dialogar com as diferentes áreas do conhecimento humano com o propósito não apenas de maior compreensão do fenômeno do suicídio, mas também das diferentes áreas do conhecimento que sustentam o sentido da vida, sem, contudo, se valer do moralismo religioso que ignora as condições subjacentes ao suicídio. Nessa busca de conhecimento a pesquisa se preocupa em possibilitar que o Aconselhamento Pastoral junto às pessoas com ideações suicidas se apresente de maneira humanizada, conscientizando a pessoa da sua responsabilidade para com a vida. Nesse sentido, as contribuições da Logoterapia se apresentam pertinentes para o Aconselhamento Pastoral em nosso contexto tão marcado pelo sofrimento que propicia o vazio existencial.The subject of suicide has long been a big taboo. The roots of this taboo lie in the medieval period, when the death of oneself was considered a crime against God, the physical punishments for suicidal bodies were unreasonable and, in addition to the bodies, souls were summarily condemned to hell due to the attempt on life. It is understood, therefore, why even today the theme generates discomfort in Western society based on the values of the Christian religion, an opinion-forming religion and a promoter of actions against suicides in the medieval context. Without fear of knowing the phenomenon of suicide, the research that is presented sought to dialogue with the different areas of human knowledge in order not only to better understand the phenomenon of suicide, but also the different areas of knowledge that support the meaning of life without, however, relying on religious moralism that ignores the conditions underlying suicide. In this search for knowledge, research is concerned with enabling Pastoral Counseling with people with suicidal ideas to present themselves in a humanized way, making people aware of their responsibility for life. In this sense, the contributions of Logotherapy are relevant to Pastoral Counseling in our context so marked by suffering that it provides an existential void.