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Navegando Teses por Autor "ARAUJO, Andreia da Fonseca"
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Item Escala de avaliação de riscos psicossociais e sofrimento psíquico em diversidade sexual e de gênero - ESOP(Universidade Metodista de São Paulo, 2025-02-11) ARAUJO, Andreia da Fonseca; SILVA, Rosa Maria Frugoli daO preconceito, discriminação e estigmatização à diversidade sexual e de gênero permeiam todos os contextos da vida das pessoas que não perfazem as regras heterocisnormativas, oferecendo-lhes riscos psicossociais, levando-as ao sofrimento psíquico. O presente estudo tem por objetivo, em relação à diversidade sexual e de gênero, desenvolver uma escala de avaliação de riscos psicossociais e sofrimento psíquico; identificar indícios de validade para a escala de avaliação de riscos psicossociais e sofrimento psíquico; identificar e descrever os componentes do sofrimento psíquico; classificar o sofrimento psíquico em diversidade sexual e de gênero, em diferentes graus de intensidade. A perspectiva teórica que norteia esta pesquisa se fundamenta nas contribuições da Psicologia Junguiana e das Teorias de Gênero. O método utilizado foi misto, combinando métodos qualitativos e quantitativos, por meio de estudo transversal e exploratório. O método qualitativo incluiu uma análise e sistematização dos achados de estudo anterior que constituíram a base da construção dos itens para a escala desenvolvida. E, a parte quantitativa da pesquisa focou-se no desenvolvimento e validação da Escala de Avaliação de Riscos Psicossociais e Sofrimento Psíquico em Diversidade Sexual e de Gênero - ESOP. Essa etapa envolveu a construção de itens para a escala com base em achados prévios e a aplicação de diferentes instrumentos de coleta de dados, incluindo a ESOP, o Inventário de Depressão de Beck - BDI, Questionário Psicossocial de Copenhagen - COPSOQ, Escala de Afetos Positivos e Negativos - PANAS-20 e Questionário Sociodemográfico. A amostra consistiu em 493 participantes LGBTQIAPN+ residentes no Brasil, alcançadas por meio de convite via “bola de neve”, distribuído em redes sociais da pesquisadora (Facebook e Instagram). Os dados coletados foram analisados utilizando métodos estatísticos como análises fatoriais (exploratórias e confirmatórias), correlações e estatísticas descritivas (médias e desvios-padrão) para avaliar a validade e a estrutura empírica da ESOP e das demais escalas para verificar como se comportavam no estudo. Além disso, os resultados na ESOP foram correlacionados com os obtidos nas Escalas BDI, COPSOQ e PANAS-20, que avaliam, simultaneamente, depressão/sofrimento, riscos psicossociais, afetos positivos e negativos para verificação de validade convergente e discriminante. Utilizou-se ainda da Análise de Variância (ANOVA) para comparar os grupos em relação aos oito fatores da ESOP no que se refere as diferentes raças/cores da pele, expressões de gênero, orientações sexuais, identidades de gênero, nacionalidades e religiões. Em situações em que havia apenas dois grupos a serem comparados, aplicou-se o teste de Kruskall-Wallis - método não paramétrico que permite avaliar diferenças entre grupos independentes. Os resultados apontaram evidências de validade da ESOP e confirmaram a estrutura fatorial das demais escalas utilizadas. Revelaram ainda que o sofrimento psíquico está associado à depressão, à afetos negativos, à falta de vitalidade e aos estresses somático, cognitivo e comportamental. O maior sofrimento revelado pelos participantes foi o medo de sofrer violência familiar. Nos demais aspectos do sofrimento psíquico, os participantes apresentam grande variabilidade, alguns com grande sofrimento e outros com menor sofrimento. Evidenciou-se maior sofrimento e violência contra pessoas de expressões de gêneros diferentes de feminino e masculino, mais sofrimento em homossexuais/gays comparados a bissexuais, maior medo da violência familiar e maior medo de rejeição e menor engajamento em ações de enfrentamento entre evangélicos, em contraste com outras religiões. Discutiu-se, à luz da literatura da área, que o preconceito, a discriminação e a estigmatização direcionados a diversidade sexual e de gênero parecem estar positivamente associados ao aumento de riscos psicossociais e sofrimento psíquico em identidade não conformes.