Astroturfing e o discurso político na pandemia

Abstract

Esta investigação apura a identificação do astroturfing e sua inserção no processo de comunicação entre as relações sociais/virtuais, pela influência como “meio” e o poder como “fim”, no intuito do influenciador, de acordo com os seus interesses, – lícitos ou escusos, ortodoxos ou heterodoxos – cooptar os sentimentos dos indivíduos ou grupos como conquista. O problema da pesquisa reúne as seguintes questões: a) Por que o fenômeno é considerado uma estratégia sensível na comunicação política? Em especial, na pandemia? b). Por que necessita de um meio e um fim para inserção no vetor relacional? c) Por que é aplicado como estratégia para cooptação de indivíduos e grupos? d) Por que necessita de planejamento organizacional? A hipótese principal da pesquisa é a de que, em meio à ocorrência do astroturfing nas multiplataformas da internet, bem como pela mídia em geral, um público simulado foi criado artificialmente, gerando um apoio falso e uma sensação falsa de realidade, fazendo com que, um público-alvo real compartilhasse tal simulacro como se verdadeiro fosse, sem as cautelas de praxe. Diante desse cenário, a pesquisa adota a metodologia bibliográfica exploratória, que se estende a autores como Manuel Castells e Noam Chomsky, com a finalidade de estabelecer um elo entre a internet, a política, mobilizações sociais, campanhas eleitorais, dentre outras; aos estudos de Eugenia Kolivos e Ana Kuperman e o seu conceito de astroturfing; o pensamento de Guy Debord e Zygmunt Bauman sobre a sociedade capitalista, entrelaçando-os com o fenômeno, confluindo com as teorias de Muniz Sodré e as estratégias sensíveis: Afeto, mídia e política e a obra Antropologia do espelho: uma teoria de comunicação linear e em rede, desaguando em Pierre Bourdieu e os campos de tensão e Jürgen Habermas e a esfera pública, locais onde os conflitos são travados com intensidade, ocasionando a prática do astroturfing. Por fim, o resultado é o impacto ocasionado pelo público fake, com requintes de ludibriação para conquistar o público-alvo, procurando expor essas ocorrências cientificamente, servindo de suporte, relevância social e acadêmica.This investigation the identification of astroturfing and its insertion in the communication process between social/virtual relations, through influence as a “means” and power as an “end”, in order to influence the influencer, according to his/her interests, – licit or shady, orthodox or heterodox – to co-opt the feelings of individuals or groups as an achievement. The research problem brings together the following questions: a) Why is the phenomenon considered a sensitive strategy in political communication? In particular, in the pandemic? b). Why do you need a means and an end for insertion into the relational vector? c) Why is it applied as a strategy to co-opt individuals and groups? d) Why do you need organizational planning? The main hypothesis of the research is that, amidst the occurrence of astroturfing in the multiplatforms of the internet, as well as by the media in general, where a simulated public was created artificially, generating a false support and a false sense of reality, causing , a real target audience would share such a simulacrum as if it were real, without the usual precautions. Given this scenario, the research adopts the hybridity of exploratory bibliographic methodology, applied in the studies of practical documents such as reports contained in printed and digital communication vehicles, as well as in theories contained in bibliographies. It also applies Laurence Bardin's content analysis methodology with critical appreciation in the form of the practical part that involves interviews and mass communication, in the present case, about the press conferences issued by the Governor of São Paulo João Dória in the period 11/03/ 2020 to 03/11/2021 critical moment of the pandemic in Brazil, collecting material in a corpus on the internet platforms themselves via cyberspace as a kind of bridge unifying the face-to-face and the virtual. As a complement, it collects theoretical information from Manuel Castells, Noam Chomsky, in order to establish a link between the internet, politics, social mobilizations, electoral campaigns, among others; to studies by Eugenia Kolivos and Ana Kuperman on public and illegitimate manifestations; Guy Debord's thinking about the Society of the Spectacle and Zygmunt Bauman and the Theory of Liquid Modernity, intertwining them with the phenomenon, converging with Muniz Sodré's theories and sensitive strategies: Affection, media and politics and the work Anthropology of the mirror: a theory of linear and network communication, flowing into Pierre Bourdieu and the fields of tension, Jurgen Habermas and the public sphere, places where conflicts are fought with intensity, causing the practice of astroturfing Finally, the result is the impact caused by the fake public, with deception refinements to conquer the target audience, seeking to expose these occurrences scientifically serving as support, social and academic relevance.