Escuta musical: um experimento de diferenças e territórios existenciais: hibridismo e Sul Global na música pop

Abstract

Este trabalho compreende a experiência comunicacional da música popular pela análise da escuta musical de obras de perfil híbrido e mais experimental. A frente empírica da pesquisa coletou dados em oficinas de escuta musical levadas a duas escolas do ensino médio como atividade de extensão. As músicas usadas (corpus) destoam dos regimes da música pop nas mídias, centrados em parâmetros mercadológicos do Ocidente, pois valorizam entremeios semióticos e culturais e estéticas do Sul Global. O caminho teórico- metodológico, portanto, irá: a) identificar os regimes de reconhecimento e os paradigmas da música pop; b) revisar noções sobre gêneros musicais para entendê-los em sua processualidade dialógica/enunciativa, intertextual e de fronteiras culturais; c) entender as hibridizações e os experimentalismos como momentos radicais desses processos semióticos; d) levantar o material empírico nas oficinas de escuta musical pelo método de pesquisa narrativa; e) e analisar a experiência comunicacional, ao final, com contribuições da semiótica da cultura, das teorias do afeto, de noções de materialidades da comunicação e de conceitos pós-estruturalistas e decoloniais. Trata-se de um embate epistemológico e ontológico, no âmbito sensorial midiático, mobilizado por um experimento estético que revisa a música nas mídias e seus territórios existenciais. O diálogo interdisciplinar Comunicação/Educação sugere o uso da música popular em atividades de aprendizagem, criação, reflexão e produção de conhecimento e defende a necessidade de repensar nossas relações com a memória e os ambientes midiáticos.This work embraces the communicational experience of popular music through the analysis involving musical listening of works with a hybrid and more experimental profile. The empirical front of the research collected data in music listening workshops conducted in two high schools as an extension activity. The songs used (corpus) differ from the regimes of pop music in the media, centered on market parameters of the West, as they value semiotic, cultural borderlines, and aesthetics of the Global South. The theoretical-methodological path, therefore, will: a) identify the recognition regimes and the paradigms of pop music; b) review notions about musical genres to understand them in their dialogical/enunciative, intertextual, and of cultural boundaries micro process; c) understand hybridizations and experimentalisms as radical moments of these semiotic processes; d) to collect the empirical material in the music listening workshops by the narrative research method; e) and to analyze the communicational experience, in the end, with contributions from the semiotics of culture, the theories of affection, notions of materialities of communication, and post-structuralist and decolonial concepts. It is an epistemological and ontological clash, in the media sensory scope, mobilized by an aesthetic experiment that reviews music in the media and its existential territories. The interdisciplinary Communication/Education dialogue suggests the use of popular music in activities of learning, creation, reflection, and production of knowledge and defends the need to rethink our relations with memory and media environments.