Navegando por Autor "CARRARO, Renata"
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Item Narrar é preciso: uma viagem pela teoria e prática do perfil jornalístico(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-02-12) CARRARO, Renata; PASSOS, Mateus Yuri Ribeiro da SilvaUm estudo do perfil jornalístico no quadro amplo e diversificado da narrativa em geral e jornalística em particular é o que aqui se apresenta. O tema assume na última parte do trabalho um aspecto prático, pedagógico e também empírico, porque nessa etapa da viagem se descreve, analisa e interpreta um conjunto de características, sentidos, possibilidades e também limites da experiência de composição de perfis desenvolvida com alunos do terceiro ano do curso superior de jornalismo. Quarenta autores – em formação na época da escritura dos textos – assinam os perfis até este momento publicados e que deram origem a três coletâneas – o corpus principal da parte analítica. O trabalho, como aqui se dá a conhecer, ensina e educa tanto pelo lado do esforço empreendido para dar conta da tarefa constante do plano de ensino da disciplina “Jornalismo Literário e Grande-reportagem” quanto pelo fato de esse empreendimento vir associado à aproximação com personagens que fizeram do jornalismo a atividade profissional mais importante de suas vidas. A organização da tese em forma de viagem, com quatro etapas e quinze estações, precisa ser vista no contexto de uma opção por mostrar, ver e interpretar, mais do que por demonstrar – em resumo, prefere-se a incerteza da compreensão (dialógica) à ilusória certeza de uma explicação (autoritária). Melhor: metodologicamente, compreensão e explicação conversam entre si – e às vezes animadamente – num texto de natureza em boa medida ensaística. Esse diálogo, sério mas sem se deixar submeter à forca do método, vê, nos princípios de análise que erige e nas técnicas de escrita que o perfil jornalístico evoca, um convite à compreensão de um “perfil do perfil jornalístico”, à elaboração de uma noção (pertinente), e não de um conceito (fechado). Perpassa o trabalho, do princípio ao fim, a ideia-força de que toda narrativa nos situa no campo da produção de conhecimento sobre a vida, o mundo, a pessoa, a história. Assim, narrar é preciso: a narrativa, da sua maneira, nos institui como humanos. A busca nem sempre fácil, jamais certa e segura, de conversar com princípios, técnicas e teorias deixa com algum prazer o mundo da abstração para estabelecer um diálogo com estudiosos, pesquisadores e, particularmente, produtores de perfis jornalísticos. Situando-nos diretamente sob a luz do signo da relação (Cremilda Medina), esse modo de escrita jornalística se movimenta tanto nas proximidades dos fenômenos sociais e políticos quanto da própria alma humana. A proposta do gênero perfil é também, por isso mesmo, uma aposta no cultivo de vínculos e de relações neste nosso mundo às vezes tão fascinado quando endoidecido pelas maravilhosas possibilidades técnicas de conexões.