Navegando por Autor "CARDERELLI, Ludmila"
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Item Experiências psicossociais de dor durante o trabalho de parto e parto normal(Universidade Metodista de São Paulo, 2020-03-30) CARDERELLI, Ludmila; GOMES, Miria BenincasaO estado gravídico é um período repleto de expectativas diante do desconhecido, inclusive o momento do parto. A literatura aponta que o medo da dor, no processo de parir, tem influenciado mulheres a optar por cesáreas eletivas ou por ter menos filhos. Ao investigar a dor, entretanto, observa-se que, embora seja um evento fisiológico, sua intensidade é influenciada por vários fatores psicossociais. Diante disso, os objetivos deste estudo foram: descrever e analisar as experiências psicossociais das parturientes durante o trabalho de parto, parto normal e nascimento; verificar como manejam e enfrentam a dor durante essa experiência. Para atingir estes objetivos, realizou-se uma pesquisa qualitativa com três estudos de caso. Os instrumentos foram: filmagem e observação do trabalho de parto e parto; entrevista no primeiro dia após o parto; entrevista 30 dias após o parto. Para a análise das filmagens, a pesquisadora selecionou momentos específicos de manifestação de dor de cada participante e enviou para três juízes avaliarem, segundo uma escala de intensidade de manifestação da dor, as respostas faciais, corporais e vocais. Estes resultados passaram por três análises: comparação entre os juízes, com a observação da pesquisadora e com a interpretação da parturiente sobre este processo. Verificou-se que cada mulher reage à dor de uma forma diferente e particular, que está intimamente relacionada com sua maneira de se expressar em outras situações da vida. A Participante 1, de 15 anos, recorreu constantemente à mãe e à equipe. Embora fosse colaborativa, demonstrou intensamente a dor. A Participante 2, de 17 anos, apresentou comportamentos contidos de expressão de dor, fez pouco contato com o acompanhante (o pai do bebê), com a equipe e com a pesquisadora, de forma semelhante ao comportamento estabelecido nas entrevistas. Estas duas participantes recorreram mais ao apoio de pessoas do que aos recursos de alívio da dor oferecidos pela equipe, como bola, chuveiro etc. A Participante 3, de 33 anos, de maneira diferente das outras, demonstrou mais preocupação com o bebê, durante todo o processo, e fez mais uso dos recursos disponibilizados pela equipe. Por se tratar de uma mostra pequena, não é possível fazer generalizações. Seria importante a realização de outros estudos que possam confirmar ou contestar estes resultados. Verificou-se que a inclusão de um profissional de Psicologia da Saúde na assistência ao ciclo gravídico puerperal pode oferecer benefícios à gestante, ao acompanhante e à equipe, durante todo o processo, especialmente no parto, utilizando-se de técnicas aplicadas, frequentemente, em urgências e emergências.