FURLIN, MarceloFONSECA, Fábio Luiz Socreppa da2025-05-212025-05-212025-02-27FONSECA, Fábio Luiz Socreppa da. O criador-criado: uma fenomenologia da educação para a criatividade. 2025. 123 folhas. Tese (Educação) --Diretoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2025.https://repositorio.metodista.br/handle/123456789/604A presente pesquisa aborda a criatividade a partir de uma perspectiva fenomenológica, com ênfase na educação como prática constitutiva da liberdade e da produção/transformação sociocultural. Justifica-se o estudo pelo reconhecimento da criatividade não apenas como habilidade artística, mas como dimensão essencial da condição humana e força motriz para a reinvenção do indivíduo e das estruturas sociais. Nessa perspectiva, a criatividade é compreendida enquanto projeto de ser, em que a ação criadora se insere no diálogo entre a subjetividade do indivíduo e os horizontes socioculturais que a constituem. O trabalho fundamenta-se em uma metodologia bibliográfica e fenomenológica-hermenêutica, sustentada pelas contribuições teóricas da fenomenologia da corporeidade de Merleau-Ponty, da discussão da criatividade a partir de autores como Ostrower e Glăveanu, além de pensadores educacionais como Freire, Gadotti e Libâneo. O objetivo central é oferecer bases para uma epistemologia da criatividade que articule a dimensão individual e coletiva desse fenômeno, destacando sua centralidade no campo da educação para a formação de sujeitos autênticos e capazes de interagir criticamente com o mundo. O primeiro capítulo investiga a criatividade na história e na cultura, examinando as transformações de sua concepção desde a antiguidade até o contemporâneo, em que se manifesta como uma competência essencial no cenário educacional e social. No segundo capítulo, a pesquisa adentra os fundamentos fenomenológicos da criatividade, discutindo sua relação com a constituição humana a partir das ideias de liberdade, corporeidade e enraizamento cultural, conforme delineado pela fenomenologia do corpo de Merleau-Ponty. Por fim, o terceiro capítulo investiga a criatividade no contexto educacional, argumentando a favor de uma abordagem progressista que a reconheça como direito fundamental e elemento transformador das práticas pedagógicas. Entre os principais resultados, o texto aprofunda a discussão que interrelaciona a fenomenologia-hermenêutica com a teoria da enação, além da organização da consciência do ser a partir da noção de condições de possibilidade. Destaca-se também a conceituação da criatividade como fenômeno dialético, mediado pelas condições materiais e culturais, e sua relevância para uma educação voltada à emancipação humana. Ao invés de limitar-se à reprodução de normas e valores, a educação é apresentada como espaço para o cultivo da imaginação criadora e da liberdade de ser. Em contraponto, problematizam-se as tendências conservadoras que instrumentalizam a criatividade, restringindo-a a um utilitarismo que ignora suas implicações filosóficas e existenciais. Conclui-se que a criatividade, enquanto parte indissociável do processo educativo, precisa ser promovida de forma intencional, não apenas como habilidade técnica, mas como condição para a constituição de sujeitos críticos e transformadores. Tal perspectiva reforça o compromisso da educação com o desenvolvimento humano em sua totalidade, reafirmando seu papel na construção de uma sociedade mais livre, inovadora e sensível às complexidades do mundo contemporâneo.This research addresses creativity from a phenomenological perspective, emphasizing education as a constitutive practice of freedom and sociocultural production/transformation. The study is justified by the recognition of creativity not merely as an artistic skill but as an essential dimension of the human condition and a driving force for the reinvention of the individual and social structures. From this perspective, creativity is understood as a project of being, where creative action is situated in the dialogue between the individual’s subjectivity and the sociocultural horizons that constitute it. The work is based on a bibliographical and hermeneutic-phenomenological methodology, supported by theoretical contributions from Merleau-Ponty's phenomenology of corporeality, discussions of creativity by authors such as Ostrower and Glăveanu, and educational thinkers like Freire, Gadotti, and Libâneo. The central objective is to provide foundations for an epistemology of creativity that articulates the individual and collective dimensions of this phenomenon, highlighting its centrality in education for the formation of authentic individuals capable of critically engaging with the world. The first chapter investigates creativity in history and culture, examining the transformations of its conception from antiquity to the contemporary era, where it emerges as an essential competency in educational and social contexts. The second chapter delves into the phenomenological foundations of creativity, discussing its relationship with human constitution through the ideas of freedom, corporeality, and cultural rootedness, as outlined by Merleau-Ponty’s phenomenology of the body. Finally, the third chapter explores creativity in the educational context, arguing for a progressive approach that recognizes it as a fundamental right and a transformative element of pedagogical practices. Among the main results, the text deepens the discussion interrelating hermeneutic-phenomenology with the theory of enaction, as well as the organization of the consciousness of being through the notion of conditions of possibility. It also highlights the conceptualization of creativity as a dialectical phenomenon mediated by material and cultural conditions and its relevance to an education focused on human emancipation. Rather than being limited to the reproduction of norms and values, education is presented as a space for cultivating creative imagination and freedom of being. In contrast, the text problematizes conservative tendencies that instrumentalize creativity, restricting it to an utilitarianism that ignores its philosophical and existential implications. It is concluded that creativity, as an inseparable part of the educational process, must be intentionally promoted, not merely as a technical skill but as a condition for the constitution of critical and transformative subjects. This perspective reinforces education’s commitment to holistic human development, reaffirming its role in building a freer, more innovative society sensitive to the complexities of the contemporary world.ptCriatividadeFenomenologiaCorporeidadeEducação progressistaLiberdadeCreativityPhenomenologyCorporealityProgressive educationFreedomCiências HumanasO criador-criado: uma fenomenologia da educação para a criatividadeThe creator-created: a phenomenology of education for creativityTese