O conceito de idolatria do mercado no pensamento de Hugo Assmann

Abstract

Esta pesquisa pretende abordar a crítica à idolatria do mercado neoliberal no pensamento de Hugo Assmann. O autor citado assume a teologia como luta em favor da vida humana real e concreta e, por isso, a sua investigação consiste em reconhecer os ídolos presentes em diferentes teologias que, por sua vez, estão em contraposição ao Deus da Vida. Assim, a reflexão de Hugo Assmann consiste na crítica ao neoliberalismo enquanto teoria que absolutiza o Mercado, tornando-o princípio último da sociedade. Por conseguinte, ao gerar o sacrifício de vítimas inocentes no sistema neoliberal, o Mercado contrapõe-se ao Deus da Vida e, por isso, é considerado um ídolo. Para demonstrar esse itinerário, propõe-se, num primeiro momento, situar o pensamento de Hugo Assmann a partir da realidade latino- americana, sobretudo junto aos pobres, e, ainda, em diálogo com a Teologia da Libertação e o Departamento Ecumênico de Investigações (DEI). Num segundo momento, surgem a necessidade de compreensão da discussão sobre teologia e economia a partir do pensamento de Assmann e o desenvolvimento desse debate a partir do neoliberalismo, demonstrando o seu processo de transcendentalização e idolatria. Por fim, é mister esclarecer que a crítica de Assmann não é ao Mercado em si, mas à sua absolutização, e, ainda, apontar pensamentos que o autor deixa como pistas de ação para a relação entre economia e teologia.

This research aims at approaching the critique of the idolatry of the neoliberal market in Hugo Assmann’s thought. The author assumes theology as a struggle in favor of real and concrete human life and, therefore, his investigation consists of recognizing the idols in different theologies who are in opposition to the God of Life. Thus, Hugo Assmann criticizes neoliberalism as a theory that absolutizes the Market and makes it the ultimate principle of society. Therefore, when it promotes the sacrifice of innocent victims in the neoliberal system, the Market opposes the God of Life and, hence, is considered an idol. In order to demonstrate this itinerary, first, we propose to situate Hugo Assmann's thought departing from the Latin American reality, especially with the poor, and also in dialogue with liberation theology and the Ecumenical Department of Investigations. Second, it is necessary to understand the discussion on theology and economics from Assmann’s thought, and the development of this debate from neoliberalism, demonstrating its process of transcendentalization and idolatry. Finally, it is important to explain that Assmann does not criticize the market itself, but its absolutization, and also to point out the clues the author leaves for the relationship between economics and theology.