Venezuelanos com autismo em situação de refúgio a abordagem interseccional do tema no jornalismo humanitário e media interventions

Abstract

Segundo o relatório anual do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), de 2021, 89,3 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar em todo o globo e, desse total, calcula-se que 12 milhões ou mais são pessoas com deficiência. Desses 89,3 milhões, 4,4 milhões são venezuelanos fora de seu país que não entraram na estatística do refúgio. No Brasil, a Operação Acolhida, criada em 2018, já assistiu 100 mil venezuelanos (ACNUR). Nesse contexto, a presente pesquisa de mestrado tem como objeto de estudo os papéis sociais do jornalismo e da comunicação, amparados nos preceitos do humanitarismo, para impedir a opacidade da interseccionalidade da pessoa com deficiência em situação de refúgio, especificamente com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo é identificar de que maneira a comunicação e o jornalismo humanitário podem contribuir para diminuir a falta de acesso a direitos básicos, como saúde, moradia e educação, e seus impactos na vida de pessoas refugiadas com autismo – cujas estatísticas inexistem ou são escassas. Para isso, o estudo recorre ao referencial teórico nos campos do direito internacional humanitário, da comunicação institucional, do jornalismo humanitário, da filosofia política, da sociologia contemporânea e da psicologia social (Morin, Bauman, Arendt, Moscovici, Andreucci, Bunce, Liesen, Honneth, Maia, Marjoribanks, Fraser, Yuval-Davis, Scott, Victor, Wright). A metodologia compreende três principais procedimentos: a revisão sistemática da literatura, análise de conteúdo de reportagens de veículos brasileiros na cobertura de pautas de pessoas com deficiência em situação de refúgio e a entrevista em profundidade. Esta última propõe traçar um panorama sobre a aplicabilidade do jornalismo humanitário na perspectiva dos venezuelanos em situação de refúgio cuidadores de autistas, ou autistas adultos.According to the annual report of the United Nations High Commissioner for Refugees (UNHCR), from 2021, 89.3 million people were forced to displace across the globe and of this total, it is estimated that 12 million or more are people with disabilities. Of these 89.3 million, 4.4 million are Venezuelans outside their country, who were not included in the refugee statistics. In Brazil, the Acolhida Operation created in 2018 has already assisted 100,000 Venezuelan people (UNHCR). In this context, the present research has as its object of study the social role of journalism and communication, supported by the precepts of humanitarianism, to prevent the opacity of the intersectionality of the disabled person in a situation of refuge, specifically with the Autistic Spectrum Disorder (ASD). The objective is to identify how communication and humanitarian journalism can contribute to reducing the lack of access to basic rights such as health, housing and education and their impacts on the lives of refugees with autism – whose statistics do not exist or are scarce. For this, the study resorts to the theoretical framework in the fields of international humanitarian law, institutional communication, humanitarian journalism, political philosophy, contemporary sociology and social psychology (Morin, Bauman, Arendt, Moscovici, Andreucci, Bunce, Liesen, Honneth, Maia, Marjoribanks, Fraser, Yuval-Davis, Scott, Victor, Wright). The methodology comprises three main procedures: a systematic review of the literature, content analysis of reports by Brazilian vehicles covering the agenda of people with disabilities in refugee situations, and an in-depth interview. The interview proposes to outline an overview of the applicability of humanitarian journalism from the perspective of Venezuelans in a situation of refuge who are autistic caregivers, or autistic adults.