Retórica e obscenidade no jornalismo gonzo: os ecos de James Joyce em Fear and Loathing in Las Vegas

Abstract

Este trabalho busca diagnosticar um elemento dialógico que vai além da escrita nas obras Ulysses, de James Joyce, e Fear and Loathing in Las Vegas, de Hunter S. Thompson, usando o teatro como método de investigação da linguagem e o erotismo como aspecto arquiescritural ligando as obras em seus ecos e compreendendo a produção discursiva, tanto na literatura experimental quanto no jornalismo literário, como um movimento dialógico entre o autor e o mundo que o abriga. Dentre os objetivos desta pesquisa estão o desenvolvimento de uma a ideia da transgressão enquanto uma dialética, ou como um diálogo fenomenológico em meio à retórica, tanto no jornalismo quanto na literatura. O que é a retórica dramatista e como ela implica em um método de leitura marxista crítico à necessidade de um fim, mas também como essa infinitude verbal representa um diálogo constante no tempo. E se o diálogo é constante, o que se busca nesta dissertação é o ponto fronteiriço e intencional que produz as quebras nas correntes da linguagem para torná-la viva, e a que chamamos transgressão. Essa transgressão, se existente, poderia ser identificada em quais obras? É o que este trabalho busca responder ou questionar ainda mais com os objetos escolhidos.

This work seeks to diagnose a dialectical element that goes beyond writing in the works Ulysses, by James Joyce, and Fear and Loathing in Las Vegas, by Hunter S. Thompson, using theater as a method of investigating language and eroticism as an arch-scripture linking the works in their echoes and comprising discursive production, both in experimental literature and in literary journalism, as a dialogical movement between the author and the world that houses it. Among the objectives of this research are the development of an idea of transgression as a dialectic, or as a phenomenological dialogue amid rhetoric, both in journalism and in literature. What dramatist rhetoric is and how it implies a Marxist reading method critical to the need for an end, but also how this verbal infinity represents a constant dialogue over time. And if the dialogue is constant, what is sought in this dissertation is the border and intentional point that produces the breaks in the currents of language to make it alive, and what we call transgression. Which transgression, if any, could be identified in which works? It is what this work seeks to answer or question even more with the chosen objects.