Navegando por Autor "WALDHELM, Wellington da Cunha"
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Item A mulher de Jó: um grito contra a teologia da retribuição. Uma análise exegética de jó 1,1-2,13(Universidade Metodista de São Paulo, 2015-09-14) WALDHELM, Wellington da Cunha; SIQUEIRA, Tércio MachadoO livro de Jó pertence à literatura sapiencial de Israel. Seu conteúdo é um grande debate entre sábios. Estes formavam um segmento educado da população: sabiam ler e escrever. A sabedoria era demasiadamente valorizada e concebida como orientação prudente para a vida. O texto de Jó 1-2 pertence à parte da moldura do livro juntamente com os capítulos 42.12-17. Estas molduras não nasceram no livro que provavelmente foi escrito no século V a.C., no período pós-exílio, durante a dominação dos persas. Mas provavelmente nasceram no século X a.C. Sendo que seu valor maior se deu na junção de sua história no pós-exílio, pois o império persa trouxe profundas modificações para a vida do povo em Judá. Apesar da aparente tolerância por parte de seus governantes, eles criaram métodos muito eficazes para alcançar seus objetivos sobre os povos submetidos. Através de um forte aparelho burocrático, fiscal e militar controlavame garantiam a ordem e o pagamento de tributos. O templo tornou-se o intermediário entre o império e o povo. A economia e a sociedade se estruturaram conforme o regime imposto pelos persas. Essa política econômica e administrativa favorecia o enriquecimento dos setores dominantes, e consequentemente o empobrecimento cada vez maior dos camponeses. Os sacerdotes eram lideres do povo e a teologia da retribuição se fortaleceu muito nessa época. É a partir da experiência e da observação da realidade que se origina um movimento de resistência à teologia da retribuição. Nesse momento se destacam as mulheres que corajosamente abrem suas bocas e se impõem diante de uma visão opressora do Templo de Judá que estava abusando das ofertas para que dessa forma de cobrança pudesse repassar os impostos devidos ao império. No capítulo 2,9, a mulher de Jó grita contra essa opressão diante de uma Teologia abusiva, deixando aqui sua marca para a história de que algo estava errado na religião pós-exílica. Sua intenção nesse texto é mostrar através da realidade, porque não concorda com as afirmações dos sacerdotes do templo que defendem essa teologia, sobre o castigo infalível para os ímpios ricos e sobre o sofrimento dos pobres e das mulheres como indicação de castigo.