Navegando por Autor "SYUKUR, Agustinus"
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Item A tradição de Jacó na formação de Israel Norte: a partir da análise exegética de Genêsis 32,23-33(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-03-19) SYUKUR, Agustinus; KAEFER, José AdemarEste estudo apresenta a tradição de Jacó na formação de Israel Norte, a partir da análise exegética de Gn 32,23-33. O resgate da história de Israel a partir de Israel Norte obriga-nos, portanto, a um olhar atento à pesquisa literária exegética, mas também a um olhar sobre as pesquisas arqueológicas nos sítios da Jordânia, especificamente, no nosso caso, sobre Penuel. Portanto, olhar Israel a partir de Galaad. Esse olhar se refere tanto às origens culturais de Israel e dos diferentes povos dessa região, quanto da presença de Israel Norte em determinados períodos nesse território. Precisa-se resgatar um Israel com características heterogêneas e multiculturais, com histórias controversas, como a do personagem Jacó. A tradição de Jacó é considerada o “mito fundante” de Israel Norte, consolidada durante o reinado de Jeroboão II (788-747 a. C.). A narrativa de Jacó é provavelmente uma das mais antigas tradições de origem conservadas na Bíblia hebraica. Existiu independentemente sem relação aos Patriarcas do Sul, Abraão e Isaac, e foi, inicialmente, uma história sobre as origens do Bene Ya’aqob, em Galaad da Transjordânia, que só mais tarde foi identificada com Israel. O material mais antigo, nas primeiras fases da Idade do Ferro, tratava principalmente da construção do templo de El em Penuel e da delimitação da fronteira entre israelitas e arameus na Transjordânia. As narrativas sobre Jacó foram trazidas para Judá pelos israelitas depois da queda do Reino do Norte. Mais tarde, foram reelaboradas e redigidas como textos bíblicos dentro da ideologia e narrativas identitárias de Judá. Em suas formas atuais, elas incluem, portanto, várias camadas que representam realidades e preocupações distintas, mas principalmente os da fase de Judá do pós-exílio. A identidade desse “patriarca” foi mudada pelos séculos de interesses dos poderes de turno, mas que ficou registrada nas entrelinhas da literatura bíblica e nas cerâmicas dos sítios arqueológicos, tanto a oeste como a leste do Jordão. A partir da análise exegética de Gn 32,23-33, combinada com a pesquisa arqueológica e a historiografia de Penuel e Galaad, se percebe que a tradição de Jacó confirma a origem local, autóctone, de Israel – em ambos os lados do Jordão – enquanto reconhece a existência de diferenças sociais, culturais e políticas de grupos semelhantes ao seu redor. Em termos políticos, o Israel de Jacó coexiste pacificamente com diferentes etnias e grupos sociais, compartilha e firma pactos com eles. Em termos religiosos, esse Israel de Jacó convive harmoniosamente com outras divindades, interage com elas e aspira por sua bênção. O Israel da tradição de Jacó em Galaad é um Israel que coexiste pacificamente com diferentes etnias e grupos sociais, pluralistas e inclusivistas, um Israel com características heterogêneas e multiculturais, com histórias controversas, como a do personagem Jacó.Item Um Deus autóctone que emerge junto com seu povo: análise arqueológica e literária da origem de YHWH em Israel pré-monárquico(Universidade Metodista de São Paulo, 2025-03-24) SYUKUR, Agustinus; KAEFER, José Ademar; CARNEIRO, Marcelo da SilvaO tema “Um Deus Autóctone que Emerge junto com seu Povo” aborda a origem de YHWH no contexto de Israel pré-monárquico, explorando tanto evidências arqueológicas quanto literárias. A análise sugere que YHWH se desenvolveu como uma divindade autóctone, emergindo em sincronia com as práticas e crenças do povo que o adorava, possivelmente os “Shasu”, mencionados nos registros egípcios do século XIV a.C., conhecidos por sua resistência ao domínio egípcio em Canaã durante o período do Bronze Tardio. Através de uma investigação das fontes arqueológicas, como cultura material e inscrições, bem como de textos bíblicos antigos, esta tese propõe que YHWH tem raízes em cultos locais de “Deus dos pais”, representados pelos terafins, em uma religião doméstica praticada pelas famílias das montanhas do planalto central da Palestina e na região central de Galaad, no norte da Transjordânia. O papel dos terafins e éfodes em vários textos bíblicos revela a prática desse tipo de culto. A possibilidade de YHWH ser um Deus autóctone, em vez de uma importação de culturas vizinhas, implica que sua adoração estava intimamente entrelaçada com a identidade e a história do seu povo. Assim, a análise destaca a importância de se compreender a evolução de YHWH não apenas como uma figura religiosa, mas como um símbolo da própria formação do povo israelita, refletindo suas lutas, vitórias e relação com a terra que habitava. Por fim, a análise sugere que a evolução de YHWH não pode ser dissociada das transformações sociais e políticas que Israel enfrentou ao longo de sua história. À medida que a monarquia se estabeleceu, a figura de YHWH passou a ser instrumentalizada para legitimar o poder dos reis, mas suas raízes permaneceram profundamente ligadas à sua origem em um mundo complexo e muitas vezes hostil.