Navegando por Autor "SIMAS, Marcos Rodrigues"
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Item Religiosidade digital protestante como entre-pertença(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-08-19) SIMAS, Marcos Rodrigues; Jung Mo SungHaveria nos adeptos da religiosidade digital protestante brasileira um sentimento de pertença diferenciado? Esta pesquisa investiga um novo tipo de sentimento de pertença decorrente da influência das mídias sociais digitais como um novo elemento a ser compreendido na religiosidade cristã protestante. Nossa hipótese foi a possibilidade de estar havendo alguma alteração no sentimento de pertencimento dos partícipes da religiosidade digital na igreja protestante brasileira. Tal fenômeno seria uma consequência da alteração de comportamentos em tempos de sociedade em rede, com sua memória religiosa autorizada fragmentada, cujos símbolos vem sofrendo ressignificações, criando um ambiente propício para mudanças e novos experimentos religiosos, produzindo indivíduos que provocam rupturas, sem necessariamente perder os vínculos com os elementos fundamentais da religião. Nosso objetivo é compreender o fenômeno dos adeptos do protestantismo cristão no ambiente digital e sua forma diferenciada de vivenciar suas experiências religiosas em um espaço fluído, ambivalente, diverso, intersticial e fronteiriço, e propor um novo conceito de pertencimento que contemple este fenômeno. Para isso, trabalhamos quatro capítulos de forma progressiva e interdependente, dando ao texto coerência para que nossa hipótese fosse respondida. No primeiro capítulo fizemos um levantamento bibliográfico-histórico das pesquisas acadêmicas sobre o tema Religião e Internet para situar o leitor acerca do estado atual desse campo de estudos. No segundo capítulo, abordamos as novas identidades e novas pertenças decorrentes da modernidade, de acordo com Giddens (2002, 2018), Elias (1998), Santos (2013), Beck (2018) e Bauman (2016, 2018), destacamos a importância dos símbolos para a religião, e a fragmentação da memória religiosa autorizada (Hervieu-Léger, 2000). No terceiro capítulo utilizamos conceitos de “tempo intemporal”, “espaço de fluxos” e “virtualidade real” oriundos da sociedade em rede (Castells, 2000a), enfatizando rupturas e ressignificações de uma religiosidade digital mais simbólica (Asad, 1993), diferenciada em relação às sociedades arcaicas de Eliade (1991, 2010, 2016). Por fim, no capítulo quatro, apresentamos elementos da identidade do ser humano moderno a partir de Hall (2015), a “bricolagem” religiosa atual (Hervieu-Léger, 2015), e as teorias pós-coloniais de Mignolo (2000), Santiago (2013) e Bhabha (2013), e retornamos ao referencial teórico de Castells (2000a, 2000b, 2010) do capítulo três, mostrando que há convergências históricas com os questionamentos propostos pelos partícipes da religiosidade protestante digital, em seu momento intervalar e híbrido de vivência e de experiência religiosa alternativa. Utilizamos como estudo de caso a comunidade Descrentes.com.br para identificar nessa comunidade digital o que seria essa nova forma de pertença. Concluindo, tendo como base o conceito de entre-lugar (Santiago, 2013) identificarmos uma identidade alternativa em construção e uma pertença religiosa diferenciada, a entre-pertença, que ainda não estaria devidamente identificada, devido à sua característica fluída, inovadora e alternativa ao sistema religioso estabelecido.