Navegando por Autor "ROMAGNOLO, Adriana Navarro"
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Item Percepção de puérperas a respeito da influência do relacionamento conjugal no ciclo gravídico-puerperal(Universidade Metodista de São Paulo, 2018-02-19) ROMAGNOLO, Adriana Navarro; GOMES, Míria BenincasaEntre as décadas de setenta e oitenta do século passado houve uma mobilização no sentido de avaliar a assistência ao parto em âmbito mundial. Os principais assuntos em pauta eram os elevados índices de cesárea e a excessiva medicalização do processo de parto, ambos sem evidências científicas, em vários lugares do mundo. O Ministério da Saúde preconiza diversas práticas acerca da saúde da mulher e procedimentos que favorecam o relacionamento conjugal. Assim, esse trabalho teve como objetivo verificar a percepção de mulheres sobre sua relação conjugal durante a gestação, parto e pós-parto, além de investigar a interferência da relação conjugal na representação da imagem de si, no modelo de assistência ao parto, no exercício da maternidade e na adaptação a esse novo papel, de acordo com as recomendações preconizadas pelo Ministério da Saúde e pela OMS. Participaram desse estudo três mulheres com diferentes vivências de parto, sendo eles cirurgia cesariana eletiva, parto com assistência humanizada e parto com violência obstetrica. Os instrumentos utilizados foram: Entrevista semi – aberta; Procedimento de Desenho - Estória com Tema (DE-T); Escala Fatorial de Satisfação com o Relacionamento de casal (EFS-RC); questionário sociodemográfico e Escala de Autoestima de Rosenberg. Os resultados mostraram que a forma como cada participante percebe o relacionamento conjugal possui influência considerável nos aspectos psíquicos analisados não só no pós-parto, mas durante todo o ciclo gravídico-puerperal. Na participante de Cesárea Eletiva, é possível notar vínculo conjulgal fragilizado, decisão médica pela via de parto, dificuldade acentuada no exercício da maternidade e autoimagem e autoestima comprometidas. Na participante de Parto com Assistência Humanizada, o vínculo é fortalecido, o parto aparece como decisão do casal, a participante encontra-se em processo de adaptação da função materna e a autoimagem comprometida, porém a autoestima é compensatória. No parto com Violência Obstétrica, o vínculo conjugal é ausente, o parto foi uma imposição médica, apresenta dificuldade no exercício da maternidade sozinha e a autoimagem e autoestima são compensatórias. Assim, entende-se a necessidade de ampliar o estudo com maior número de participantes e análises aprofundadas dos instrumentos quantitativos, bem como a importância de modelos de intervenção psicólogica durante a gestação como atuação preventiva, promoção de saúde e fortalecimento do vinculo do casal e o fortalecimento de políticas públicas que garantem os direitos da mulher.Item Pré-natal integral: avaliação de um modelo de intervenção com gestantes para promoção de saúde mental no puerpério(Universidade Metodista de São Paulo, 2023-03-30) ROMAGNOLO, Adriana Navarro; GOMES, Miria BenincasaA perinatalidade vem recebendo cada vez mais atenção tanto no âmbito acadêmico quanto no desenvolvimento de políticas públicas. No âmbito acadêmico, houve um amplo crescimento de repertório teórico e técnico com um número superior à 300 registros em plataformas de pesquisa; já no âmbito de políticas públicas, na pactuação dos Objetivos do milênio dentre oito objetivos definidos, dois correspondem a perinatalidade. As raízes deste interesse relacionam-se à necessidade de cuidado da família na sua origem e à vulnerabilidade física e mental da mulher e do bebê durante o período que circunda o parto, considerando que este momento do ciclo vital pode gerar impactos positivos e/ou negativos no desenvolvimento da mulher, do bebê e da família. Assim, esse trabalho teve como objetivo avaliar a efetividade do modelo de Pré-Natal Integral (PNI) como instrumento de promoção de saúde mental no puerpério e como objetivos específicos, comparar e analisar qualitativamente entre as participantes do Estudo 01 e as participantes do PNI quais temáticas trabalhadas tiveram mais ou menos êxito, sendo elas: relacionamento conjugal no ciclo gravídico-puerperal; vínculo mãe-bebê; maternidade no contexto familiar; aspectos psicodinâmicos do puerpério; sexualidade na gestação e no puerpério; transtornos psíquicos do puerpério, aspectos psíquicos do aleitamento materno e modelos de assistência ao parto. A amostra inicial foi composta por 74 participantes que passaram pela intervenção do PNI das quais 25 foram trazidas para análise, pois estavam dentro do período de avaliação de 11 meses e 29 dias após o parto. Os instrumentos utilizados foram: Entrevista semiestruturada; Escala Fatorial de Satisfação com o Relacionamento de casal (EFS-RC); questionário sociodemográfico; Escala de Autoestima de Rosenberg e Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo. Mediante os resultados apresentados, podemos concluir que o modelo de PNI apresentado foi efetivo, pois as transformações ocorridas a partir da ação em geral foram positivas tanto do ponto de vista qualitativo. Além disso, podemos considerar que as metas alcançadas corresponderam às metas pretendidas, como: melhores índices de aleitamento materno, índices mais baixos de depressão pós-parto, melhores índices de satisfação no relacionamento conjugal, preservação da hora dourada com impacto no vínculo com o bebê, rede de apoio mais efetiva e protetiva, sexualidade satisfatória, melhores índices de autoestima, cenário de parto mais favorável quando comparado aos índices nacionais, presença paterna mais engajada quando comparado às participantes do Estudo 01, menores índices de intercorrências na gestação, maior garantia da presença de acompanhante durante o parto, bem como a presença de maiores recursos de enfrentamento para as dificuldades decorrentes dessa fase, atuando então de forma preventiva e protetiva para adoecimentos psíquicos no pós-parto.