Navegando por Autor "OLIVEIRA, Marcos Felix de"
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Item A literatura enóquica e sua recepção no protocristianismo: uma análise em Mateus 25.31-46(Universidade Metodista de São Paulo, 2023-10-23) OLIVEIRA, Marcos Felix de; CARNEIRO, Marcelo da SilvaEsta pesquisa tem como tema a relação entre a escatologia apocalíptica presente no evangelho de Mateus e a literatura enóquica, e objetiva explicar que a comunidade de Mateus percebeu Jesus como o Filho do Homem, em quem se cumprem as profecias do Dia do Senhor, ocasião em que Ele restaurará a ordem violada pelos Vigilantes, dando uma solução final ao problema do mal. A pesquisa é desenvolvida com base em fontes bibliográficas, e metodologicamente está estruturada em três capítulos. No primeiro, intenciona-se apontar a dissidência iniciada no meio sacerdotal, e que dará origem ao judaísmo enoquita, adepto de uma perspectiva religiosa apocalíptica. No segundo, estuda-se a principal obra desse movimento, o Livro de 1 Enoque, que, diferentemente do judaísmo sadoquita, explica a origem do mal como fruto da ação de anjos rebeldes que, assim agindo, violaram a ordem cósmica e introduziram o mal e o pecado no mundo. Por fim, no último, faz-se uma análise intertextual entre 1 Enoque e Mateus. Inicialmente, Jesus não restaura a ordem, mas se apresenta como emissário de Deus, superior aos poderes do mal e da morte, e guia da comunidade de Mateus como representante do verdadeiro Israel, a quem incumbe evangelizar as nações, preparando-as para o Dia do Senhor, descrito em Mt 25:31-46, quando, então, a ordem violada será finalmente restaurada e o mal eliminado. Essa pesquisa tem como ponto de relevância a demonstração de que o evangelho de Mateus não foi desenvolvido com base na Bíblia hebraica apenas, mas também na literatura apocalíptica do Segundo Templo, e que somente assim pode ser adequadamente compreendido. Deste estudo resulta a conclusão de que o vão que comumente se diz haver entre os dois Testamentos é preenchido pelas ideias contidas na literatura judaica enoquita. Com isso, defendemos que, em contraposição ao que comumente se diz, a profecia não teria se encerrado com Malaquias, sendo apontados como profetas Enoque, João Batista e Jesus.