Navegando por Autor "CARDOSO, Silas Klein"
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Item A imagem se fez livro: a materialidade da Torá e a invenção do aniconismo pós-exílico(Universidade Metodista de São Paulo, 2015-05-25) CARDOSO, Silas Klein; SIQUEIRA, Tércio MachadoA pesquisa trabalha a Torá como objeto de culto anicônico no pós- exílio, apresentando sua face ritualística no culto do Israel Antigo. É proposto que a centralização da Torá no período do Segundo Templo seria uma construção ideológica macroestrutural — i.e., uma tradição inventada — do grupo sacerdotal pós-exílico em vista de unificar a nação que se reconstruía e reconfigurava. Para tal análise, observam-se três recortes distintos ligados à questão: (1) a materialidade do culto em suas continuidades e rupturas com a religião israelita pré-exílica, a partir da análise da cultura material e da análise da literatura bíblica de quatro objetos cúlticos centrais da OHD, bamah, massebah, Asherá e arca; (2) as práticas redacionais que advogavam a centralização da Torá com inspiração nos demais cultos e concepções do divino no Antigo Israel, especialmente observada na análise exegética do Sl 19, como um dos principais Salmos da Torá que teriam sido produzidos no período para promulgar a nova prática; e (3) a editoração dos diversos textos canônicos que teriam sido retroprojeções legitimadores da visão posterior centralizadora da Torá, através da criação de uma tipologia da materialidade dos textos e da Torá advinda da análise exegética de diversos textos. Com tal panorama, sob pesquisa exegética de orientação histórico-crítica, é proposto um modelo de quatro instâncias de construção do aniconismo pós-exílico, centralizado na Torá e atingindo as diferentes camadas da religião judaíta.Item Redes mágico-míticas no alvorecer de Israel: “religião” no platô de Benjamim no Ferro I-IIA(Universidade Metodista de São Paulo, 2019-09-24) CARDOSO, Silas Klein; KAEFER, José AdemarA pesquisa investiga as práticas religiosas na região do platô de Benjamim, atual Israel/Palestina, no Período do Ferro I-IIA (aprox. 1125-875), período e local de provável origem do “Antigo Israel”. Defende-se duas hipóteses, respectivamente, de ordem empírica e teórica: (1) que houve um sistema simbólico-religioso identificável no platô de Benjamim no Período do Ferro I-IIA; e que (2) esse sistema simbólico-religioso pode ser visualizado a partir do conceito original de redes mágico-míticas. Em resposta aos objetivos teóricos, foi realizada pesquisa bibliográfica de textos seminais da História da Religião de Israel e, a partir de uma análise crítica, foi proposto que a religião de Benjamim pode ser visualizada através do conceito de “redes mágico-míticas”, i.e., sistemas simbólico-religiosos expressos pela comunicação oral compartilhada (p.ex., mitos, estórias) e fixada em objetos (p.ex., selos, talismãs) em estruturas comunicacionais circulares centradas em vilas graduadas, que retinham particularidades devido ao contato com o ambiente e dinâmicas sociais. Em adição, em resposta à hipótese empírica, foram analisados sistematicamente os nove sítios arqueológicos escavados na região (Beitin; Tell el-Jîb; Et-Tell; Khirbet Abū-Musarraḥ; Khirbet ed-Dawwara; Khirbet Nisieh; Khirbet Raddana; Tell el-Fûl; Tell en-Nasḅeh), estes respectivamente analisados em sua cultura material, cultura visual e cultura textual. Por meio da metodologia proposta, pôde-se confirmar a existência de um sistema cultural-religioso benjaminita que, em resumo, pode ser descrito entre práticas e crenças. As práticas se distribuíam em dois níveis: (1) familiar (i.e., relativo à casa e família), em espaços residenciais e funerários, com práticas ligadas à preocupações do nível doméstico; e (2) comunitário (i.e., relativo à vila e coletivo), em santuários provinciais ou ao ar livre, com práticas ligadas à preocupações da vila e cidade, como produção de alimento. Com relação às crenças, há três conceitos que aparecem de forma transversal no registro e que foram considerados centrais à imaginação sócio-religiosa dos benjaminitas: (1) o conceito de família extensa; (2) convicções d’além mundo; (3) a violência e guerra.