Navegando por Autor "CARDOSO, Luis de Souza"
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Item A identidade da Unimep no movimento de sua política acadêmica: uma teoria fundamentada nos dados(Universidade Metodista de São Paulo, 2016-07-26) CARDOSO, Luis de Souza; FISCHMANN, RoseliA presente tese de Doutorado em Educação objetiva investigar o processo de constituição da identidade da Universidade Metodista de Piracicaba no movimento de construção de sua Política Acadêmica (PA). A pesquisa se inscreve no campo dos estudos da Universidade brasileira, tendo como seu caso a Unimep, instituição de natureza privada, confessional, com espírito público e comunitário. A PA, aprovada em 1992, à época constituiu-se em caso sui generis no campo universitário brasileiro, pela metodologia de sua construção e a definição radical de seu fundamento e razão de ser Universidade, pautada na ética valorativa da “construção da cidadania enquanto patrimônio coletivo da sociedade civil”. Ao traçarmos uma narrativa histórica da Unimep, da construção de sua Política Acadêmica e demais políticas, que em torno do seu eixo integrador gravitam, a pesquisa buscou explicar e compreender o processo e movimento institucional (a institucionalização da Universidade), bem como sua incidência na constituição da identidade da Unimep. O método utilizado, de forma exploratória, baseou-se na Grounded Theory – Teoria Fundamentada nos Dados. Os dados foram obtidos de documentos do arquivo histórico institucional e de entrevistas semiestruturadas intensivas, com protagonistas do movimento da Política Acadêmica. O resultado da pesquisa partiu de uma análise da história da Unimep e constatou que na sua formação e desenvolvimento, desde as Faculdades Isoladas e Integradas do IEP, fundadas em 1964, até o final da primeira fase como Universidade, em 1978, ela passou por diferentes etapas, todas elas, porém, atravessadas pela ideologia vigente no contexto histórico do país, com ausência de democracia, gestão autoritária e centralizadora, de baixíssima participação crítico-coletiva. Contudo, o movimento da comunidade acadêmica caminhou e evoluiu numa direção contrária ao da gestão oficial, evidenciando-se contraideológico, marcado pelo inconformismo e insatisfação com o status quo. As contradições se explicitaram e culminaram em crises, experimentadas em 1978 e 1985. Na administração e solução dessas crises, a resistência do movimento docente e discente teve papel fundamental, contando nas etapas seguintes com o apoio e vontade política das novas Reitorias, de modo que a Universidade deu saltos importantes na formação de sua identidade. Sobretudo pela construção de sua Política Acadêmica (1989-1992), a Unimep experimentou um processo de institucionalização e estabeleceu-se como Universidade contraideológica e contrarreprodutivista, de caráter democrático, coletivo-participativo, pautada na busca pela indissociabilidade do ensino- pesquisa-extensão, o que marca seu projeto pedagógico. Particularmente sua identidade, constituída ao longo do tempo, em sua historicidade, sintetizou-se nesse processo e movimento da Política Acadêmica, a qual preconiza qualidade do ensino e qualidade política, fundamentada na ética de “construção da cidadania enquanto patrimônio coletivo da sociedade civil” como sua utopia e razão de ser. A teoria fundamentada emergente chegou, portanto, a uma tríade de categorias analíticas centrais, com poder conceitual, explicativo- compreensivo do fenômeno da “construção da Política Acadêmica e da constituição da identidade da Unimep”, pela confluência e conjugação do “inconformismo” da comunidade acadêmica, do “método coletivo-participativo-dialético” e da ética da “construção da cidadania” como sua expressão valorativa mais profunda.