Navegando por Autor "BETTIOL, Neliane Lazarini de Sousa"
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Item Depressão pós-parto em puérperas primíparas e as interações com a conjugalidade(Universidade Metodista de São Paulo, 2021-03-30) BETTIOL, Neliane Lazarini de Sousa; GOMES, Miria BenincasaDurante o período da gestação e do pós-parto há risco aumentado de desenvolvimento de transtornos mentais entre as mulheres. A depressão pós parto é o transtorno mental que mais acomete puérperas e tem sido considerada uma questão de saúde pública em virtude de sua alta incidência, cerca de 26% das puérperas são acometidas. A chegada do filho exige rearranjos na estrutura familiar. A transição da conjugalidade para a parentalidade é o período do ciclo vital familiar em que o investimento orientado para a organização marido-mulher é transferido para a relação pais-filhos. Essa mudança pode gerar conflitos que podem comprometer os vínculos familiares. Este trabalho tem como objetivo investigar a relação entre a conjugalidade e a ocorrência de depressão pós-parto em puérperas primíparas. Essa pesquisa tem delineamento qualitativo, descritiva e transversal do tipo estudo de caso. Os critérios para a inclusão na amostra são: a) ter passado pelo processo de parto há, pelo menos, 2 meses e, no máximo, 36 meses; b) ser o único filho (a), mesmo que tenha tido gestações anteriores; c) ter tido uma gestação de risco habitual; d) bebê sem diagnóstico de síndromes ou deformidades; e) bebê ter nascido a termo e; f) estar num relacionamento estável. Os instrumentos utilizados são: Entrevista semi–aberta; Escala Fatorial de Satisfação com o Relacionamento de casal (EFS- RC); questionário sociodemográfico e Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS). Os resultados mostram que a saúde mental é muito impactada durante o ciclo gravídico- puerperal com repercussões na vinculação mãe-bebê e na qualidade do relacionamento conjugal. As cinco participantes apresentam mais de um fator de risco para depressão pós-parto. Porém, o único fator comum a todas é o relacionamento conjugal fragilizado. O padrão de vinculação conjugal-parental da maioria dos casos é o ausente, onde o pai-marido não é uma figura de apoio e suporte. Em um dos casos o padrão é considerado participativo, mas com um resultado de satisfação conjugal inferior a todos os anteriores. Isso se dá porque a participação do companheiro está condicionada a ser demandada pela mãe-esposa, o que implica em maior desgaste mental. Dessa maneira, ressalta-se a importância da realização de novos estudos sobre essa temática, bem como a necessidade da realização de programas de intervenção preventivos durante a gestação, com o objetivo de promoção de saúde à mulheres e casais, para a vivência saudável da conjugalidade e para a construção da parentalidade engajada fortalecendo o vínculo familiar e para a redução da incidência de transtornos psíquicos durante o puerpério, em especial a depressão pós-parto.